sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Memórias: Rua da Misericórdia (zona envolvente)


Quantas e quantas vezes não descemos esta rua em pleno centro histórico da Sertã? Encolhida entre o pequeno casario e ornamentada pela igreja da Misericórdia (um tesouro que permanece escondido aos olhos de muitos), a rua foi palco de milhentas histórias e de muitas transformações.
Nesta foto de meados do século passado, o castelo (ou o que restava dele) olha-nos lá do alto, com uma atitude altiva, e a calçada afaga-nos o passo em direcção à rua do vale.
Memórias de um tempo que ainda hoje nos faz companhia, apesar de ser um local onde já poucos passam ou que entretanto esqueceram…

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Hospital em Pedrógão Pequeno a caminho da ruína


É triste o cenário que se nos apresenta no antigo hospital da misericórdia de Pedrógão Pequeno. Votado ao abandono, o edifício vai definhando até à ruína total.
Localizado bem próximo da capela de Santo António, a dois passos do centro da vila, que outrora foi sede de concelho, o hospital da Misericórdia necessita de obras urgentes, quanto mais não seja pelo perigo que o desabamento, da actual estrutura, representa para os moradores da zona ou até mesmo para quem passa junto dele.
No entanto, seria um contributo importante para a história da vila, a recuperação deste edifício, que em tempos recebeu todas as pessoas da freguesia e arredores, dado que nele se realizavam pequenas cirurgias e outras intervenções, tendo capacidade para cerca de 20 internamentos.
Segundo uma edição recente da «Comarca da Sertã», esta estrutura encerrou completamente no início da década de oitenta do século passado, numa altura em que o Dr. Raul Lima da Silva, que ali atendia os seus doentes, deixou de exercer medicina em Pedrógão Pequeno.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Memórias: Antiga ponte entre a Sertã e Ferreira do Zêzere


É uma paisagem única, aquela que se nos afigura sempre que atravessamos a ponte do Vale da Ursa, que liga os concelhos da Sertã e de Ferreira do Zêzere. O serpentear das águas que tocam os pés das margens desenham um quadro inesquecível.
No entanto, debaixo dessas águas que tanto nos fascinam está a antiga ponte que em tempos fez a ligação entre estes dois concelhos. A estrutura é totalmente distinta da que existe hoje mas, mesmo assim, aqui fica recordação de um belo exemplar de engenharia que ligou as nossas margens até meados do século passado.

Sertanense e Sernache na senda das vitórias

O Sertanense voltou ao terceiro lugar da classificação do campeonato Nacional da 3.ª Divisão, depois da vitória deste fim-de-semana, diante do Lousanense (2-1). O Vitória de Sernache, por seu lado, conseguiu o apuramento para as meias-finais da Taça de Honra de Castelo Branco, após o triunfo no terreno do Pedrógão de São Pedro (4-3).
A vitória da última semana para a Taça de Portugal deixou o moral em alta à equipa do Sertanense, que na deslocação à Lousã, realizou uma exibição o quanto baste para sair vencedora. Depois de uma primeira parte, em que o equilíbrio foi a nota dominante, a formação de Eduardo Húngaro chegaria ao golo ainda antes do intervalo, por intermédio de Vicente, a concluir uma excelente jogada de Bruno Xavier.
No segundo tempo, a turma sertaginense entrou melhor e logo aos 52 minutos, Hygor, com um remate de fora da área, aumentou a vantagem. O Lousanense acordou e partiu para a frente. Dois minutos volvidos (54’), a equipa da casa reduzia o marcador, numa grande penalidade convertida por Chirola.
Até ao final da partida, o conjunto da Sertã dominou as operações e não permitiu grandes veleidades à equipa da Lousã.
Em Pedrógão de São Pedro, o Vitória de Sernache ia comprometendo uma vitória que a meio da segunda parte parecia certa. Depois de ter chegado ao 4-1, a formação vitoriana desconcentrou-se e encaixou dois golos, o que poderia ter complicado a passagem às meias-finais da Taça de Honra.
No entanto, isso não sucedeu e Nuno Alves (com um hat-trick) e Fredy marcaram os golos que valeram a passagem à eliminatória seguinte.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Sertã e Proença recebem “Separar Vai Colar”


As vilas da Sertã e Proença-a-Nova recebem, a partir de hoje e até ao próximo Sábado, a campanha de sensibilização ambiental “Separar Vai Colar”, da Sociedade Ponto Verde (SPV), revela o jornal Diário XXI. A iniciativa decorre nas lojas Intermarché da Sertã e Ecomarché de Proença-a-Nova e pode valer prémios aos participantes.
Ao longo de três dias, uma equipa de monitores da SPV vai abordar os clientes e dar-lhes a conhecer a mecânica da iniciativa que tem como objectivo estimular a separação e deposição de embalagens usadas e simultaneamente demonstrar a eficácia do Sistema Ponto Verde, informa aquele jornal diário.
Os consumidores são desafiados a colocar as embalagens, identificados com autocolantes, nos locais próprios para serem reciclados e caso as embalagens sejam detectadas nos Centros de Triagem, o que significa que não foi quebrado o ciclo da reciclagem, “o separador será contactado e receberá um dos vários prémios à escolha: leitores de MP3, pens USB, relógios e ecopontos familiares”, anuncia a SPV, citada pelo Diário XXI.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Penafiel no caminho do Sertanense


A sorte não quis nada com o Sertanense no sorteio de hoje da quinta eliminatória da Taça de Portugal. O Penafiel será o adversário da equipa sertaginense, no próximo dia 20 de Janeiro de 2008.
A esperança de que saísse um dos grandes do nosso futebol era muita, no entanto, à medida que o sorteio avançou essa hipótese foi-se esfumando.
A equipa do Futebol Clube de Penafiel ocupa actualmente a penúltima posição da Liga de Honra (com os mesmos pontos do Portimonense) e é orientada pelo conhecido António Sousa (treinou várias épocas o Beira-Mar).
No plantel, as caras mais conhecidas são as do guarda-redes Palatsi (ex-Beira-Mar), do médio Bakero (passou pelo Braga, Marítimo e Leiria) e do ponta-de-lança Zequinha (Internacional português nas selecções mais jovens e ligado contratualmente ao FC Porto).
A lição do jogo da época passada ensinou-nos que quando acreditamos podemos chegar longe – que o diga o Varzim que suou até ao fim do prolongamento para eliminar o Sertanense -. Por isso, vamos acreditar que é possível chegar aos oitavos-de-final da Taça de Portugal.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O calvário entre a Sertã e Ferreira do Zêzere


O estômago revolve-se sempre que entramos na maldita estrada, cheia de curvas que liga Ferreira do Zêzere à Sertã. A malfadada via, conhecida por EN 238, há anos que carece de obras, talvez até de um novo traçado mas, até ao momento, nada foi feito.
Ao longo dos anos várias promessas surgiram e a intervenção chegou a estar mesmo nos planos da antiga Junta Autónoma de Estradas (JAE), todavia a ideia foi abandonada por falta de verbas.
Recentemente, uma luz acendeu-se ao fundo do túnel, quando o Governo avançou com a possibilidade da construção de uma nova via que ligaria as cidades de Tomar e do Fundão, com passagem pela Sertã. Os contornos do projecto ainda não são totalmente conhecidos e o silêncio tem imperado em torno desta solução.
Para os que diariamente ou semanalmente têm de passar por este calvário, resta apenas uma hipótese: engolir em seco e apreciar a bela paisagem que surge diante dos nossos olhos. No entanto, já é tempo de fazer alguma coisa. O presidente da Câmara da Sertã tem-se multiplicado em vários contactos, mas o peso da interioridade do nosso concelho e também de Ferreira do Zêzere estão a emperrar todo o processo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

SERTANENSE voa para a quinta eliminatória


O Sertanense Futebol Clube voltou a repetir a proeza da época passada, chegando novamente à quinta eliminatória da Taça de Portugal, após eliminar o Portimonense, da Liga de Honra. A vitória chegou no prolongamento, depois de um jogo muito disputado entre as duas equipas.
A equipa da Sertã é a única das formações que milita na 3.ª Divisão que ainda se mantém em prova. A vitória de ontem foi notícia na maioria dos jornais desportivos e generalistas de hoje, o que evidencia bem a grandeza do feito do conjunto sertaginense. O jornal Record dedicou mesmo a medalha de Bronze ao Sertanense, na sequência do triunfo diante da equipa de Portimão.
O jogo começou com o sinal mais a pertencer ao Portimonense, que desperdiçou algumas boas oportunidades de golo, durante a primeira parte. A superioridade algarvia acabaria por materializar-se em golo, através do pénalti convertido por Tarantini no dealbar do primeiro tempo.
No reatamento, tudo foi diferente e logo aos 54 minutos Marco Farinha ofereceu um “chapéu” a Mário Felgueiras, guardião do Portimonense, e igualou a partida.
O Portimonense tentou reagir, mas uma grande equipa do Sertanense não cedeu e levou o jogo para prolongamento. Quando todos já esperavam pelos pénaltis, Milford decidiu a eliminatória, com mais um golo de chapéu. A vitória estava consumada e a passagem à quinta eliminatória também.
Os heróis da partida foram: Leo Flores, Zâmbia, Pedro Miguel, Anderson, Américo, Filipe Avelar, Bruno Porto, Leandro, Marco Farinha, Vicente, Hygor, David Fagucho, Rui Daniel e Milford.
O sorteio da próxima eliminatória decorre já na próxima quarta-feira.
Entretanto, no Distrital da 1.ª Divisão de Castelo Branco, o Vitória de Sernache goleou o Valverde (4-1) e manteve a sétima posição do campeonato, com 19 pontos. Os golos da equipa vitoriana foram apontados por Nuno Alves (2), Fredy e Dani.
Por seu lado, no Distrital de Juniores, o Sertanense continua a sua caminhada vitoriosa. Este fim-de-semana, foi a equipa do Sporting da Covilhã a não ter argumentos para a equipa da Sertã, que bateu os serranos (2-1), em jogo da 10.ª jornada. A quatro jornadas do fim da primeira fase, Sertanense e Benfica de Castelo Branco lideram com 22 pontos. Já o Vitória de Sernache continua na última posição, depois da derrota deste fim-de-semana (4-1) com a formação albicastrense.
Nos Iniciados, o Sertanense arrancou um excelente empate (0-0) em Proença-a-Nova diante da turma local e subiu à sétima posição. Para o Distrital de Infantis, o conjunto da Sertã não teve tanta sorte e foi derrotado (3-2) pelo Valongo. O jogo das Escolas, também com o Valongo, foi adiado para o próximo dia 18 de Dezembro.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Memórias: Antigo edifício dos Paços do Concelho


É uma das poucas imagens que ainda existem dos antigos Paços do Concelho da Sertã. A fotografia pertence a Sarmento Nunes e ilustra, segundo um jornal da época, a festa de recepção a um alto dignatário do governo da altura.O edifício, localizado nos terrenos do que é hoje o jardim do miradouro, junto ao Clube da Sertã, foi destruído, em 1917, devido a um violento incêndio, que reduziu a cinzas todo o espólio da autarquia, assim como documentos de grande importância e que ajudariam a contar um pouco do que foi a história da Sertã nestes anos.

Sertã recebe Feira de Antiguidades


A Alameda da Carvalha, na Sertã, vai receber, a partir de amanhã e até domingo, a 1.ª Feira de Antiguidades, Velharias e Coleccionismo. O evento, organizado pela empresa Oui C’est Moi, deverá contar com a presença de cerca de 30 expositores.
Como o próprio nome indica, esta feira será o local indicado para tentar encontrar todos aqueles objectos que lhe escaparam da memória ou até para descobrir livros e selos que lhe faltam na colecção.
Tudo o que possa imaginar estará exposto nas «bancas» dos diversos expositores, que estarão no interior de uma tenda gigante, montada na Alameda da Carvalha.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Ministro diz que não vai encerrar postos da GNR


“Não. A resposta é não, eu não encerro postos da GNR”. Quem o diz é Rui Pereira, ministro da Administração Interna, quando confrontado por um autarca sobre o provável encerramento de 108 postos da GNR.
Uma interpretação rápida desta declaração poderá sossegar os habitantes de Cernache do Bonjardim e das povoações vizinhas. No entanto, depois do que aconteceu ontem, com o secretário de Estado do Ambiente, que conseguiu mudar três vezes de opinião no espaço de nove horas (aplicação de uma taxa aos sacos de plástico), a minha confiança já não será tão grande.
Após a notícia do Correio da Manhã, a dar conta da intenção da GNR de encerrar ou remodelar 108 postos desta corporação, vários elementos ligados ao Governo apressaram-se a desmentir a notícia. Primeiro foi a governadora civil de Castelo Branco a dizer que não era verdade e que o ministro da Administração Interna lhe garantira que isso não iria suceder. Depois foi o primeiro-ministro a negar que já houvesse alguma decisão nesse sentido e agora o ministro Rui Pereira parece querer sossegar os ânimos.
No meio de todos estes desmentidos, há algo que parece saltar à vista: Qual era afinal o objectivo do estudo encomendado pelo MAI à GNR? Nos últimos dias, vários leitores do blogue têm chamado a atenção para a possibilidade da brigada de trânsito vir a ocupar o posto da GNR de Cernache do Bonjardim. Não sei se é verdade, mas o que sei é que toda esta informação e desinformação, a que temos assistido nestes últimos dias, só complica mais as coisas. E mais perigoso do que a falta de informação é o excesso dessa mesma informação.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Atelier Túlio Vitorino: A espera terminou?


Parece que é desta. O atelier Túlio Vitorino, em Cernache do Bonjardim, vai ser recuperado. A notícia é hoje avançada pelo jornal Gazeta do Interior e dá conta de que a Câmara Municipal da Sertã pretende remodelar este edifício emblemático, há muito votado ao abandono.
Segundo a edição daquele jornal, as obras darão origem à “criação de um espaço para leitura informal de periódicos (jornais e revistas), assim como uma área dedicada ao estudo e a trabalhos de grupo”.
Na prática, será instalada uma mini-biblioteca interligada com os serviços da Biblioteca Municipal, de modo “a proporcionar à população o acesso ao acervo municipal, facilitar o acesso às novas tecnologias de informação ou criar, simplesmente, um espaço lúdico para estabelecer uma conversa enquanto se folheia uma qualquer publicação”, pode ler-se naquele semanário.
O atelier albergará ainda um espaço de exposição permanente (sala ou núcleo museológico sobre a vida de Túlio Victorino), sala-de-estar, cafetaria e um pequena zona para exposições temporárias de escultura, fotografia, design, etnografia, arqueologia e cerâmica.Depois de vários avanços e recuos, a autarquia sertaginense parece ter encontrado uma solução para o edifício. Resta agora saber, quando é que as portas do “novo” atelier se abrem ao público.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sertanense derrotado e Vitória de Sernache goleia

Os ventos não estão a soprar de feição para a equipa do Sertanense. Depois da derrota da semana passada, em Alcobaça, o conjunto da Sertã voltou a perder (1-0), nesta 11.ª jornada, desta feita com o Marinhense, baixando para a quarta posição da tabela classificativa. O Vitória de Sernache, no Distrital de Castelo Branco, voltou às vitórias e logo com uma goleada (7-0) frente à Lardosa.
O jogo não correu bem aos comandados de Eduardo Húngaro, que nunca conseguiram impor o seu futebol perante um adversário que se fechava bem na defesa e que partia rápido para o contra-ataque. O golo da formação da Marinha Grande (que o Sertanense já venceu esta época, em jogo da primeira eliminatória da Taça de Portugal) chegou aos 31 minutos, por intermédio de Nunito.
O Sertanense não conseguiu reagir e até ao minuto 90, o resultado manteve-se favorável ao Marinhense.
Em Cernache do Bonjardim e em jogo a contar para a nona jornada, o Vitória local “despachou” a Lardosa, com sete golos sem resposta. Os golos da equipa da casa foram apontados por Rui Domingues (2), Miguel Farinha, Paulo Lopes, Dani, Nuno Alves e pelo guarda-redes contrário (auto-golo). O Vitória mantém a sétima posição da classificação, sendo a segunda equipa mais finalizadora da prova (26 golos), apenas ultrapassada pela AD Fundão (27 golos).
No Distrital de Juniores, a nona jornada trouxe um “derby” Sernache-Sertanense. Fruto de uma equipa mais forte e organizada, os jovens da Sertã não sentiram grandes dificuldades e venceram por números conclusivos (6-0). O Sertanense manteve a primeira posição do campeonato, em igualdade pontual com o Benfica de Castelo Branco.
A sétima jornada do campeonato Distrital de Iniciados não foi positiva para as duas equipas do concelho envolvidas na prova. O Sertanense foi derrotado em casa (3-0) pelo Valongo e baixou à oitava posição, enquanto o Vitória de Sernache não conseguiu melhor frente ao Proença-a-Nova (derrota 3-0) e manteve a décima posição.
No Distrital de Infantis, a turma da Sertã não esteve melhor e foi derrotada em casa (4-2) pelo Vilarregense, mantendo a quinta e penúltima posição da prova.As Escolas estiveram em grande e venceram em Castelo Branco (4-0) a Casa do Benfica local, reforçando a terceira posição do campeonato, que dá acesso à fase-final.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Memórias: Filarmónica União Sertaginense


Passam amanhã 177 anos desde a fundação da Filarmónica União Sertaginense. É actualmente a mais antiga colectividade do concelho da Sertã e está para durar.
Fundada a 1 de Dezembro de 1830, em resultado da fusão entre a Philarmonica Patriota Certaginense e a Sociedade Recreio Artista, a Filarmónica União Sertaginense pode orgulhar-se de um passado rico em memórias e recheado de actuações um pouco por todo o país.A sua constituição sofreu várias alterações ao longo dos tempos, mas hoje a juventude impera. Votos de parabéns a todos os que estão e que passaram por esta agremiação, que muito tem honrado o nosso concelho.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Atelier Túlio Vitorino: Longa se torna a espera


As obras no Atelier Túlio Vitorino, em Cernache do Bonjardim, tardam em chegar. No passado mês de Julho, neste mesmo blogue, demos conta da intenção da Câmara da Sertã de “iniciar em breve as obras de recuperação da casa”, mas, até hoje, pouco ou nada foi feito.
O edifício está votado ao abandono. E não é correcto assacar só responsabilidades ao actual executivo, até porque, ao longo dos anos, a incúria e responsabilidade de muitos levou àquilo que hoje se nos apresenta em plena Rua dos Pinheiros.
Ainda assim, a promessa do executivo actual continua por cumprir. Além da intervenção, há outra questão que se coloca: que destino dar àquele espaço?No protocolo assinado em Maio de 2005, entre a autarquia e os proprietários, ficou decidida a instalação de um Museu/Escola que preservasse o nome e a obra do pintor cernachense, mas esse objectivo está cada vez mais difícil de concretizar, até porque a Associação d’Artes Túlio Vitorino já veio dizer que não está interessada em ocupar aquele espaço. Durante uma Assembleia Municipal da Sertã, realizada em Julho, vários deputados da oposição insistiram para que a obra avançasse na mesma, mesmo que “fique de portas fechadas”. É urgente reabilitar este espaço e, acima de tudo, decidir, quanto antes, qual o destino a dar-lhe. Se esse destino já existe, utilizem o blogue para o divulgar...

Programa para recuperar casas dos idosos


Os 11 municípios do distrito de Castelo Branco, entre eles a Sertã, vão beneficiar de um programa que prevê a dotação de uma verba para reparações domésticas em casas de idosos. O anúncio foi feito ontem na capital de distrito, pelo secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, que uma hora depois estava na Sertã a assinar o protocolo para os Contratos Locais de Desenvolvimento Social.
Ainda em Castelo Branco, Pedro Marques explicou, durante a cerimónia de assinatura de contratos para a aplicação do Programa de Conforto Habitacional para Idosos, que as autarquias do distrito vão dispor de quase um milhão de euros, estando prevista a intervenção em, pelo menos, 280 habitações de idosos.
A sinalização das habitações onde vivam idosos carenciados será feita pelas redes sociais de cada concelho, nomeadamente através das juntas de freguesia e serviços da Segurança Social.”Não vamos mudar habitações de alto a baixo, mas são pequenas intervenções que têm uma grande importância”, sublinhou o secretário de Estado. Reparações sanitárias, instalação de aquecimento ou reparação de portas e janelas são alguns dos exemplos apontados.Quanto aos Contratos Locais de Desenvolvimento Social, que irão abranger a Sertã e cuja distribuição geográfica resulta das candidaturas apresentadas e de realidades territoriais específicas, o secretário de Estado assinalou que são destinados a “utilizar respostas sociais concretas e de forma concertada, recorrendo a parcerias de âmbito local entre a Rede Social existente e os vários instrumentos disponíveis (como os serviços de emprego, de acção social e instituições)”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Posto da GNR de Cernache do Bonjardim poderá fechar portas


Há critérios difíceis de entender e que poucos argumentos podem justificar. Vem isto a propósito da intenção do Ministério da Administração Interna (MAI) de encerrar o posto da GNR de Cernache do Bonjardim.
A decisão ainda não está tomada, mas o programa do MAI relativo à “Reestruturação Territorial das Forças de Segurança”, apresentado recentemente, aponta neste sentido.
Num momento em que o Governo continua com a febre de encerramentos de várias infra-estruturas básicas (leia-se escolas, maternidades, conservatórias, urgências), o próximo capítulo poderá envolver cerca de 108 postos da GNR, espalhados pelo país, que a acreditar nas conclusões de um estudo do MAI, poderão encerrar já no próximo ano.
Inconformados com esta situação, os presidentes das juntas de Cernache do Bonjardim, Palhais, Nesperal, Castelo e Cabeçudo enviaram um abaixo-assinado ao ministro da Administração Interna (MAI), Rui Pereira, a pedir para que o posto da GNR em Cernache do Bonjardim não seja encerrado.
O abaixo-assinado, subscrito por mais de três mil pessoas, defende que a saída da GNR pode causar graves problemas à tranquilidade e segurança da população. “Seria uma perda irreparável, considerando as quase 200 localidades abrangidas, a população envelhecida e o seu isolamento”, sublinhou Diamantino Calado Pina, presidente da Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim.
Os autarcas desejam também que as localidades tenham mais patrulhamento e no ofício enviado ao MAI solicitam que seja reforçado o número de efectivos no posto local.Ainda no abaixo-assinado é revelado que este posto da GNR existe há mais de meio século, possuindo “óptimas e modernas instalações próprias”.A «bola» está agora do lado do MAI. Os argumentos para o encerramento prendem-se com questões de reordenamento das forças de segurança, como adiantou recentemente Rui Pereira, mas as questões económicas parecem estar novamente a falar mais alto. Quando a questão da segurança voltou a estar na ordem do dia (um estudo da DECO a publicar em Dezembro diz que os portugueses sentem-se cada vez mais inseguros), parece estranho que a primeira medida seja o encerramento de 108 postos da GNR, a maioria nas regiões do Interior.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Recuperar as aldeias típicas do concelho?


O exemplo vem de um concelho vizinho: Pedrógão Grande. A autarquia local vai recuperar, durante os próximos anos, um conjunto de aldeias típicas do concelho, com o objectivo de “preservar a ruralidade” e “atrair turistas”.
A primeira aldeia a ser alvo desta intervenção é a Mega Fundeira, um pequeno povoado situado nas margens da ribeira de Mega, com cerca de 15 residentes. O projecto prevê a recuperação de um moinho de água, a construção de uma praia fluvial e o restauro de uma fonte. Será ainda contemplada a recuperação de um poço natural e da zona envolvente, com a construção de um parque de merendas.
Esta é uma daquelas ideias que não escandalizaria ninguém se fosse adoptada pela Câmara da Sertã. Aliás, num momento em que se discute muito a desertificação do concelho e a perda de população, creio ser chegada a hora de apresentar ideias e, acima de tudo, encontrar soluções para um problema que a todos diz respeito.A recuperação das aldeias típicas (e na Sertã são muitas) poderia ser um bom começo, até porque, o município teria muito a ganhar com estas intervenções e o turismo sairia reforçado. Não é novidade, mas existem vários concelhos do país que estão a promover roteiros para turistas, englobando as suas aldeias mais típicas. Ponte de Lima é um desses casos e os resultados, a acreditar nas palavras do presidente da Câmara, Daniel Campelo, têm sido “excelentes”.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Fim-de-semana futebolístico marcado pelas derrotas

O Sertanense sofreu, este fim-de-semana, a sua primeira derrota da época, no Nacional da Terceira Divisão (Série D). O Ginásio de Alcobaça foi o “carrasco” da equipa da Sertã na 10.ª jornada, ao vencer por 3-2. No Distrital de Castelo Branco, o Vitória de Sernache não fez melhor e saiu derrotado (2-1) do derby da Zona do Pinhal frente ao Oleiros.
Apesar de ter vendido cara a derrota, o Sertanense não conseguiu evitar um desfecho que o afasta dos primeiros lugares da classificação. A turma sertaginense mantém a terceira posição, mas possui agora seis pontos de desvantagem relativamente ao primeiro (Monsanto).
Em Oleiros, o Vitória de Sernache começou melhor e esteve a vencer, mas o conjunto local deu a volta ao marcador e amealhou os três pontos em disputa. Com este resultado, a equipa orientada por António Joaquim desceu para o sétimo posto da classificação, com 13 pontos.Mas o fim-de-semana trouxe também algumas alegrias. Nos juniores e num jogo emocionante, o Sertanense levou de vencida (4-3) o Benfica de Casteloa Branco e voltou a colar-se aos lugares da frente, partilhando essa posição com o seu opositor de sábado e com a AD Fundão. Para o mesmo campeonato, o Vitória de Sernache continua sem pontuar, tendo averbado mais uma derrota (3-1) na deslocação ao Fundão.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Memórias: Santuário de Nossa Senhora dos Remédios


Todos os anos, pelo dia 15 de Agosto, centenas de pessoas acorrem ao santuário para venerarem a imagem de Nossa Senhora dos Remédios. É um dos principais locais de culto do concelho da Sertã e as origens da festa, que neste dia se celebra, perdem-se no tempo.
Às portas da Sertã, na povoação do Mosteiro Fundeiro de Nossa Senhora dos Remédios, ergue-se o santuário, que tem na igreja o seu ponto central. Ao longo dos anos, várias obras foram mudando a face deste local. Na imagem que aqui publicamos, e que não conseguimos precisar no tempo, são notórias as alterações que o santuário sofreu, nomeadamente o recinto adjacente à igreja.

Nova estrada entre Oleiros e a Sertã em agenda


Parece que é desta. A Estradas de Portugal manifestou a intenção de avançar com a nova estrada Oleiros-Sertã. Para o efeito, a empresa estatal enviou um dossiê às autarquias envolvidas no processo, onde são propostas duas alternativas para o traçado da nova via.
Segundo o jornal Reconquista, citando o presidente da Câmara de Oleiros, José Marques, a primeira alternativa aponta para uma estrada com uma extensão de 20, 95 km, enquanto a segunda sugere uma extensão de 21,37 km.
Independentemente do traçado que for escolhido, a via terá 12 metros de largura, com duas faixas de rodagem, existindo a possibilidade de nalgumas zonas esse número poder subir para três.Entretanto, os autarcas envolvidos neste processo aguardam uma reunião com a Estradas de Portugal para conhecerem mais pormenores, nomeadamente, os prazos de execução da nova estrada.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sertanense cruza-se com Portimonense na Taça de Portugal


O Sertanense conheceu esta tarde o seu adversário para a quarta eliminatória da Taça de Portugal. Trata-se do Portimonense, uma equipa que milita na Segunda Liga e conta já com alguns pergaminhos no futebol nacional. Ainda não foi desta que o conjunto sertaginense se cruzou com um dos “Grandes” do nosso futebol na Taça de Portugal. Esta eliminatória é jogada no próximo dia 9 de Dezembro.
Apesar de jogar em casa, o Sertanense pode queixar-se da sorte. O Portimonense é uma equipa teoricamente mais forte e com um plantel totalmente profissional. No entanto, os comandados de Eduardo Húngaro têm aqui uma excelente oportunidade de comprovarem a qualidade que vêm patenteado no Nacional da Terceira Divisão, onde além do terceiro lugar, não sofrem golos desde a primeira jornada.
O Portimonense, que eliminou na passada eliminatória o Fiães, não está a atravessar um bom momento na Segunda Liga, onde ocupa a penúltima posição, com cinco pontos (cinco empates). Na equipa treinada por Vítor Pontes, os destaques vão para os pontas-de-lança Maxi Bevacqua (que já jogou no Sporting de Braga e no Estrela da Amadora), Tchomogo (que já actuou no Vitória de Guimarães e no Vitória de Setúbal) e Paulo Sérgio (emprestado pelo Sporting).

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Hotel Varandas do Zêzere abre portas com nova designação

Era uma das maiores estruturas hoteleiras do concelho, no entanto, vicissitudes várias levaram ao seu encerramento e ao progressivo abandono do edifício. As Varandas do Zêzere, em Pedrógão Pequeno, vão ganhar nova vida e novo nome.
Segundo o jornal Gazeta do Interior, a unidade foi vendida ao grupo Encanto-Emoções, que iniciou já as obras de remodelação daquele espaço, que abrirá portas até ao final do ano, com uma nova designação: Hotel de Montanha.
O novo hotel, com capacidade para 159 pessoas, terá 73 quartos e quatro suites. Os quartos, duplos e triplos, possuirão Internet via Wireless e TV LCD por satélite.
A cobertura do edifício sofreu uma remodelação total e os espaços exteriores foram melhorados. Junto à piscina exterior vai surgir um jardim semeado com relva ecológica (flores campestres com relva), “o que dará um efeito de prado e requer menos rega”, sublinha aquele jornal semanário.
A oferta desta unidade inclui também uma piscina interna e outra externa, um ginásio, sauna, hidromassagem, sala de massagens, banho escocês e banho turco. Haverá um bar de apoio à piscina, que também servirá refeições ligeiras e será aberto ao público.Um dado importante é o facto deste novo espaço criar cerca de 24 novos postos de trabalho, de acordo com as contas da Encanto-Emoções.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Memórias: Feira de São Neutel


Há quem por lá tenha passado e há também aqueles que só ouviram falar dela pela voz dos pais ou avós. A Feira de São Neutel era um dos grandes momentos do ano e onde quase todos acorriam.
A feira era conhecida como o local predilecto para a compra e venda de gado, no entanto, outros utensílios podiam ser encontrados nas bancas improvisadas espalhadas pelo local.Hoje, a feira não passa de uma doce memória na mente de todos aqueles que passaram pelos terrenos, junto ao Convento de Santo António.

Alunos da Secundária desafiados a pensar o território


A Escola Secundária da Sertã foi um dos estabelecimentos de ensino que aceitou o desafio, da Universidade de Aveiro e da Associação Portuguesa de Planeadores do Território, para participar no Concurso Nacional de Ideias «Cidades Criativas». Esta iniciativa convida os alunos do 12.º ano a desenvolver, ao longo do ano escolar, um trabalho na disciplina de Área Projecto, que inclua propostas inovadoras e criativas para a qualificação e valorização dos seus territórios.O trabalho final, que será avaliado por uma comissão científica, deverá compreender um relatório escrito com 30 páginas, um poster e um blogue com a informação sobre o desenrolar do trabalho e os seus resultados. O blogue da equipa sertaginense pode ser encontrado no endereço: http://sartago_sternit.blogs.sapo.pt.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Turismo natural é aposta da Câmara da Sertã


A valorização dos recursos naturais parece ser uma das apostas actuais da Câmara Municipal da Sertã. Assim, a autarquia pretende desenvolver um projecto que valorize os recursos naturais das albufeiras do Cabril (na foto)e da Bouçã, de modo a “garantir a sustentabilidade do turismo em espaço natural”, fomentando “a economia local através da dinamização de actividades que promovam e dinamizem o concelho e a região”.
O projecto, divulgado recentemente pela edilidade, visa a reabilitação ecológica de espaços naturais, o combate às espécies exóticas, promovendo as autóctones, a definição e marcação de percursos pedestres, a caracterização ecológica dos habitats, da fauna e da flora, assim como a instalação de parques de merendas e miradouros e a promoção de actividades recreativas, desportivas e de lazer.Os trabalhos a efectuar incluem “diversas linhas de acção”, nomeadamente a definição de percursos pedestres ao longo da zona de intervenção, a identificação de percursos equestres e de BTT e a caracterização de cada trilho. Ao nível das infra-estruturas, proceder-se-á também à sinalização dos diferentes percursos e à requalificação, manutenção e limpeza de caminhos e instalação de parques de merendas.

Sertanense está na quarta eliminatória da Taça de Portugal


O Sertanense não deu hipóteses e eliminou (5-0) o Fayal Sport, na terceira eliminatória da Taça de Portugal. Com este resultado, a equipa da Sertã carimbou a passagem para a quarta eliminatória da competição, que vai contar já com a presença das equipas da I Liga. O sorteio realiza-se na próxima quinta-feira. Entretanto, o Vitória de Sernache venceu (2-0) o Pedrógão de São Pedro e subiu à sexta posição da tabela classificativa do Distrital de Castelo Branco.
Depois de um início de jogo algo apático, o Sertanense rectificou e assumiu o domínio da partida. O primeiro golo chegou aos 30 minutos por intermédio de Zâmbia a concluir uma excelente jogada de ataque.
Na segunda parte, o domínio continuou mas só, aos 66 minutos, Leandro na marcação de um livre sossegou as hostes sertaginenses.
O recém-entrado Milford ampliou a vantagem aos 85 minutos e Hygor não esteve com meias medidas e facturou os seus primeiros dois golos ao serviço do conjunto da Sertã, num espaço de dois minutos.
Entretanto, em Cernache do Bonjardim, a equipa local levou de vencida a turma do Pedrógão de São Pedro, com os golos a serem apontados por Nuno Alves e Miguel Farinha.

Novo portal sobre a Zona do pinhal na Internet


A Zona do Pinhal tem um novo portal na Internet, que funciona também como jornal on-line. Chama-se “Pinhaldigital” e pode ser consultado no endereço: http://www.pinhaldigital.com.“O Pinhaldigital é uma publicação que, realmente, se identifica com toda esta região e é actualizado com frequência, no sentido de ser um intermediário entre aquilo que acontece na região e os emigrantes, naturais ou residentes. Trata-se de um jornal para toda a Zona do Pinhal e não só para este ou aquele concelho”, sublinham os responsáveis por este portal.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Novos fins para as árvores mais jovens


A premissa é simples: “E se do pinheiro bravo de baixa densidade (árvores mais jovens) não se fizerem apenas estacas, mas sim outro tipo de estruturas como pontes, garagens ou móveis?”
Segundo uma das últimas edições do jornal Reconquista, é nesta premissa que assenta o projecto de investigação científica que a associação inter-municipal Pinhal Maior (organismo que integra os concelhos de Vila de Rei, Oleiros, Sertã, Proença-a-Nova e Mação) está a desenvolver em colaboração com a Universidade de Coimbra e com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
No fundo, este projecto visa o aproveitamento da madeira de pinho de baixa densidade (com diâmetro entre os 5 e os 17 centímetros) para outras estruturas, que não apenas as estacas.
Os testes já começaram a ser realizados de forma a verificar a resistência da madeira depois de tratada, o que será fundamental para a atribuição de novas funções ao pinheiro bravo.Para Augusto Nogueira, coordenador da Pinhal Maior, este projecto é bastante importante para uma região afectada pelos incêndios florestais. “Devido aos fogos, existe muita madeira que, devido à sua dimensão, apenas é utilizada na produção de estacas. O objectivo da iniciativa passa por obtermos novas formas de aproveitamento desse tipo de madeira”, afirmou ao jornal Reconquista.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sétima arte longe da Sertã


Já lá vão uns anos desde a última vez que foi possível ver um filme, numa sala de cinema da Sertã. Os cinemas da vila estão hoje de portas fechadas e a população privada de uma das maiores manifestações culturais do nosso século.
O Cine-Teatro Tasso, que durante muitos anos assegurou a exibição das mais diversas películas, suspendeu as projecções. A direcção do Clube da Sertã acusa a câmara pelo encerramento, ao passo que a autarquia devolve as responsabilidades.
A sala de cinema do shopping Monteverde (hoje Pingo Doce) também fechou as suas portas.
Perante este cenário, as opções dos amantes da sétima arte não são muitas, para não dizer quase nenhumas. Proença-a-Nova tem sido uma solução de recurso.Talvez existam problemas mais graves a aguardar resolução no nosso concelho mas, ainda assim, penso que é chegada a hora de resolver esta situação. Quando se fala em fixar a população jovem no Interior, a oferta cultural é um argumento importante (vide últimos inquéritos realizados pelo INE) e a ausência de um equipamento destes na Sertã é mais um factor a contribuir para o empobrecimento do concelho.

Monsanto travou Sertanense e Sernache segue em frente na Taça de Honra


O Sertanense não conseguiu levar de vencida, no último fim-de-semana, a equipa do Monsanto, em jogo a contar para a nona jornada do Nacional da 3.ª Divisão (Série D). Apesar do empate a zero, a formação da Sertã mantém o terceiro lugar da classificação, com 19 pontos.
O encontro entre estes dois conjuntos era aguardado com alguma expectativa, em virtude de estarmos perante duas das melhores equipas deste campeonato. O equilíbrio foi a nota dominante durante toda a partida, apesar do Sertanense ter desperdiçado algumas boas oportunidades para chegar à vitória.
Por seu lado e em jogo a contar para a primeira eliminatória da Taça de Honra de Castelo Branco, o Vitória de Sernache “arrancou” uma vitória (2-1) no reduto do Teixosense, um resultado que lhe permite passar à fase seguinte. Os golos da turma vitoriana foram apontados por Tomás e Nuno Alves. No distrital de juniores, o Sertanense folgou nesta jornada, mas mantém a primeira posição com 13 pontos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Memórias: Edifício da Câmara Municipal em construção


Estávamos em 1917, quando um violento incêndio reduziu a cinzas o edifício dos Paços do Concelho da Sertã, localizado mesmo em frente ao Clube da Sertã. Perante o infortúnio, a população da terra juntou-se e a ideia da construção de um novo edifício começou a germinar.
Foram ainda precisos alguns anos e uma soma bastante elevada para a época para que o sonho do novo edifício se tornasse realidade. Inspirando-se no desenho dos Paços de Concelho de Lisboa, o arquitecto Cottinelli Telmo projectou um dos maiores ex-libris da vila. Esta fotografia, da autoria de Olímpio Craveiro, dá conta do andamento dos trabalhos, que, pelo que me recordo, ficaram concluídos na década de 30 do século passado.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Passeio gastronómico pela Zona do Pinhal


Numa das últimas edições do suplemento Fugas, do jornal PÚBLICO, a Zona do Pinhal foi destaque, pela sua rica gastronomia. Num artigo assinado pelo jornalista David Lopes Ramos e intitulado “Por terras de maranhos, plangaios e cabrito estonado”, Sertã, Oleiros, Vila de Rei e Proença-a-Nova ficaram mais próximos dos portugueses.
Com a devida vénia ao jornal PÚBLICO, aqui ficam excertos do artigo publicado:

“A região [Zona do Pinhal] está mais acolhedora e, quem se interessar pelo tema, encontrará restaurantes onde poderá provar as jóias culinárias da região: os maranhos, os plangaios, os buchos de porco recheados, o cabrito estonado. E as estradas estão melhores, muito melhores.

(...) Ficamo-nos hoje pela Zona do Pinhal e, em particular, pelos concelhos da Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei. Região marcada pela floresta de pinheiros e eucaliptos, a monotonia vegetal é, aqui e ali, animada por aldeias de cariz medieval e, sobretudo, por trechos do imenso lago que é a albufeira do Castelo de Bode, um espelho de água de uns 60 quilómetros, ao longo do qual nasceram praias fluviais e duas ou três estalagens com o quanto baste de conforto para uma estadia retemperadora.
A Zona do Pinhal é uma região sossegada e pacata, desaconselhada aos viciados na agitação citadina, embora também haja por lá lugares onde os adeptos dos chamados desportos radicais poderão satisfazer a sua paixão. Comparada com a situação de há 20 anos atrás, as estradas estão, em geral, mais transitáveis, as ligações às principais vias nacionais existem e têm qualidade e as sedes dos concelhos citados, embora mantenham o ar íntimo de outrora, cresceram quase sempre de forma harmoniosa. Em algumas delas há exemplares de arquitectura religiosa que merecem ser conhecidos e visitados, entre os quais a Igreja Matriz da Sertã e a Igreja Matriz de Oleiros. Os coleccionadores de objectos artesanais, designadamente nos domínios da olaria, tecelagem, bordados de linho ou cestaria, têm igualmente por onde escolher. E os lugares estão bem sinalizados na berma das estradas.

(...) Quanto às comidas e bebidas, que são o tema central destas páginas do FUGAS, há algo a dizer, sobretudo no domínio dos sólidos que, quanto a vinhos, salvo alguns de Cernache do Bonjardim (Sertã) com certo interesse, não há mais nada a assinalar. É nos enchidos que a Zona do Pinhal mais se distingue. Os maranhos, quando bem confeccionados, são do mais original e delicado de sabor que existe em Portugal. Os plangaios ou plagaios, mais condimentados e de sabor mais intenso, são igualmente muito bons, bem como os buchos de porco recheados com lombo de porco, carne de galinha, presunto, chouriço magro, ovos, miolo de pão, salsa picada, vinho branco, sumo de laranja e limão, entre outros condimentos. Nos restaurantes da Zona do Pinhal que servem comida regional costumam juntar no mesmo prato umas fatias de maranhos e de bucho recheado.

(...) Outro prato emblemático da região, talvez o mais emblemático, é o cabrito estonado. Faz-se também cabrito assado no forno como noutras regiões portuguesas, mas o estonado é especial. Porquê? Porque os bichinhos, que não devem ter mais de mês e meio e ser gordos, não são esfolados. A exemplo do que se faz na Bairrada com o leitão, os pêlos dos cabritos são retirados com o auxílio de uma serapilheira ou de outro pano grosseiro, após o bicho ser escaldado em água a ferver. Depois, raspa-se bem com uma faca, mas sempre tendo o cuidado de não romper a pele. Depois de estonado, retiram-se as vísceras ao cabrito por uma pequena abertura na barriga. Reservam-se os bofes, o coração, as molejas, os rins, o fígado e lava-se bem o bichinho, que deverá ficar a escorrer de um dia para o outro em lugar fresco.
No dia seguinte, faz-se uma papa com dentes de alho esmagados, sal, pimenta e vinho branco e barra-se o cabrito por dentro e por fora. Picam-se os miúdos, junta-se presunto aos bocadinhos, salsa e uma folha de louro, mistura a que se junta um pouco da papa com que se barrou o bicho. Recheia-se e coze-se a abertura. Assa-se em forno bem quente, se possível de lenha, e sobre paus de loureiro. A pele deverá ficar estaladiça e com uma bela cor acerejada. É uma delícia. Em alguns restaurantes servem-no sendo sempre necessário encomendar previamente, o que também sucede com o cabrito assado no forno. Por exemplo, no restaurante Famado, em Vale de Urso (Proença-a-Nova), servem um e outro, contra a garantia de um consumo mínimo de oito doses.
Merecem ainda menção os queijos de cabra, de mistura de leites de cabra e ovelha, sobretudo estes, em geral muito apaladados, ligeiramente acídulos e macios, e ainda de queijos de vaca, cabra e ovelha, o pão de milho e alguns doces, como as cavacas e as fofas de Mação, as tigeladas, o bolo de mel, as filhoses e o pão doce em forma de ferradura, não muito doce, perfumado com sumo e raspa de limão, delicioso”.

Incêndios são o principal problema das florestas


Já se sabia, mas agora há relatórios que o comprovam. Os incêndios são “o principal problema das florestas na Europa”, que é uma região única no mundo onde os ecossistemas florestais estão em expansão.
Um relatório das Nações Unidas, divulgado esta semana, concluiu que “ardem anualmente centenas de milhares de hectares de floresta”, sendo que, “enquanto o número de incêndios florestais aumentou, a área ardida manteve-se estável entre 2000 e 2005, sobretudo graças a um combate mais eficaz aos incêndios em vários países”. É curioso notar que a superfície das florestas europeias cresceu 13 milhões de hectares nos últimos 15 anos e elevou-se a mais de mil milhões de hectares, o que representa 44 por cento da superfície do continente e 25 por cento da superfície de florestas em todo o planeta.Simultaneamente, o volume de madeira atingiu o nível recorde de 112 mil milhões de metros cúbicos, e continua a aumentar à razão de mais de 350 milhões de metros cúbicos por ano, segundo o relatório.Tudo isto, para dizer que a floresta é um recurso que continua a ser decisivo nas economias locais e a Sertã, concerteza, tem muito a ganhar com isso. A questão é saber se as entidades, que tão mal têm gerido um dos nossos bens mais preciosos, aprenderam alguma coisa com os incêndios dos últimos anos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

População do Troviscal descontente

Há coisas que são difíceis de entender, ou até mesmo de aceitar. Na semana passada, uma notícia no jornal Gazeta do Interior dava conta do descontentamento da população da freguesia do Troviscal relativamente a alguns problemas que ainda aguardam solução, nomeadamente o que diz respeito à cobertura de rede móvel na freguesia.
Apesar dos constantes apelos e dos muitos abaixo-assinados enviados às entidades competentes, a cobertura de rede móvel continua a ser deficiente ou quase inexistente nos locais mais baixos da freguesia.
Este é um daqueles problemas de fácil resolução, bastando apenas alguma boa-vontade dos operadores. Outra das queixas mais frequentes da população da freguesia prende-se com a falta de uma caixa de multibanco. Neste caso, a solução pode passar por convencer alguma das entidades financeiras que actuam no concelho a suportar a instalação desta estrutura.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Memórias: «Bombas» de gasolina em Santo Amaro


Numa altura em que a crise petrolífera, pelo lado dos preços, voltou a estar na ordem do dia, nada melhor do que recuar no tempo e recordar um dos mais antigos postos de abastecimento da vila, ali para os lados de Santo Amaro.
A imagem é reveladora e tudo nela parece icónico. Desde os depósitos até à oficina ainda em construção, passando pela exiguidade do espaço, tudo são pormenores ricos em história.
Não posso deixar também de chamar a atenção para a empresa que na altura abastecia este posto de combustíveis (Sonap). Trata-se de uma distribuidora, criada em 1933, que rivalizava com o principal colosso da altura – a Sacor. Depois do 25 de Abril, estas duas empresas, juntamente com a Cidla e a Petrosul, viriam a dar origem à Petrogal, hoje Galp.

Sertanense e Sernache mediram forças

O Sertanense goleou ontem (6-1) o Vitória de Sernache, em jogo amigável, disputado no Campo Dr. Marques dos Santos, na Sertã. Numa partida, em que o resultado evidencia as diferenças competitivas entre as duas equipas, os dois treinadores aproveitaram para fazer várias substituições e rodar alguns dos jogadores menos utilizados.
O domínio do Sertanense foi avassalador e no final da primeira parte o resultado era exemplo disso (4-0). Numa tarde inspirada, Vicente assinou um hat-trick, com os restantes golos a serem apontados por Bruno Xavier, Rabat e Milford.
O tento de honra do Vitória chegou por intermédio de um antigo jogador do Sertanense, Miguel Farinha.
Nas camadas jovens, a equipa da Sertã continua a sua caminhada triunfal no Distrital de Juniores, depois de averbar mais uma vitória, neste fim-de-semana, frente ao Alcains. O primeiro lugar da tabela é da formação sertaginense, que ao fim de cinco jogos, soma 13 pontos (quatro vitórias e um empate).

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A lenta agonia do centro histórico

É triste, sempre que passo por ali, assistir à lenta agonia de uma das zonas mais emblemáticas da vila da Sertã. O centro histórico – se é que é possível chamar-lhe isso – é hoje uma pálida imagem do que foi em tempos. Algumas das casas mais emblemáticas estão em ruína, a população envelhecida, o comércio que resta aguarda por melhores dias. Encontrar responsáveis por esta situação não seria complicado. No entanto, esse seria o caminho mais fácil. Mais difícil, isso sim, é tentar encontrar uma forma (ou mesmo uma fórmula) que inverta o actual cenário.
Quando olhamos para o estado actual do centro histórico, uma conclusão parece óbvia: os sertaginenses deixaram de andar por ali, à excepção dos que lá vivem ou dos que por lá passam a caminho do trabalho ou de outra actividade mais lúdica.
As ruas e ruelas estão cheias de memórias. Contudo, já ninguém mostra grande vontade de morar por aqui. Não podemos culpá-los, até porque para aqueles que o quisessem fazer não tinham onde. As poucas casas disponíveis apresentam preços exorbitantes e as outras nem sequer dispõem de condições de habitabilidade.
O comércio que nos tempos de outrora tinha aqui a sua morada, nomeadamente na rua do Castelo e na rua do Vale, partiu para outras paragens (Praceta do Pinhal ou zonas próximas). Os que ficaram queixam-se dos poucos clientes. E até as obras de requalificação levadas a cabo pela Câmara, há alguns anos, parecem não ter surtido o efeito desejado.
Mas como é que este problema se resolve? A questão é pertinente, mas até eu não encontro uma solução muito viável para resolver o problema, no curto-prazo. E depois, há a questão das dinâmicas que devem ser criadas e que outras zonas da Sertã souberam criar – e bem. Não podemos obrigar ninguém a morar aqui, mas podemos preservar melhor aquele que é o nosso passado. O exemplo da Casa das Guimarães, que a Câmara decidiu agora demolir, é paradigmático. Um imóvel municipal a cair aos bocados e mais um pouco da história da Sertã que se apaga.
Espero voltar ao tema brevemente, mas para já a discussão fica aberta...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Escola Secundária da Sertã com piores resultados


A Escola Secundária da Sertã ficou classificada no 318.º lugar, entre 496 estabelecimentos de ensino, no ranking das médias de exame do ensino secundário. Os dados do Ministério da Educação dão conta de que a escola sertaginense apresentou uma média final de 9,52, a mais baixa dos últimos anos, tendo sido realizados 285 exames.
A posição alcançada pela Secundária da Sertã acabou por não corresponder às expectativas. Depois do brilharete de 2006 (130.º lugar, com uma média final de 10,85), os alunos deste estabelecimento de ensino obtiveram notas mais fracas este ano.
Em termos estatísticos e se calcularmos as médias obtidas durante os últimos sete anos (2001-2006), a Escola Secundária da Sertã consegue uma média positiva (10,16). Neste período, o destaque vai para os resultados obtidos em 2002 (10,26), 2005 (10,16) e 2006 (10,85).A nível distrital, o estabelecimento de ensino sertaginense quedou-se pela sexta posição, em 2007.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sertanense imparável na 3.ª Divisão

O Sertanense continua imparável no Nacional da 3.ª Divisão (Série D) e, ao fim de oito jornadas, ainda não sofreu qualquer derrota. Este fim-de-semana, a turma da Sertã deslocou-se ao terreno do Caranguejeira e goleou (4-0) a equipa local. A outra equipa do concelho - o Vitória de Sernache não foi feliz na sua deslocação a Alcains (derrota por 3-2).
O domínio do Sertanense foi avassalador, não dando qualquer tipo de hipóteses ao último classificado do campeonato, uma formação que ainda não somou qualquer ponto esta época. Foram quatro golos, mas podiam ter sido muitos mais.
Com este resultado, os comandados de Eduardo Húngaro mantém a terceira posição desta prova, com menos três pontos que o primeiro classificado (Monsanto) e menos dois que o segundo (Unhais da Serra).
Em Alcains e apesar de ter estado a vencer por 2-0, o Vitória de Sernache não conseguiu evitar a reviravolta do resultado e consentiu uma derrota (3-2), que o atirou para o sexto lugar, a cinco pontos do duo da frente (AD Fundão e Atalaia).
Nas camadas jovens, o Sertanense goleou o Silvares (10-0) em jogo a contar para a quarta jornada do Distrital de Juniores. A equipa da Sertã está no segundo lugar da prova, com menos três pontos do que o líder, mas tem um jogo em atraso. Também para este campeonato, o Vitória de Sernache foi batido em casa (3-2) pelo Sporting da Covilhã e ocupa a última posição, ainda sem pontuar.
Nos Iniciados, a formação da Sertã foi vencida em casa (1-0) pelo Académico Fundão, e ao fim de três jornadas, ocupa a 10.ª posição, com um ponto.Em jogo a contar para o Distrital de Infantis, o Sertanense não conseguiu evitar a derrota (3-0) em Vila de Rei, frente ao Vilarregense, enquanto nas Escolas, os miúdos continuam na senda das vitórias: este fim-de-semana venceram (3-1) a Casa do Benfica de Castelo Branco.

domingo, 28 de outubro de 2007

Biomassa: medo ou ignorância?


Um dos nossos leitores, por ocasião de um texto aqui publicado sobre a nova central termoeléctrica a biomassa florestal, a instalar na Zona Industrial da Sertã, fez-nos chegar uma notícia que dava conta dos protestos dos habitantes de uma localidade do concelho de Sintra perante a instalação de uma estrutura deste género na sua zona.
Posto isto, e como a discussão pública destes projectos se faz quase sempre no quentinho dos gabinetes, resolvi investir um pouco de tempo a tentar perceber quais seriam as vantagens e desvantagens da instalação deste tipo de centrais.
Segundo a Quercus, a biomassa é a energia gerada a partir de material vegetal, podendo ser transformada em energia através de combustão, gaseificação, fermentação, ou produção de substâncias líquidas. “É uma energia biológica em que o conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fontes de energia são por exemplo: a cana-de-açúcar, o eucalipto e a beterraba (dos quais se extrai álcool), o biogás (produto de reacções anaeróbicas da matéria orgânica existente no lixo), diversos tipos de árvores (lenha e carvão vegetal) e alguns óleos vegetais (amendoim, soja)”, constata aquela entidade.
Entre as vantagens contam-se o baixo custo de obtenção da matéria-prima, a não emissão de dióxido de enxofre, as cinzas são menos agressivas ao meio ambiente do que as provenientes de combustíveis fósseis, a menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos), o menor risco ambiental, o facto de ser um recurso renovável e as suas emissões não contribuirem para o efeito estufa.
No entanto, também existem desvantagens: maior possibilidade de geração de material particular para a atmosfera (isto significa maior custo de investimento para a caldeira e os equipamentos para remoção de material particular), dificuldades no armazenamento e menor poder radiador.
Outro dado curioso diz respeito ao facto de vários especialistas duvidarem das potencialidades destas centrais na produção de energia. Segundo um estudo de uma ONG internacional, “a produção de electricidade a partir de biomassa é genericamente menos eficiente que a produção de electricidade a partir de outros combustíveis devido a um menor poder calorífico do combustível, maior variabilidade do conteúdo em humidade e maior heterogeneidade dos combustíveis. A eficiência de combustível destas centrais está tipicamente abaixo dos 35% (valor eventualmente possível para centrais bem desenhadas e correctamente operadas)”.
Mas há o outro lado. Os responsáveis da Central Termoeléctrica de Mortágua, que tem na biomassa o seu principal combustível, apresentaram recentemente as conclusões do relatório sobre o funcionamento desta unidade, inaugurada em 1999. “Este projecto desenvolvido nos anos noventa pela EDP – Electricidade de Portugal em consórcio com o Centro da Biomassa para a Energia (CBE), permitiu a utilização dos resíduos florestais, muito abundantes naquela zona, para produzir electricidade, criando condições para a limpeza das matas e florestas, por parte dos seus proprietários, contribuindo assim para a redução dos riscos de incêndio, para o ordenamento florestal da zona Centro do País e para a redução da dependência energética externa e aumenta a penetração das energias renováveis em Portugal”.
Antes de terminar, gostava de realçar que este texto não pretende fazer qualquer juízo de valor a favor ou contra a central de biomassa. O objectivo é apresentar os dois lados da questão e tentar potenciar a discussão sobre o tema.
Considero a instalação de estruturas deste género um impulso muito importante para a economia do nosso concelho e um contributo decisivo para o nosso ambiente, mas também entendo que seja necessário discutir as coisas com frontalidade e sem receios de qualquer espécie. O concelho só tem a ganhar e as pessoas ficam mais informadas. Isto porque, no caso que o nosso leitor nos trouxe, através daquela notícia, o que mais me “chocou” foi a falta de informação daquelas pessoas e o medo que votavam ao desconhecido.

É triste dize-lo, mas já vi muitos políticos fazerem-se valer desta ignorância para daí recolher dividendos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Memórias: Avenida Gonçalo Rodrigues Caldeira


A inauguração da nova biblioteca da Sertã aconteceu no passado sábado, ali na Avenida Gonçalo Rodrigues Caldeira. Mas não é essa a razão deste texto. As nossas Memórias de hoje conduzem-nos a esta mesma avenida em meados da década de 50 do século passado.
Uma altura em que os carros ainda se estacionavam do lado esquerdo da via, as árvores ainda se erguiam junto à ribeira e a ponte de Santo Amaro era ainda transitável para veículos. Nas casas da zona, as diferenças também se fizeram sentir. Entre a casa dos magistrados (hoje biblioteca) e o prédio de três andares do início da avenida, os imóveis são hoje totalmente diferentes: ampliações, novas construções ou simplesmente alteração de fachadas marcam esta rua que uns anos depois deste “instantâneo” havia de assistir a uma chegada da Volta a Portugal, em ciclismo.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

José Paulo Farinha em discurso directo


É um momento raro (não por culpa do visado), mas que vale a pena não perder. O presidente da Câmara Municipal da Sertã concedeu uma entrevista há cerca de duas semanas a uma revista beirã (Kaminhos Magazine), onde dá conta das suas prioridades para o que resta do seu mandato e das queixas que faz relativamente ao Governo de Sócrates.
Mas vamos às prioridades. José Paulo Farinha concentra a aposta em “conseguir tirar o maior potencial possível dos três recursos com que este concelho foi contemplado – água, floresta e ambiente”, ao mesmo tempo, que defende uma estratégia de captação de micro e pequenas empresas, se possível de alta tecnologia. Sobre o ambiente, o presidente da Câmara da Sertã considera que “foi uma das áreas prioritárias desde que tomámos posse em 2002. Um dos trabalhos que realizámos foi a identificação das «Medidas e Acções de Apoio à Floresta», que visa uma primeira aproximação à gestão sustentável da floresta. Outro dos trabalhos empreendido neste domínio foi a conclusão da «Agenda 21 Local do Município da Sertã»”. Neste particular, não posso deixar de dar os parabéns a José Paulo Farinha, até porque a Sertã foi o primeiro concelho do país a concluir a Agenda 21.
Quantos aos projectos em curso, nomeadamente no que concerne aos três recursos “com que o concelho foi contemplado”, o autarca destaca o alargamento do parque do Cabeço Raínho e a construção da central de biomassa na Zona Industrial da Sertã, a cargo da Palser. Referência também para a energia hídrica, “estando a desenvolver-se estudos que irão concretizar, futuramente, no terreno as conclusões dessas acções”, nota José Paulo Farinha.
No capítulo das acessibilidades, apesar de algumas melhorias, as coisas não estão tão bem, designadamente no que se refere às ligações a outros municípios. “Nas ligações entre municípios limítrofes ainda há muito a fazer. Como grande prioridade surge a Estrada Nacional 238 (EN 238), via estruturante para o concelho da Sertã, mas também para os concelhos limítrofes”. Além desta, José Paulo Farinha fala ainda da EN2 e do IC8, duas vias estruturantes e que requerem obras de melhoramento.
Um dos temas que mais aguardava ver tratado na entrevista era o turismo e as minhas expectativas não saíram defraudadas. “Passados que estão cinco anos à frente dos destinos da Câmara da Sertã, não mudei ainda a opinião que tinha sobre este sector. Reconheço que temos potencialidades turísticas, não sendo difícil apontar razões para atrair o turista. Embora se tenha bom ambiente, boas paisagens, boa gastronomia, gentes que sabem receber como poucas, o concelho isoladamente não tem futuro turístico, nem nenhum concelho da Zona do Pinhal conseguirá ter expressão neste domínio, a não ser por meio de uma actuação integrada se alcançará esse objectivo”, disse o edil da Sertã. Enfim, o que há muito já se sabia foi finalmente apreendido pelo nossos autarcas. Haja vontade para encontrar políticas e estratégias concertadas entre todos.
Mas José Paulo Farinha disse mais sobre o tema: “Sem querer ferir susceptibilidades, não considero Turismo o que se passa em grande parte dos nossos concelhos, pois considero que só existe negócio turístico quando as pessoas se instalam na região, dois ou três dias, porque neste caso, terão que tomar as suas refeições nos cafés e restaurantes, dormir e comprar algo no local escolhido. É óbvio que o concelho da Sertã, bem como os concelhos envolventes têm grandes potencialidades para divulgar. Mas sejamos pragmáticos, repito, só através de uma acção conjugada e articulada dos vários municípios conseguiremos atingir algum desiderato no sector turístico”.O presidente da Câmara da Sertã aproveitou ainda a entrevista para deixar alguns recados ao Governo. “Sem querer ser derrotista, em jeito de desabafo, e não obstante ser um defensor de que a sensatez e a sobriedade devem pautar o comportamento humano, a irrelevância e a indiferença a que tem sido votada esta Região, em particular, e o Interior, em geral, além da ausência de uma visão estratégica para a mesma, levam-me a repensar a minha forma menos impositiva de manifestar, em algumas circunstâncias, as minhas preocupações para o desenvolvimento do concelho”. Quanto a uma provável recandidatura à Câmara Municipal da Sertã, José Paulo Farinha não abre o jogo. “Tenho muita honra e um orgulho imensurável de estar a desempenhar as funções de presidente da Câmara, mas ainda é cedo para abordar esta questão. Sem qualquer espécie de «tabu», os leitores compreenderão que não posso acrescentar mais nada acerca desta matéria”.
Foto: Kaminhos Magazine

domingo, 21 de outubro de 2007

Equipas do concelho voltam às vitórias

O fim-de-semana futebolístico correu de feição para as equipas do concelho da Sertã, que esta tarde venceram as partidas em que estiveram envolvidas: o Sertanense bateu (2-0) o Portomosense e o Vitória de Sernache despachou (4-0) o Teixosense.
Na Sertã, Sertanense e Portomosense não proporcionaram um grande espectáculo de futebol a todos os que se deslocaram ao Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos. Os homens de Eduardo Húngaro começaram melhor, mas a turma de Porto de Mós foi equilibrando as operações.
O primeiro golo, apontado por Filipe Avelar, chegou ainda antes do intervalo, um resultado que tranquilizou a equipa sertaginense para a segunda parte. No período complementar, as melhores oportunidades pertenceram à formação da casa, que chegaria ao segundo golo, já no final da partida, por intermédio de Wellington, depois de uma jogada magistral de contra-ataque. Com este resultado, o Sertanense mantém a terceira posição do campeonato Nacional da 3.ª Divisão (Série D), atrás do Monsanto e do Unhais da Serra.
A história do jogo em Cernache do Bonjardim pode quase resumir-se aos golos marcados e falhados pela formação de António Joaquim. Apesar do Teixosense ter começado melhor, foi o Vitória que comandou quase sempre as operações, vencendo com naturalidade o seu opositor. Os golos foram assinados por Miguel Farinha (2), Fredy e Paulo Lopes.Na classificação do Distrital de Castelo Branco, a turma de Cernache subiu à quarta posição, ultrapassando Pedrógão e Águias de Moradal.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Memórias: «Cimo» da rua do Vale


É hoje difícil imaginar do que falariam aqueles dois homens parados no meio da via. Sabemos, no entanto, que o tempo não estava de feição – pelo guarda-chuva que um deles tem dependurado do braço. Também sabemos que o miúdo (provavelmente filho do outro homem) tem o olhar “preso” na montra da loja em frente.
Se a conversa era interessante, não é muito relevante. Mas são relevantes dois pormenores nesta imagem do século passado do «cimo» da rua do Vale: o homem que se prepara para conduzir a junta de bois e o “carocha” estacionado no lado esquerdo da imagem. Estes dois pormenores trazem-nos à memória o antigamente, a Sertã de outros tempos. É essa Sertã que hoje aqui recordamos nesta fotografia. Uma vila de contrastes e onde muito mudou de então para cá. Conseguem assinalar as diferenças?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PIDDAC com dinheiro para remodelação do Centro de Saúde

O Centro de Saúde da Sertã vai ser finalmente remodelado. Pelo menos, a verba necessária para a empreitada está já incluída no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2008, que o Governo apresentou na passada semana.
Segundo o PIDDAC, a remodelação deverá custar 315 mil euros, dos quais 240 mil serão financiados por fundos comunitários. Os restantes 75 mil euros provém de receitas gerais.
Além do Centro de Saúde, o PIDDAC afectou uma verba de três mil euros para o desenvolvimento de uma nova infra-estrutura do Centro de Emprego da Sertã. Os pormenores são, para já, desconhecidos.É curioso notar que as dotações do PIDDAC para 2008, no que concerne ao concelho da Sertã, aumentaram significativamente (71,9 por cento) em relação a 2007. Ou seja, uma boa notícia para o nosso concelho, que nos últimos anos foi extremamente penalizado pelas dotações do PIDDAC.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Sertã vai ter central de biomassa

Todos concordam na necessidade de encontrar alternativas às energias não renováveis. O concelho da Sertã parece ter compreendido, desde cedo, a importância de aproveitar os recursos naturais de que dispõe para a produção de energias renováveis e “mais limpas”. O ambiente agradece e a economia do concelho também.
Depois do anúncio de que o parque eólico do Cabeço Raínho será alargado, surge agora a notícia de que está para breve o início da construção de uma central termoeléctrica a biomassa florestal. O empreendimento, que foi adjudicado à Palser em Abril último, será edificado na Zona Industrial da Sertã e terá uma capacidade de produção de 3 megawats.
Representando um investimento de 10 milhões de euros, a central deverá empregar directamente cerca de uma dezena de pessoas.
Libânio Nunes, gerente da Palser, sublinhou, em entrevista recente ao jornal Reconquista, que esta aposta nas energias renováveis “é uma evolução da empresa”, que tem tradição na exploração florestal. O projecto deverá estar concluído dentro de dois anos.
A título de curiosidade, refira-se que a biomassa é uma fonte de energia, derivada dos produtos e subprodutos da floresta, resíduos da indústria da madeira, resíduos de culturas agrícolas, efluentes domésticos e de instalações de agro-pecuária, de indústrias agro-alimentares, culturas energéticas (biocombustíveis) e resíduos sólidos urbanos.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Nova biblioteca da Sertã inaugurada no sábado


Finalmente! Este podia muito bem ser o título desta crónica que hoje aqui vos deixo. Depois de vários adiamentos, é já no próximo sábado que é inaugurada a «nova» Biblioteca Municipal da Sertã, que ficará instalada na Casa dos Magistrados (imóvel que sofreu diversas obras, ao longo dos últimos meses), na Avenida Gonçalo Rodrigues Caldeira.
A «nova» biblioteca, que aproveita o espólio da biblioteca da Gulbenkian – durante anos instalada no edifício dos Paços do Concelho da Sertã – ocupará os dois pisos da Casa dos Magistrados e será o “novo ex-libris cultural da vila”, pelo menos a julgar pelas palavras dos responsáveis autárquicos.
Para já, a informação sobre o novo espaço é ainda escassa, mas foi possível apurar que o mesmo ficará servido por uma “ampla sala de leitura”, hall de entrada com recepção e serviço de atendimento personalizado, sala com computadores e acesso à Internet, além de televisores e funcionalidades várias. Quanto à aquisição de novos livros para a biblioteca, além dos que pertenciam ao espólio da Gulbenkian, será preciso esperar pelo dia da abertura para comprovar in loco essa situação.
Apesar da instalação da biblioteca neste edifício não ser consensual, é um facto que a vila da Sertã necessita de um espaço deste género e que este só peca por tardio. Sublinhe-se que a anunciada instalação da Confraria do Maranho neste edifício, a par com a biblioteca, já não se irá realizar. As razões são desconhecidas.

Empate e derrota em fim-de-semana aziago

A deslocação das duas equipas do concelho da Sertã à Cova da Beira não correu de feição, tendo-se saldado por um empate (Sertanense) e uma derrota (Vitória de Sernache).
Num jogo muito equilibrado, a equipa do Sertanense não conseguiu melhor do que um empate a zero frente ao Unhais da Serra. Depois de uma primeira parte de pouca qualidade, o segundo tempo foi mais bem jogado, mas o nulo acabou por não se desfazer, pese embora as boas oportunidades que os comandados de Eduardo Húngaro tiveram nos últimos minutos.
O resultado é positivo e serviu para manter a terceira posição, que a equipa da Sertã ocupa actualmente no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão (Série D). Na próxima jornada, o opositor será a turma do Portomosense.
Quem não teve motivos para festejar foi a equipa do Vitória de Sernache que saiu goleada (5-2) da sua deslocação ao campo da A.D. Fundão. Num duelo de candidatos, os fundanenses aproveitaram muito bem os erros do adversário e não deram hipótese neste autêntico jogo de candidatos. Os golos do Vitória foram apontados por Nuno Alves e Miguel Farinha, enquanto pela Desportiva marcaram Óscar Menino, Ricardo Fonseca, Rui Paulo, Nuno Baptista e André Cunha. Com este resultado, a equipa de Cernache do Bonjardim caiu para a sexta posição.Nas camadas jovens e em jogo a contar para o Distrital de Juniores, Sertanense e Vitória de Sernache defrontaram-se, com a vitória, através de números bastante expressivos, a sorrir aos primeiros.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Memórias: Largo de São Sebastião


Há quem diga que para compreender o presente é preciso conhecer o passado. Cientes desta premissa, iniciamos hoje a publicação de um conjunto de fotos que retratam a Sertã de antigamente.
Para começar, optámos por uma imagem que nos mostra o Largo de São Sebastião, em meados do século passado. Apesar das muitas diferenças que encontramos, é curioso verificar que a estrutura das casas à direita é quase a mesma de hoje.
Mas a rotunda está diferente. Os muros e o arvoredo em frente deram lugar ao que é hoje o restaurante Ponte Velha e a discoteca Big P. E a largura do piso parece ter-se perdido nas brumas do tempo.Um dos pormenores interessantes da foto reside nas duas mulheres que, à cabeça, transportam alguns bens essenciais. Sinais de outros tempos!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Lucro tributável por empresa na Sertã


A Sertã ocupou o 173.º lugar entre os concelhos com maior lucro tributável por sujeito passivo de IRC, em 2006, revelou hoje a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI). O primeiro lugar da tabela de 308 concelhos pertence ao município de Castro Verde, enquanto Lisboa só surge na quinta posição e o Porto fica-se pelo 15.ª posto.
O lucro tributável é o valor sobre o qual é calculado o valor de derrama a receber pelo município com base na taxa decidida pela autarquia em Assembleia Municipal. Recorde-se que, face à Lei de Finanças Locais aprovada este ano, as autarquias podem aplicar uma taxa (derrama) sobre o lucro tributável das empresas até 1,5 por cento.
Com 421 empresas que contribuem para o lucro tributável do município, a Sertã apresenta um valor total de lucro superior a 10 milhões de euros (10.528.526,96 euros), ficando à frente de concelhos como Guimarães, Odivelas, Barcelos ou Fundão (isto em termos médios – relação empresa/valor tributado). Em termos do distrito de Castelo Branco, a Sertã ocupa a quinta posição, depois de Castelo Branco, Covilhã, Belmonte e Penamacor, ficando à frente de todos os outros municípios da Zona do Pinhal: Oleiros (240.º lugar), Proença-a-Nova (292.º) e Vila de Rei (305.º).

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Fixar população na Sertã


Há ideias em que vale a pena pensar. Na passada semana, publiquei neste blogue um texto que dava conta de que a Sertã tem vindo a perder população desde a década de 70.
Face a este dado preocupante, urge tomar medidas e equacionar ideias para inverter esta situação. Antes de mais e como dizia um dos nossos leitores é preciso que todos “remem para o mesmo lado”.
Mesmo assim, é preciso mais. Talvez por isso seja interessante trazer aqui o exemplo do concelho de Manteigas, que padece também do problema da perda da população. Na passada semana, a câmara local resolveu isentar todos os jovens residentes no município, com idades entre os 18 e os 35 anos, do pagamento do imposto municipal sobre transmissão de imóveis, também conhecido por IMT.
A proposta apresentada, e que mereceu elogios de várias entidades do concelho, contempla a aquisição de prédio ou fracção autónoma de prédio urbano “destinado exclusivamente a primeira habitação própria permanente, desde que o valor sobre o qual incidiria o imposto não ultrapasse os valores máximos de habitação a custos controlados acrescidos de 50 por centro”.
Outra decisão também tomada por aquele executivo municipal prende-se com a redução do IRS (Imposto sobre o Rendimento das pessoas Singulares). Neste âmbito, foi aprovada a “dedução máxima, correspondente a três por cento, na participação variável do IRS, com efeitos na dedução à colecta dos sujeitos passivos com domicílio fiscal em Manteigas”.
Estas duas medidas têm como objectivo fixar população no concelho, ao mesmo tempo, que se pretende atrair novos investimentos. Há quem defenda que as câmaras podem perder receitas com estas decisões, mas no médio/longo-prazo os benefícios serão enormes para o concelho. Esta é apenas uma ideia de muitas. Contudo, todos nós poderemos ter uma palavra a dizer...