Concluímos hoje a publicação do texto inédito: «Sertã... no coração do Pinhal», com a divulgação da terceira parte:
A viagem continua até ao miradouro da Bela Vista. Enquadrado no meio da floresta sobranceira à vila da Sertã, o miradouro é um dos poucos locais de onde se pode avistar em toda sua extensão a vila da Sertã. Lá ao fundo, as casas ordenam-se de uma forma geométrica por entre os pinheiros e eucaliptos que cercam a vila. Ao nosso lado, um casal de namorados aproveita o recôndito lugar para práticas um pouco mais íntimas.
Não muito longe daí, na freguesia do Marmeleiro, vamos encontrar escondido pelo denso arvoredo de pinheiros e eucaliptos, a ponte dos Três Concelhos. Curiosamente, do cimo desta ponte podemos avistar sem grande dificuldade três concelhos completamente diferentes: Sertã, Vila de Rei e Mação. Com seis arcos e um traço de características romanas, a ponte situa-se no fundo de um vale. Por instantes, deixamos prender a nossa atenção com as mulheres que vão lavando a sua roupa na ribeira que passa por baixo daquela estrutura e pelos seus filhos que mais abaixo se vão banhando nas águas tranquilas que por ali correm. Uma vontade súbita de também dar um mergulho é interrompida “in extremis” por um acesso de lucidez.
Depois de tão retemperada visita, seguimos novamente para Norte em direcção a Pedrógão Pequeno. A nossa visita inicia-se com uma prova de resistência, isto é, descer até ao ponto onde se encontra a ponte filipina. Uma descida íngreme pontuada por enormes rochedos que nos acossam o caminho e que através do extenso arvoredo mal nos fdeixam distinguir a luz do dia. O percurso é fascinante e assustador ao mesmo tempo. Os muros de pedra que cercam em algumas partes do percurso transmitem uma certa confiança, uma vez que olhar para o desfiladeiro que se estende a pouca distância dos nosso pés, poderá ser o suficiente para desistir da aventura. Depois de uma boa caminhada por um caminho que podemos considerar relativamente largo, eis que chegamos ao nosso objectivo: a ponte filipina. A luz do sol encadeia-nos, depois de tanta ausência de luminosidade. Sentimos uma estranha sensação de alívio. O silêncio ali é quase perturbador e só muito ao longe distinguimos o barulho dos carros que passam pelo tabuleiro da nova ponte do cabril (a maior ponte da península ibérica, em termos de altura).
Situada a jusante da barragem do Cabril e construída durante a ocupação Filipina, entre 1607 e 1610, a ponte ergue-se através dos seus três e com um altura de 62 metros.
Agora, é necessário voltar atrás. O caminho é sempre a subir. O mesmo percurso de há pouco, mas sempre a subir, a subir. Quando atingimos o topo novamente, o cansaço é agora presença continuada.
Depois de tanto esforço, uma ida até ao miradouro de Nossa Senhora da Confiança parece a decisão mais acertada. Os nossos olhos perdem-se na imensa paisagem que se encontra diante de nós. Montes e vales imensos salpicados aqui e ali por uma fina vegetação e lá ao fundo uma sublime linha de água libertada momentos antes pela barragem do Cabril são uma visão de eleição para nós. E os nossos olhos por ali navegam retendo as últimas impressões da viagem.
Não muito longe daí, na freguesia do Marmeleiro, vamos encontrar escondido pelo denso arvoredo de pinheiros e eucaliptos, a ponte dos Três Concelhos. Curiosamente, do cimo desta ponte podemos avistar sem grande dificuldade três concelhos completamente diferentes: Sertã, Vila de Rei e Mação. Com seis arcos e um traço de características romanas, a ponte situa-se no fundo de um vale. Por instantes, deixamos prender a nossa atenção com as mulheres que vão lavando a sua roupa na ribeira que passa por baixo daquela estrutura e pelos seus filhos que mais abaixo se vão banhando nas águas tranquilas que por ali correm. Uma vontade súbita de também dar um mergulho é interrompida “in extremis” por um acesso de lucidez.
Depois de tão retemperada visita, seguimos novamente para Norte em direcção a Pedrógão Pequeno. A nossa visita inicia-se com uma prova de resistência, isto é, descer até ao ponto onde se encontra a ponte filipina. Uma descida íngreme pontuada por enormes rochedos que nos acossam o caminho e que através do extenso arvoredo mal nos fdeixam distinguir a luz do dia. O percurso é fascinante e assustador ao mesmo tempo. Os muros de pedra que cercam em algumas partes do percurso transmitem uma certa confiança, uma vez que olhar para o desfiladeiro que se estende a pouca distância dos nosso pés, poderá ser o suficiente para desistir da aventura. Depois de uma boa caminhada por um caminho que podemos considerar relativamente largo, eis que chegamos ao nosso objectivo: a ponte filipina. A luz do sol encadeia-nos, depois de tanta ausência de luminosidade. Sentimos uma estranha sensação de alívio. O silêncio ali é quase perturbador e só muito ao longe distinguimos o barulho dos carros que passam pelo tabuleiro da nova ponte do cabril (a maior ponte da península ibérica, em termos de altura).
Situada a jusante da barragem do Cabril e construída durante a ocupação Filipina, entre 1607 e 1610, a ponte ergue-se através dos seus três e com um altura de 62 metros.
Agora, é necessário voltar atrás. O caminho é sempre a subir. O mesmo percurso de há pouco, mas sempre a subir, a subir. Quando atingimos o topo novamente, o cansaço é agora presença continuada.
Depois de tanto esforço, uma ida até ao miradouro de Nossa Senhora da Confiança parece a decisão mais acertada. Os nossos olhos perdem-se na imensa paisagem que se encontra diante de nós. Montes e vales imensos salpicados aqui e ali por uma fina vegetação e lá ao fundo uma sublime linha de água libertada momentos antes pela barragem do Cabril são uma visão de eleição para nós. E os nossos olhos por ali navegam retendo as últimas impressões da viagem.