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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Jornais antigos: O Zephyro

Começou a publicar-se no dia 30 de Junho de 1898 e dava pelo nome de «O Zephyro». O jornal, com sede em Cernache do Bonjardim, tinha uma periodicidade semanal e propunha-se abordar temáticas como a religião, a literatura e as artes.
A ideia para a sua fundação partiu de Fabião de Almeida e inicialmente a circulação do jornal restringia-se ao interior do Seminário das Missões Ultramarinas, funcionando mesmo, em alguns momentos, como uma espécie de porta-voz da instituição.
A publicação, de cariz assumidamente amador, tinha um número bastante reduzido de cópias na rua, devido ao facto de ser manuscrita. O redactor António Pedro Ramalhosa assegurava a escrita das notícias e Pedro Lourenço desempenhava as funções de secretário na redacção.
Não sabemos até quando se publicou este jornal, mas é um facto que o mesmo ainda existia nos primeiros anos do século XX.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Jornais antigos: Voz do Povo

Divulgar “a propaganda republicana” e difundir “os princípios liberais”. Estes eram os grandes objectivos da Comissão Municipal Republicana (aqui baptizada de Empreza de Propaganda Liberal) para o jornal «Voz do Povo», criado no seu seio em 4 de Dezembro de 1910. A nova publicação, que durou até 30 de Novembro de 1913, tinha como administrador Zeferino Lucas, director António Augusto Rodrigues e editor Luís Domingues da Silva Dias.
O forte cunho republicano deste jornal fez-se notar ao longo das suas 157 edições, sendo certo que os seus responsáveis visavam, em primeiro lugar, o “bem da nossa terra”. No segundo número da «Voz do Povo», podia ler-se: “Apenas advogamos a necessidade d’uma leal conjuncção de esforços no sentido de elevarmos esta terra ao maior gráo de progresso que seja compatível com a sua situação, e de fazer frente – com probabilidades de victoria – a qualquer assalto que aos seus justificados direitos porventura seja dirigido”.
Esta publicação foi bastante influente no concelho e nela foram dadas a conhecer diversas matérias, até aqui, ignoradas pelos seus leitores. A vida política, social e cultural tinha um papel importante no jornal, que não esquecia também os artigos de opinião assinados por alguns dos ilustres cidadãos da época.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

As ruas da Sertã: Rua Eduardo Barata da Silva Corrêa

Onde fica? Está situada na zona da Praceta da Pinhal, não muito longe da Mata Velha

Quem foi? “No dia 30 de Março de 1957, ao cair da noite, pelas 19 horas, exalava o último suspiro na sua casa da Sertã, o Sr. Eduardo Barata da Silva Corrêa, director deste jornal desde a sua fundação, em Maio de 1936”. Foi desta maneira que o jornal «A Comarca da Sertã» noticiou a morte do seu director e fundador Eduardo Corrêa, um dos homens que mais fez pelo jornalismo da região e que deixou um legado impressionante nas diversas áreas em que actuou.
Quem com ele conviveu fala de um homem “corajoso”, “sincero”, “persistente”, “lutador”, “teimoso” e “destemido”. Eduardo Corrêa foi isso e muito mais, mas para a posteridade ficou como o ‘pai’ d’A Comarca da Sertã, o semanário que no próximo ano comemora os 75 anos de existência.
A sua vida foi preenchida e cheia de histórias. Nasceu no dia 24 de Fevereiro de 1902, sendo filho de Eduardo Barata Correia e Silva e de Efigénia Neves Correia e Silva.
A sua infância foi passada na vila da Sertã. Depois de frequentar a escola primária (onde teve como professores Tomás Namorado e Joaquim Pires de Moura), viajou até Lisboa para seguir o liceu, que haveria de concluir em Cernache do Bonjardim, mais precisamente no Instituto de Missões Coloniais.
A paixão pelo jornalismo começou a desenvolver-se durante a sua estada neste instituto. Nas férias, resolveu publicar um pequeno jornal, «A Hora», “cujos exemplares eram obtidos por meio de copiógrafo e distribuídos pelos assinantes, constituídos pelas pessoas de família e amigos”, escrevia o jornal «A Comarca da Sertã», na sua edição de 15 de Abril de 1957.
Regressado à Sertã, começou a trabalhar no escritório de seu pai, dividindo o tempo entre os seus afazeres profissionais e a publicação de um novo jornal, «A Folha», que além da actualidade noticiosa do concelho, dedicava as suas páginas a fomentar a cultura entre os sertaginenses.
Aos 20 anos decidiu tentar a sua sorte em Moçambique e por lá permaneceu durante 12 anos.
Já na Sertã, juntou-se a Ângelo Henriques Vidigal, António Barata e Silva, José Barata Corrêa e Silva e José Carlos Erhardt e fundou, em 1936, o jornal «A Comarca da Sertã», que dirigiu até 1957, altura do seu falecimento. “Foi no desempenho destas funções que melhor deu a medida das suas qualidades de inteligência e de carácter, mostrando também ser um trabalhador incansável que dava ao seu jornal horas e horas de exaustiva aplicação”, assinala a mesma edição deste semanário.
Nas mais de duas décadas em que foi director desta publicação pugnou pela defesa dos interesses da Sertã e integrou diversas comissões que lutavam pela construção de diversas infra-estruturas no concelho. Só para referir algumas, destacamos o seu papel em todo o processo de instalação do Centro Liceal Técnico, na construção de uma linha de caminho de ferro que passasse pela Sertã e na definição de um novo plano urbanístico para a vila da Sertã (processo polémico que se arrastou durante quase toda a década de 1940).
Mas não foi só no jornalismo que a sua presença se fez notar. Esteve igualmente ligado a diferentes direcções do Clube da Sertã, do Sertanense Futebol Clube e dos Bombeiros Voluntários da Sertã (o seu corpo foi conduzido à última morada no pronto-socorro dos Bombeiros Voluntários da Sertã).
Os seus dotes para a docência eram-lhe também reconhecidos, tendo sido professor particular de “muita competência”.

Foi casado com Maria Vitorina de Oliveira Barata, com quem teve seis filhos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Jornais antigos: Correio da Beira

O dia 14 de Abril de 1932 ficou para a história do jornalismo sertaginense pelo aparecimento de um novo semanário, intitulado «Correio da Beira». Dirigido por Virgílio Godinho e editado por Zeferino Lucas, esta publicação sobreviveu até 1934.
No primeiro número, os objectivos dos promotores ficaram logo definidos: “Propõe-se este jornal ser doravante, a boca que reclama, o cérebro que congemina, o coração que sente, outorgando-se o privilégio de reclamar, pensar e sentir em nome de todos quantos, até agora, se têm mantido, por inércia, por comodismo, na vaga expectativa de uma justiça que cairá dos infinitos céus aos trambolhões para realizar, a golpes de mágica, todos os instrumentos do progresso regional”.
Entre as notícias em destaque nesta edição inaugural contavam-se o problema do analfabetismo no concelho, a inauguração da carreira diária entre Sertã e Lisboa da Companhia de Viação de Sernache e a contracção de um empréstimo de 100 mil escudos destinados ao aproveitamento de uma queda de água da Ribeira Grande, para produção de energia eléctrica, que abastecerá a vila da Sertã de luz artificial.

Este semanário fazia ainda publicar artigos de vários ilustres sertaginenses como o Pe. António Lourenço Farinha, Cândido Teixeira ou José Carlos Ehrarhdt.

sábado, 19 de junho de 2010

Jornais antigos: Pátria de Celinda

“Pela Verdade e pela Justiça”. Esta era a frase que surgia no cabeçalho de todos os números do semanário independente Pátria de Celinda, que se publicou na Sertã entre 4 de Fevereiro de 1917 e 21 de Agosto de 1921.
No seu primeiro número, o director Ernesto Marinha escrevia que a nova publicação “não vem acorrentada a partidos; não traz compromissos de espécie alguma; apreciará, no entanto, com justiça, a marcha da política local, pugnando com intransigência pelos interesses legítimos da Certã e dos povos que mais estreitamente lhe estão ligados pelas relações económicas, políticas e administrativas”.
Todavia, este primeiro número da Pátria de Celinda ficaria para a história por um acaso do destino. Quando o jornal estava prestes a ser imprimido, uma terrível notícia chegou à redacção – o edifício dos Paços do Concelho, situado naquilo que é hoje o miradouro Caldeira Ribeiro, estava em chamas. Não podendo alterar a estrutura do jornal, Ernesto Marinha resolveu retirar uma pequena notícia que havia colocado na página 3, aproveitando para aí fazer eco do acontecimento. A edição seguinte trazia o resto da história, de forma mais pormenorizada.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Jornais antigos: A Nympha do Zêzere

“O nosso jornal será meramente litterario, mas acompanhando sempre o movimento noticioso dos acontecimentos mais notáveis, e de todos os que se passarem mais perto de nós, para despertar a curiosidade e o interesse de carácter local”. Foi com estas palavras que a redacção do jornal Nympha do Zêzere resumiu a missão deste semanário, que teve o seu primeiro número na rua no dia 12 de Março de 1897.
O jornal caracterizava-se por dar grande destaque à publicação de folhetins, poemas e artigos de reflexão sobre matérias de carácter nacional e internacional, reservando quase sempre uma das suas quatro páginas para a divulgação de notícias regionais e locais.
Por exemplo, na primeira edição, mereceram destaque a actuação do Grupo Dramático Certaginense que levou à cena no Theatro Avenida (apesar das suas reduzidas dimensões, pode dizer-se que foi a primeira sala de espectáculos da vila) a peça «Uma Lição para Noivos», e as comemorações do Carnaval, que segundo este periódico, “esteve pouco animado (…) faltando-lhe o enthusiasmo d’outros tempos”.

Apesar de algumas pesquisas, foi impossível determinar até quando se publicou este semanário.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Jornais antigos: Campeão do Zêzere


“Com a fundação d’este semanário não temos em vista derrubar thronos, nem guerrear governos, o nosso scopo, o fim primordial d’elle, será advogar os interesses moraes e materiaes do torrão que nos vio nascer e os de toda a comarca”. Era desta forma simbólica que Joaquim Martins Grillo apresentava o jornal Campeão do Zêzere, dirigido por si e cuja primeira edição foi para as bancas no dia 1 de Fevereiro de 1891.
O semanário, que era detido por Francisco Martins Grillo, estava sedeado na Sertã e contava no corpo redactorial com J.A. de Souto Brandão e A.H.F da Conceição.
Apesar do enfoque noticioso ser o concelho sertaginense, o município vizinho de Pedrógão Grande também recolhia uma atenção especial nas páginas desta publicação.
No primeiro número, um dos grandes destaques foi o lançamento do livro de contos «Chromos», de Magdalena Martins de Carvalho, um acontecimento muito celebrado na Sertã dos finais do século XIX.
Segundo as fontes existentes, o jornal ter-se-á publicado até ao dia 3 de Julho de 1892 (47 números no total).

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Jornais antigos: Família Paroquial de Várzea dos Cavaleiros


O número de estreia foi publicado no primeiro dia de 1956. O jornal de inspiração cristã «Família Paroquial de Várzea dos Cavaleiros» era dirigido e editado pelo Padre Manuel da Cruz Nunes de Matos.
Apesar do seu cunho marcadamente cristão, este jornal dava conta de várias notícias da freguesia e arredores, tendo publicando alguns folhetins literários e artigos reflexivos, que abordavam os mais diversos temas.
Não se sabe ao certo quando deixou de existir, mas é possível afirmar que teve, pelo menos, 53 edições.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Jornais antigos: O Correio da Sertã


Não há certezas, mas tudo indica que «O Correio da Sertã» foi o primeiro jornal a ser publicado na vila da Sertã. A sua primeira edição remonta ao dia 1 de Novembro de 1884.
Apresentando-se como “folha litteraria, noticiosa, commercial e agrícola”, esta publicação durou perto de dez anos, sendo que a sua última edição foi para os escaparates a 29 de Novembro de 1894.
Eduardo Gonçalves era o administrador, ao passo que Abílio David surgia como redactor principal deste jornal, cujo programa editorial garantia: “Faremos tudo o que em nossas débeis forças couber para o engrandecimento e prosperidade d’esta pobre, mas sympathica terra que nos viu nascer”.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Jornais antigos: Certaginense




Joaquim Martins Grillo foi um dos mais ilustres jornalistas do nosso concelho e a sua actividade foi bastante profícua entre o final do século XIX e os inícios do século XX. É a ele que se deve a fundação de dois dos jornais mais marcantes desse período: o Campeão do Zêzere e o Certaginense.
Do primeiro falaremos mais tarde, até porque o que nos traz aqui hoje é mesmo o Certaginense. A primeira edição saiu a 10 de Outubro de 1889 e, desde logo, se revelou o cunho marcadamente literário deste jornal.
Manuel António Grillo (desconhecemos o grau de parentesco com o director do jornal) administrava esta publicação, que tinha a sua redacção na Rua do Valle, n.º 3 a 9, na Certã.
A divulgação de folhetins literários, como por exemplo «As Víctimas do Ódio», foi uma das suas principais imagens de marca, mas as notícias do concelho mereciam também lugar de destaque. O jornal, de inspiração republicana, publicou-se até ao dia 25 de Dezembro de 1895. Alguns anos mais tarde, este semanário («folha imparcial», como Joaquim Martins Grillo gostava que fosse conhecido) viria a ser reactivado: esteve nas bancas entre os dias 7 de Abril de 1918 e 4 de Março de 1920.