Onde fica? Tem início no fundo da ‘rua do Vale’ (rua Cândido dos Reis) e termina junto ao Largo de São Sebastião
Quem foi? Grande amigo de Nuno Alvares Pereira, Gonçalo Rodrigues Caldeira ficou também ele ligado à história da famosa batalha de Aljubarrota, que teve lugar no dia 14 de Agosto de 1385.
Segundo rezam as crónicas nasceu na Sertã, durante o século XIV, onde os seus dotes de soldado desde cedo se fizeram notar. Gonçalo Rodrigues (nome de baptismo) foi feito capitão pelo futuro rei D. João I, ainda antes do Mestre de Avis ter assumido o trono do reino de Portugal, na sequência da famosa crise de 1383-1385.
Esta crise, aliás, teve o seu ponto alto na batalha de Aljubarrota, onde o capitão sertaginense foi figura de destaque, ao lado do Condestável.
Foi nesta batalha que ganhou um novo apelido – Caldeira. Manso de Lima conta a história na obra Certa Ennobrecida ou Discrição Topographica da Villa da Certa: ““Feito capitão (…) com este posto se achou na batalha de Aljubarrota, em 1385, onde, entre outras, acções notáveis, ganhou a bagagem aos castelhanos em que achou um Anjo de Prata que ofereceu a El-rei D. João I, que dele fez presente à Colegiada de Guimarães, passando esta a leva-lo nas procissões que fazia nas festas do Anjo Custódio. Encontrou também uma relíquia do Santo Lenho que ofereceu ao Condestável e a notável caldeira de bronze em que se cosiam três e quatro bois juntos, a qual ainda hoje se conserva no convento de Alcobaça. Era de tantas forças que a levantou em presença de El-rei D. João I, o qual em memória do seu valor e da preza desta e doutras caldeiras, mandou que dali em deante tomasse por apelido a mesma Caldeira e lhe deu brazão de armas em que figuram três caldeiras”.
Depois de regressar da batalha, D. João I fê-lo nobre e concedeu-lhe os lugares de notário e escrivão da Câmara. Viria a casar pouco depois com D. Inês Macedo.