segunda-feira, 11 de maio de 2009

As ruínas de um hotel na Foz da Sertã


O realizador Manuel Mozos olhou para ele e começou a imaginar aquilo que seria o seu próximo filme. Ele é o hotel da Foz da Sertã e o seu filme chama-se «Ruínas», que estreou há pouco mais de duas semanas no festival Indie Lisboa.
Mas recordemos as palavras do realizador português, numa entrevista publicada por estes dias no jornal Público: “A ideia já vinha de trás: fazer uma colagem de textos com imagens, com uma série de locais que gostaria de filmar. Havia vários edifícios que eu já tinha na cabeça - um deles nem sequer cheguei a filmar, um antigo hotel na Foz da Sertã - mas durante a preparação coligimos cerca de 280, não era possível filmar todos”.
O hotel estava na cabeça do realizador, mas as câmaras nunca chegaram à Foz da Sertã. O problema é que já nada parece poder salvar do esquecimento este hotel termal que, em tempos recuados, foi a alegria de muitos. No local onde existia uma fonte de águas medicinais, o empresário Júlio Martins decidiu construir este hotel, que chegou a ser muito procurado e cujas águas eram bem referenciadas.No entanto, com a mudança de regime, em 1974, o hotel e a fábrica de engarrafar água (anterior ao hotel e que comercializou a conhecida Água da Foz da Sertã) foram abandonados e assim permanecem ainda hoje.
O que fazer com este local é a questão que continua a colocar-se. Durante os últimos anos, várias soluções surgiram para o local, mas nenhuma vingou. E é pena… este hotel e a sua envolvente lindíssima mereciam melhor sorte.