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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O triste fado da Extensão do Centro de Saúde de Cernache do Bonjardim

Não deixa de ser irónico que no dia em que é apresentado oficialmente o projecto «Sertã Saúde Mais» (uma excelente iniciativa, diga-se em abono da verdade), a Rádio Condestável tenha de noticiar nos seus blocos informativos que a Extensão do Centro de Saúde de Cernache do Bonjardim está, actualmente, sem médicos.
Segundo esta estação de rádio, “são muitas as pessoas que ali se dirigem para serem consultadas, sendo informadas de que não existem médicos”.
É vergonhoso que depois do triste episódio verificado durante os meses de Verão nesta mesma extensão, as populações servidas por esta unidade (cerca de 3.900 pessoas) tenham de passar uma vez mais por esta situação da falta de médicos.
As explicações do costume concerteza que virão a terreiro, mas não será tempo de resolver o problema? Caso não seja possível resolve-lo, pelo menos minorá-lo. Um dia destes, arriscamo-nos a ter os chamados portugueses de primeira (aqueles que nas grandes áreas metropolitanas têm acesso a todo o tipo de serviços) e os de segunda (os que tomaram a decisão de ficar pelo Interior e que não têm acesso a esses mesmos serviços).
Como dizia Bagão Félix, há cerca de duas semanas, no jornal Público: “O Estado tem uma função de suplência, tem de provisionar a sociedade com critérios de bem comum. Se se aplicarem apenas critérios economicistas, muitas aldeias não teriam água nem luz, pois a sua população não paga o investimento feito”.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O eterno problema da saúde no concelho da Sertã

A par do desemprego, a saúde é hoje um dos principais problemas com que se depara o concelho da Sertã. As notícias divulgadas recentemente pela Rádio Condestável relativamente à ausência de médicos na Extensão de Saúde de Cernache do Bonjardim, durante uma parte do mês de Agosto, por motivo de férias dos três médicos que ali prestam serviço, é um exemplo do estado a que a saúde chegou no nosso concelho. E se a isto somarmos as condições em que funciona o Centro de Saúde da Sertã, então o cenário fica mais negro.
Mas, para já, concentremo-nos no ‘episódio’ ocorrido na freguesia de Cernache, onde as férias dos três médicos que aí dão consultas coincidiram numa das semanas do mês de Agosto, fazendo com que a Extensão de Saúde local ficasse reduzida a serviços mínimos – nem consultas se podiam marcar! Não está aqui em causa as férias dos médicos, que as merecem como todos os outros profissionais, mas antes o facto deste período de descanso ter coincidido para os três médicos. Será que o escalonamento das férias não poderia ser sido feito de maneira a evitar esta simultaneidade? Recorde-se aqui o sucedido, no ano transacto, na mesma Extensão de Saúde, onde por motivo de férias de uma funcionária, em Agosto, alguns dos utentes tiveram de deslocar-se de véspera a esta extensão para conseguir obter uma simples consulta.

Confrontado pela Rádio Condestável com o cenário ocorrido este ano, o director do Centro de Saúde da Sertã, António Silva, disse tratar-se de uma situação “normalíssima”, que não sucede pela primeira vez, notando ainda que um médico não pode dar consultas a pacientes de outro médico. Tudo isto pode ser verdade, mas também seria legítimo que os utentes desta e de outras zonas do concelho tivessem à disposição outro tipo de serviços de saúde, até porque na hora de pagar impostos o Estado é pouco sensível a qualquer tipo de faltas.

António Silva tem, contudo, razão quando mais à frente, na entrevista à Rádio Condestável, lamenta a falta de médicos no concelho e a impossibilidade de substituir os profissionais que vão de férias. Este é um triste fado do nosso país, que tarda em encontrar uma solução à altura para o problema. O Ministério da Saúde parece andar um pouco desatento, ou então o corte na despesa obriga a uma contenção notória na formação/contratação de novos médicos. Talvez a solução possa passar pela vinda de médicos estrangeiros para o nosso concelho, como sugeriu recentemente o presidente da Câmara, José Farinha Nunes. O exemplo já foi seguido por outros municípios, nomeadamente aqueles que fazem fronteira com Espanha.
Mas não é só em Cernache que os utentes têm razão de queixa. Na Sertã, o Centro de Saúde continua a ‘rebentar pelas costuras’ e o edifício é cada vez mais exíguo e precário para todas as necessidades que se impõem. A acrescentar a este cenário, há ainda as intermináveis filas de espera para obter uma consulta (é vergonhoso que num país civilizado seja preciso ir para a porta do Centro de Saúde de madrugada para conseguir uma consulta), a falta de médicos e de recursos. E já nem falo no serviço de internamento do Centro de Saúde da Sertã, que continua encerrado! Ainda assim, aqui fica uma palavra de apreço para os médicos, enfermeiros e funcionários administrativos do Centro de Saúde que, apesar de todas as limitações, lá vão tentando ‘aguentar o barco’.

Por tudo isto, seria importante encetar um debate sério e abrangente sobre uma matéria tão sensível como a saúde. Se a criação de uma comissão para análise do caso da saúde no concelho da Sertã, o que sucedeu em Abril passado, foi um primeiro passo, seria positivo que essa mesma comissão encabeçasse esta luta. Olhando para o seu ‘caderno de encargos’ é esse o seu propósito e esperamos que assim seja.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Consultas médicas e apontamentos avulsos sobre o Centro de Saúde da Sertã

Enquanto em Lisboa os responsáveis dos dois principais partidos políticos dão um triste espectáculo, mostrando que nem um nem outro merecem governar o que quer que seja, no concelho da Sertã assiste-se ao arrastar de um problema, que nos coloca bem próximo de uma realidade de terceiro mundo. Falo das consultas médicas ou das dificuldades encontradas na sua marcação.
O último capítulo deste episódio foi denunciado pela Rádio Condestável que, na sua edição on-line, dá conta de que a população da freguesia do Carvalhal “está a deslocar-se de véspera à extensão do Centro de Saúde da Sertã (CSS) na localidade para conseguir obter uma simples consulta”.
Este problema é justificado por António Silva, coordenador do CSS, com base no facto da funcionária daquela extensão estar de férias, uma situação que foi agravada pela mudança do “esquema que habitualmente estava estabelecido”, visto que “o médico mudou e depois de alguns dias também teve férias”.
Mas António Silva, citado pela Rádio Condestável, disse mais: “o que está estabelecido [nesta extensão de saúde] é que teremos, numa semana uma consulta e noutra duas consultas”, adiantando que “é o que o apropriado para aquele posto médico que tem 500 utentes”. “Esta situação não se vai repetir e foi uma coincidência por causa das férias”, sublinhou.
No entanto, este episódio é apenas a ponta de um icebergue que tem vindo a ganhar uma dimensão razoável. Por exemplo, no Centro de Saúde da Sertã, são várias as queixas dos utentes que são obrigados a deslocar-se para a porta do edifício às três e quatro da manhã para conseguirem uma consulta.
É um facto que as coisas têm vindo a melhorar nos últimos tempos, mercê de algumas alterações operadas na marcação de consultas, contudo as filas noite dentro, à porta do centro de saúde, mantém-se.
E já que falamos no centro de saúde da Sertã, o que irá realmente acontecer ao actual edifício? A pintura a que foi sujeito servirá para lhe dar cara nova por mais umas décadas? Vai ser construído um novo centro? Estará o Ministério da Saúde disposto (em tempo de vacas magras) a investir mais dinheiro num concelho que ainda há menos de duas décadas foi dotado de um centro de saúde “moderno e novinho em folha”? E para terminar, como é que será resolvido o problema da falta de médicos com que se debate actualmente o Centro de Saúde da Sertã?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

É preciso tratar da ‘Saúde’


A notícia surge na edição electrónica do jornal Reconquista, que cita uma peça da Rádio Condestável, divulgada esta semana, e dá conta de uma situação que deveria obrigar-nos a reflectir.
“Em Cernache do Bonjardim há pessoas a pernoitar à porta da Extensão do Centro de Saúde, para guardarem vez para a «consulta do dia», do dia seguinte. Por volta das 22h30 da última segunda-feira [25 de Agosto], como informa a Rádio Condestável daquela localidade, já havia quatro pessoas à espera para marcar consulta na manhã de terça-feira. Sendo que uma delas guardava vez para outra, as consultas do dia ficavam completas com aquelas pessoas”, pode ler-se na referida notícia.
E continua: “A situação não é nova, mas tem tendência a agravar-se em tempo de férias, como é o caso. Este ano acresce o facto de um dos médicos em permanência estar de baixa devido a um acidente, esclarece a mesma emissora. Até há bem pouco tempo estavam três médicos em permanência a dar consultas na extensão de Cernache. Neste momento estão apenas dois a assegurar serviço. Ouvido pela Condestável, o Director do Centro de Saúde da Sertã, Henrique Brandão, confirmou esta tendência e acrescenta que não tem médicos. «Num quadro de 15, neste momento, estamos com metade», desabafou, e com base nas palavras da ministra da Saúde, Ana Jorge, aquando da sua passagem por Vila de Rei e Proença-a-Nova, esta tendência é de agravamento”.
Perante estas evidências é difícil dizer o que quer que seja. Ainda para mais quando a própria Sub-Região de Saúde de Castelo Branco admite ter conhecimento desta situação e ter aconselhado o Director a pagar em horas extraordinárias aos médicos. O problema, como disse Henrique Brandão à Rádio Condestável, é que «os médicos estão sobrecarregados e eu não os posso obrigar já que estão com excesso de trabalho».

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Sertã e concelhos limítrofes sem acesso a serviços de medicina física e reabilitação


A Região de Referência para Avaliação em Saúde (RRAS) da Sertã [engloba os concelhos da Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei] não possui qualquer serviço de medicina física e reabilitação (MFR), uma situação que só encontra paralelo na RRAS de Odemira.
Estes dados, apresentados recentemente pela Entidade Reguladora de Saúde, são reveladores do esquecimento que o poder central tem votado ao Interior e da deficiente distribuição deste tipo de serviços. No total, os serviços de MFR espalhados por Portugal ascendem a 617, a maioria dos quais situados nas cidades de Lisboa e do Porto. Este seria um resultado normal, em função da distribuição populacional, no entanto, quando se constata que existem em média, em Portugal Continental cerca de seis serviços de MFR por 100.000 habitantes, acaba por ser difícil de perceber porque é que as RRAS da Sertã e de Odemira são as únicas que não dispõem deste tipo de serviços. Por exemplo, na RRAS da Lousã existem cerca de dez serviços do género.
Segundo a Entidade Reguladora de Saúde, no caso da RRAS da Sertã serão necessários, no mínimo, dois serviços de MFR, atendendo à densidade populacional dos concelhos que a integram. Contudo, o número que melhor responderia às necessidades da população seria de quatro serviços, conclui aquela mesma entidade reguladora.
Esperemos que, uma vez mais, os nossos governantes e seus ‘súbditos’ não se esqueçam desta região.


O que é?

A Medicina Física e de Reabilitação ou Fisiatria é uma especialidade
médica que se ocupa do diagnóstico e terapêutica de diferentes entidades, designadamente, patologias traumática, do sistema nervoso central e periférico, orto-traumatológica, cardio-respiratória, reumatológica, vascular periférica, pediátrica, entre outras. A Medicina Física e de Reabilitação aplica diferentes estratégias terapêuticas que previnem ou reduzem as múltiplas consequências clínicas, doenças agudas e crónicas, no âmbito das deficiências das incapacidades e das desvantagens. (Fonte: Wikipédia)