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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Maranho e Bucho em destaque no Festival de Gastronomia

O «Festival de Gastronomia: Maranho e Bucho» tem início no próximo dia 8 de Julho e decorre até 10 do mesmo mês. O certame realiza-se na Alameda da Carvalha, na Sertã, e conta com várias iniciativas ao longo dos três dias.
Este festival pretende “contribuir de forma sólida e consistente para a divulgação de um importante recurso sócio-económico da região que é a nossa gastronomia tradicional”, sublinhou José Farinha Nunes, presidente da Câmara da Sertã, que acrescentou: “O Maranho e o Bucho são produtos que importa defender e divulgar, dando-lhes visibilidade e permitindo que a sua fama atravesse as fronteiras da nossa região”.

O evento tem início na sexta-feira, 8 de Julho, com um workshop, subordinado ao tema «Gastronomia Vector Estratégico para o Turismo», que contará com as presenças de Daniela Araújo, Doutorada em Ciências Sociais pela UTAD e antropóloga no Museu de Arte Popular em Lisboa, Jorge Santos, professor na Escola Tecnológica e Profissional da Sertã, Pedro Martins Araújo, Chefe Executivo do Grupo AXIS, e Joel Hasse Ferreira, professor do Instituto Superior de Ciências da Administração (Grupo Lusófona).

O programa do primeiro dia continua depois com as actuações dos Tambores de Casal da Madalena (17h30m), do grupo Vira Milho (21h) e dos Trilhos (22h30m).

Para sábado, está agendada uma “representação viva das tradições do concelho” (16h), com a confecção de Medronho em alambique tradicional e de pão em forno tradicional, além da recriação da Malha do Centeio. Pelas 18 horas, terá lugar um concerto do Grupo Instrumental do CCD da Câmara Municipal da Sertã, e três horas depois avança o encontro de folclore, com as presenças do Rancho Folclórico e Etnográfico de Cernache do Bonjardim, Rancho Folclórico de Penacova, Rancho Folclórico de Pedrogão Pequeno, Rancho Típico de Pombal, Rancho Folclórico do Clube Bonjardim e Rancho Folclórico da Varziela. A fechar a noite (23h), sobem ao palco os Popxula.

No domingo, o programa abre com o Torneio de Sueca Inter-Associações (9h) e com a arruada de Filarmónicas (Filarmónica União Sertaginense, Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense, Sociedade Filarmónica União Maçaense e Sociedade Filarmónica Oleirense) pelas 10 horas. Às 15 horas terá lugar um Encontro de Concertinas (Grupo Seca Adegas, Os Amigos da Concertina de Proença-a-Nova, Grupo de Concertinas da Casa do Benfica de Vila do Rei, Grupo de Concertinas da Conceição, Grupo de Música Popular de Cernache do Bonjardim e José Cláudio & Catarina Brilha).

Na noite de domingo actua a banda Cosmos (21h) e o artista Zézé Fernandes (22h30m).
Ainda durante o «Festival de Gastronomia: Maranho e Bucho» estará patente ao público uma exposição fotográfica, que dará a conhecer os diversos passos da «Confecção do Maranho».

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Júri das «7 Maravilhas da Gastronomia» deixa pratos sertaginenses de fora

A gastronomia da nossa região não foi feliz no concurso das «7 Maravilhas da Gastronomia» portuguesa. O júri desta iniciativa divulgou os 70 finalistas do concurso e na lista não surgem os maranhos, o bucho recheado e os cartuchos de Cernache (os nossos candidatos).
A concorrência era grande e difícil, ainda para mais quando é conhecida a riqueza e variedade que caracterizam a nossa gastronomia. O concelho estava representado por três pratos, mas nenhum deles ultrapassou a primeira fase.
Mais do que lamentar o resultado, importa trazer à discussão algumas reflexões sobre a forma como temos promovido e protegido a nossa gastronomia. Todos estão de acordo quanto à qualidade da cozinha sertaginense – basta visitar alguns dos nossos restaurantes para perceber que um dos nossos argumentos turísticos mais fortes é a gastronomia. Contudo, é de estranhar que a atenção devotada a este tipo de matérias por quem dirige este concelho seja bastante deficitária e alheada de qualquer estratégia. Veja-se o exemplo dos maranhos, o grande trunfo da nossa cozinha. Há anos que vários ‘iluminados’ da nossa praça falam na importância da preservação e promoção desta iguaria, mas o que se tem visto é precisamente o contrário.
Primeiro, foi a aventura desastrosa da Confraria do Maranho, que poucos perceberam para o que foi criada e onde os seus confrades (à excepção de um ou dois) se demitiram das suas responsabilidades – é bom aparecer nas fotos, mas quando toca a trabalhar, a conversa é bem diferente!
Ainda sobre o maranho, há alguns anos surgiu a notícia de que este produto iria ser certificado. No entanto, pouco se viu até à data, além dos costumeiros discursos de intenções. Talvez por isso não seja de estranhar que os maranhos (cuja origem remonta aos inícios do século XIX) façam parte da lista, publicada pela associação As Idades dos Sabores, dos dez pratos portugueses que correm risco de desaparecer. Não fosse o trabalho de alguns empresários de restauração sertaginense e hoje poderiam ser apenas uma memória.
E a importância do maranho não deve ser vista apenas num nível concelhio ou regional. A vitalidade deste prato vê-se na quantidade de pessoas que se deslocam à Sertã para o apreciar e até mesmo comprar, apesar da sua comercialização para o exterior ainda não estar regulamentada.
O sucesso dos maranhos deve ser fomentado a nível nacional, fazendo deles um verdadeiro embaixador da Sertã, tal como a sopa da pedra é para Almeirim, as alheiras para Mirandela ou as tripas para o Porto. Talvez no dia em que os maranhos forem uma prioridade, exista força suficiente para os tornar favoritos a uma nova lista das «7 Maravilhas da Gastronomia» portuguesa. Até lá, é preciso fazer o trabalho de casa e não assobiar para o lado.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Maranho em risco de desaparecer


A notícia foi divulgada no passado dia 22 de Dezembro, pela Agência Lusa, e demonstra a forma como a gastronomia tem sido acarinhada, ou não, pelas forças vivas do nosso, e de outros, concelhos vizinhos.
Aqui vão algumas passagens do texto publicado:
“Doces de ovos, cabrito estonado e maranhos integram a lista de dez pratos portugueses que correm risco de desaparecer, por falta de quem os faça ou por estarem a ser adulterados, mas uma associação já os 'guardou'. Ao abrigo do projecto Leader+, uma iniciativa financiada pelos Fundos Estruturais da União Europeia para ajudar agentes do mundo rural, a Associação As Idades dos Sabores registou em vídeo a preparação e confecção dos dez pratos.
«É preciso estudar e para isso há coisas que não se podem perder. São património», resumiu a presidente da associação que se dedica ao estudo e promoção das artes culinárias, Maria Proença, sobre o projecto "Os gestos dos sabores das memórias ao futuro».
O registo já está a ser pedido por universidades, nomeadamente departamentos de História Económica, História Social, património imaterial e literatura tradicional.
Os dois mil exemplares do DVD também vão chegar a associações de desenvolvimento local e escolas de formação hoteleiras.
Os testemunhos recolhidos também provam que seguir a tradição e a qualidade não faz perder dinheiro: os cuscos feitos com um quilo de farinha numa aldeia de Trás-os-Montes são vendidos a seis euros e um empresário da Sertã, com dois hotéis, vendeu entre Janeiro e Julho quatro toneladas de maranhos.
Se alguns pratos podem ser apenas conhecidos pelos locais ou pelos gastrónomos, a presença dos aparentemente vulgares doces de ovos nesta lista é explicada por Maria de Lurdes Modesto, coordenadora geral do projecto”
.
Há uma passagem neste texto que me chamou a atenção: “maranhos integram a lista de dez pratos portugueses que correm risco de desaparecer, por falta de quem os faça ou por estarem a ser adulterados”.
Pelo que sei, na Sertã, existem vários empresários interessados na comercialização e venda desta nossa iguaria, o problema é que a falta de autorizações nesse sentido e os processos de licenciamento bastante morosos fazem desesperar até os espíritos mais pacientes.
E já nem vou falar dos maranhos que tenho encontrado nas montras de alguns hipermercados e cuja proveniência me parece duvidosa e pouco fiel à receita original. Será que ninguém faz nada para defender o nosso maranho?