quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Maranho em risco de desaparecer


A notícia foi divulgada no passado dia 22 de Dezembro, pela Agência Lusa, e demonstra a forma como a gastronomia tem sido acarinhada, ou não, pelas forças vivas do nosso, e de outros, concelhos vizinhos.
Aqui vão algumas passagens do texto publicado:
“Doces de ovos, cabrito estonado e maranhos integram a lista de dez pratos portugueses que correm risco de desaparecer, por falta de quem os faça ou por estarem a ser adulterados, mas uma associação já os 'guardou'. Ao abrigo do projecto Leader+, uma iniciativa financiada pelos Fundos Estruturais da União Europeia para ajudar agentes do mundo rural, a Associação As Idades dos Sabores registou em vídeo a preparação e confecção dos dez pratos.
«É preciso estudar e para isso há coisas que não se podem perder. São património», resumiu a presidente da associação que se dedica ao estudo e promoção das artes culinárias, Maria Proença, sobre o projecto "Os gestos dos sabores das memórias ao futuro».
O registo já está a ser pedido por universidades, nomeadamente departamentos de História Económica, História Social, património imaterial e literatura tradicional.
Os dois mil exemplares do DVD também vão chegar a associações de desenvolvimento local e escolas de formação hoteleiras.
Os testemunhos recolhidos também provam que seguir a tradição e a qualidade não faz perder dinheiro: os cuscos feitos com um quilo de farinha numa aldeia de Trás-os-Montes são vendidos a seis euros e um empresário da Sertã, com dois hotéis, vendeu entre Janeiro e Julho quatro toneladas de maranhos.
Se alguns pratos podem ser apenas conhecidos pelos locais ou pelos gastrónomos, a presença dos aparentemente vulgares doces de ovos nesta lista é explicada por Maria de Lurdes Modesto, coordenadora geral do projecto”
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Há uma passagem neste texto que me chamou a atenção: “maranhos integram a lista de dez pratos portugueses que correm risco de desaparecer, por falta de quem os faça ou por estarem a ser adulterados”.
Pelo que sei, na Sertã, existem vários empresários interessados na comercialização e venda desta nossa iguaria, o problema é que a falta de autorizações nesse sentido e os processos de licenciamento bastante morosos fazem desesperar até os espíritos mais pacientes.
E já nem vou falar dos maranhos que tenho encontrado nas montras de alguns hipermercados e cuja proveniência me parece duvidosa e pouco fiel à receita original. Será que ninguém faz nada para defender o nosso maranho?