Diz a tradição que o seu nome deriva do facto de aqui se ter juntado um grupo de cavaleiros que acompanhou Nuno Alvares Pereira na Batalha de Aljubarrota, em 1385. Situada nas margens da Ribeira da Tamolha, a povoação do Porto dos Cavaleiros parece ter muitas histórias para contar.
E no meio de todas essas histórias há uma que merece destaque e que é anterior à que narrámos inicialmente. Corria o ano de 1246, altura em que Portugal vivia uma terrível crise de poder (D. Sancho II era um rei a prazo e o irmão D. Afonso III já sonhava com o trono), quando naquilo que é hoje a Várzea dos Cavaleiros – ou nas suas redondezas – se travou uma batalha entre D. Afonso III e o rei de Castela que veio em defesa de D. Sancho II. A Várzea (que no século XIII dava pelo nome de Tamola) ganhou esta designação em memória da batalha, ao passo que o Porto dos Cavaleiros ficou para a posteridade como o local onde os cavaleiros se juntaram antes do combate.
Ao longo dos séculos, esta povoação viveu sobretudo da fama destes feitos e não tanto dos números da população, que rareava por aqui. Nas várias inquirições realizadas, não há registos de habitantes nos seus limites até finais do século XVIII, altura em que surgem os primeiros fogos. Esta ausência humana não significava, contudo, que a terra estivesse ao abandono, isto porque todos os terrenos da zona eram cultivados por gentes das povoações vizinhas e o local era muito procurado devido à frescura das águas da ribeira (os mais antigos contam que era frequente ver por ali cavaleiros a saciar a sua sede e a das respectivas montadas).
Nos inícios do século XX, o Porto dos Cavaleiros contava seis habitantes (duas famílias), um cenário que hoje está reduzido a apenas dois moradores. Referência neste lugar para o lagar de azeite, bem conhecido em toda a freguesia da Várzea dos Cavaleiros. Os terrenos da povoação continuam também bastante férteis.