terça-feira, 22 de abril de 2008

40 mil pessoas sem qualquer grau de ensino no distrito de Castelo Branco


Há resultados que nos deviam fazer pensar. E aqueles que o estudo do Núcleo Distrital de Castelo Branco da Rede Europeia Anti-Pobreza divulgou recentemente são uma óptima ferramenta de reflexão, nomeadamente para os nossos governantes que não se cansam de apregoar a evolução positiva dos diferentes índices qualitativos da nossa sociedade.
O estudo, que faz um retrato social do distrito de Castelo Branco e dos seus 11 concelhos, coloca a nu várias realidades. Desde logo, o distrito regista uma “profunda desertificação humana”, um factor que tem consequências na “quantidade de mão-de-obra disponível actualmente” e “põe em causa a capacidade de renovar gerações”.
Por exemplo, a Sertã encontra-se entre os concelhos que apresentam uma baixa proporção de jovens, notando-se, cada vez mais, um envelhecimento crescente da população residente.
O cenário negro continua ao nível do ensino. No distrito de Castelo Branco, 40.378 dos habitantes “não têm nenhum grau de ensino”. Segundo o estudo, este é um dado “muito significativo” e diz respeito a pessoas de idade avançada que nasceram no início do século XX, altura em que a escolaridade obrigatória não estava ainda implantada. Refira-se que a população total do distrito é de 208.069 habitantes. Além disso, o distrito apresenta também uma incidência de médicos e enfermeiros por cada mil habitantes inferior à média nacional. Também abaixo da média nacional estão os valores das pensões pagos no distrito, conforme revela o estudo.