Siga em direcção ao Marmeleiro, depois continue até às Sarnadas, tomando aí a estrada que lhe surge do lado direito e o conduzirá até à povoação do Sambal, que hoje destacamos nesta nossa secção.
Não se conhece muito sobre as origens deste lugar, situado na freguesia do Marmeleiro, apesar de sabermos que já existia no século XIII, devido aos registos encontrados nas Inquirições Régias do rei D. Dinis.
A explicação para o nome da povoação é algo que permanece obscuro, apesar de haver quem sugira ser uma corruptela do nome de um qualquer santo a que se prestaria culto por estes lados (a este propósito recordemos o caso do nome da povoação do Sambado que nos remete para a figura de São Beda, um monge beneditino do século VII).
Há contudo que admitir que as origens do Sambal podem ser mais remotas, isto porque é sabido que por aqui passava uma antiga via romana que ligava Emerita Augusta (actual Mérida, em Espanha) a Conimbriga, como o atestam os diversos vestígios encontrados na estação arqueológica dos Vales da Longra (situada nas proximidades) e também a ponte dos Três Concelhos, localizada a poucos metros do Sambal, e que era parte integrante desta mesma via.
Aliás, a ponte dos Três Concelhos é o grande ponto de interesse das redondezas. A ponte, que atravessa a ribeira da Isna, faz fronteira com os concelhos de Vila de Rei e Mação e é composta por três arcos, apresentando vestígios de inúmeras intervenções, a última das quais efectuada nos últimos anos do século XX. Era por muitos apelidada de ponte Romana ou ponte dos Mouros e a sua importância estratégica está sublinhada em diversos documentos antigos disponíveis na Torre do Tombo.
Voltando ao Sambal, os censos efectuados pelo rei em 1527 dão conta de que nesta zona existiam apenas três fogos, não se fazendo menção ao número de habitantes. Duzentos anos depois (em 1730), esse número baixou para um fogo, não se sabendo se era habitado.
Nos séculos seguintes, não há registo de que tenham existido casas por aqui, ou mesmo habitantes, um cenário que se inverteu a partir do século XX, quando se iniciou a construção de alguns fogos. Hoje, o Sambal deve ter cinco a seis casas, algumas delas habitadas, sendo contudo um retrato fiel daquilo que se passa na maioria dos lugares do concelho da Sertã, onde a desertificação impera.