quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PS e PSD não se ‘entendem’ na Sertã


O cenário político sertaginense está ao rubro. A renúncia de Zeferino Lucas do cargo de presidente da Assembleia Municipal da Sertã desencadeou uma série de episódios que prometem, desde já, animar os debates internos das duas mais forças partidárias da vila (PS e PSD).
Se no PSD, o ambiente não ficou muito saudável depois da votação da última segunda-feira (quando alguns dos seus deputados votaram no candidato socialista Carlos Miranda para a presidência da Assembleia Municipal), no PS, a Comissão Política Concelhia da Sertã marcou para ontem uma conferência de imprensa para reagir às renúncias de Zeferino Lucas, do cargo de presidente da Assembleia Municipal, e de António Guerra, da liderança do Agrupamento do Partido Socialista naquele órgão municipal.
Como não estive presente na conferência de imprensa, socorro-me das informações divulgadas pela Rádio Condestável no seu site na Internet. Assim e sobre as renúncias daqueles dois dirigentes, a Comissão Política Concelhia afirmou, através do seu presidente, Vítor Cavalheiro, “compreendê-las e aceitá-las”.
No entanto, Vítor Cavalheiro aproveitou para deixar alguns recados, conforme revela a Rádio Condestável no seu site (
www.radiocondestavel.pt): “Quanto ao modo como Zeferino Lucas renunciou, a Comissão Política Concelhia da Sertã reconheceu-lhe o direito de o fazer, no entanto acrescenta que «bastava-lhe uma folha de papel e uma esferográfica», não sendo necessário convocar uma Assembleia Municipal Extraordinária, «consumindo o erário público e o tempo dos Deputados Municipais». A propósito das declarações, no final da Assembleia Municipal de segunda-feira de Zeferino Lucas, em que este critica a forma como se sentiu afastado das reuniões da concelhia realizadas nos últimos tempos, durante a semana, Vítor Cavalheiro esclarece que quando foi constituída a Comissão Política, por uma questão funcional, foi decidido ser organizada por pessoas do concelho, «pois é difícil conciliar com quem vem de Lisboa e as pessoas que estão na Sertã». O líder da CPCPS da Sertã acrescenta ainda que «neste momento o Dr. Zeferino achava que segunda-feira era um dia difícil para ele e a Comissão Política não pode estar condicionada à sua vida pessoal»”.
Relativamente à demissão de António Guerra, Vítor Cavalheiro preferiu não comentar, remetendo a análise do assunto para uma futura reunião da Concelhia.
Algo me diz que a corrida autárquica deste ano vai ser animada. Senão vejamos a troca de palavras dos últimos dias entre PSD e PS quanto a um suposto aliciamento de deputados social-democratas para votarem no candidato socialista para a presidência da Assembleia Municipal.
A este propósito, Reis e Moura não deixou fugir a oportunidade de, nesta conferência de imprensa, responder a Fernando Pereira: “Adelino Reis e Moura, membro da CPCPS devolveu as acusações afirmando que Fernando Pereira não teve «argumentos para convencer os seus pares de que a sua estratégia, quanto à composição da Mesa da Assembleia Municipal era a melhor para o PSD, o que revela que já ninguém nesse órgão lhe liga», que «o PSD-Sertã sofreu mais uma grande derrota política» e que o presidente da concelhia do PSD «está completamente isolado»”, indica o texto publicado no site daquela estação emissora.
Recorde-se que a polémica teve início na passada segunda-feira, quando Fernando Pereira, aos microfones da Rádio Condestável terá dito que alguns dos deputados social-democratas “se deixaram, no seu entender, aliciar para votarem ao lado do PS”. O presidente da Comissão Política Concelhia da Sertã do PSD não compreende como é que o seu partido, tendo a maioria dos deputados na Assembleia Municipal, tinha perdido as eleições: “Esta posição reflecte cobardia de alguns elementos e tem também a ver com alguma tentativa de aliciamento”, afirmou aquele responsável, lamentando “ter aparecido no meu partido uma ou duas pessoas que, a coberto da capa da cobardia, tomaram a atitude que tomaram”.