Perde-se nas brumas as origens da Santinha, também conhecida por Dona Maria da Santinha. Os primeiros registos documentais que encontramos transportam-nos para as inquirições régias mandadas fazer durante o século XV – o número de habitantes não chegava a meia dezena nessa altura.
Todavia, se atendermos à recente descoberta das Insculturas da Fechadura (laje de xisto situada entre as localidades do Figueiredo e da Santinha), talvez possamos aventar que estas terras foram povoadas desde tempos mais recuados. Só é pena que este verdadeiro monumento pré-histórico não se encontre sinalizado e seja quase impossível de visitar.
Voltando à literatura histórica, o povoamento da Santinha começou a verificar algum crescimento a partir do século XVIII, havendo notícia da existência de sete fogos em 1730 e de 10 em 1891.
O dealbar do século XX e o consequente florestamento de boa parte da nossa região (iniciada com o pinheiro em 1901) trouxe mais gente a estas povoações, atraídas pelos rendimentos da floresta e sobretudo pela colheita da resina. Por exemplo, na década de 1970, as famílias mais abastadas da Santinha chegaram a possuir cerca de 10.000 bicas, um valor muito superior àquilo que era a média na freguesia do Figueiredo (entre 3.000 e 5.000 bicas).
O número de habitantes desta aldeia atingiu o seu pico em meados da década de 1950, quando os censos registavam mais de seis dezenas de habitantes. Hoje, este número desceu significativamente para cerca de 20 habitantes, que ainda resistem numa das muitas aldeias isoladas do nosso concelho.
Um dado interessante sobre a Santinha é o facto de, ao longo da sua história, ter pertencido a três freguesias diferentes. Senão vejamos: até 1554, a aldeia pertenceu à freguesia da Sertã. Com a criação da freguesia do Troviscal nesse mesmo ano, a Santinha ficou integrada nos seus limites, o que viria a suceder até 1828, altura em que passou a ser abrangida pela freguesia do Figueiredo, criada nove anos antes.