segunda-feira, 10 de maio de 2010

Para quando um museu na Sertã?

Que o património histórico da Sertã nunca granjeou o respeito merecido, disso parecem existir poucas dúvidas. Veja-se o exemplo da Casa das Guimarães, da ‘reconstrução’ do castelo (que aliás, levou à sua desclassificação) e da requalificação do convento de Santo António (um verdadeiro atentado, sobretudo aquilo que foi feito aos frescos que se encontravam nas paredes) para se perceber a sensibilidade que todos temos demonstrado por aquilo que é o nosso passado. Se a isto juntarmos o facto de ainda hoje não termos um museu digno desse nome que possa perpetuar a memória deste concelho, então está tudo dito.
Concentremos a atenção no museu. A sua criação seria um contributo decisivo para que os mais novos, e até os mais velhos, compreendessem a história de uma das terras mais antigas do nosso país. Não é por acaso que a maioria não conhece os sertaginenses que deixaram o seu nome gravado na História de Portugal (Lopo Barriga, Gonçalo Rodrigues Caldeira, Manso de Lima, António dos Santos Valente, José Parada Leitão, David de Melo Lopes, Casimiro Freire, Abílio Marçal, Romão de Mascarenhas, Tasso de Figueiredo, entre muitos outros).
Além de recordar estas figuras do passado, que continuam a marcar o nosso presente, o museu serviria para dar a conhecer um pouco melhor o que foi a Sertã de outros tempos: as gentes que por cá habitaram, os seus hábitos e costumes, as suas tradições e crenças. Há também um imenso espólio que poderia ser reunido e disponibilizado a todos os que manifestem curiosidade de conhecer um pouco mais o concelho (os jornais antigos, as ferramentas de trabalho dos nossos antepassados, as fotos que fixaram momentos do antigamente, os vestígios arqueológicos, entre outros).

Espero que a ideia, que muitos presidentes de Câmara e aspirantes ao cargo já prometeram em anos anteriores, seja uma realidade a breve trecho. Quanto ao local para a instalação desse museu, a Casa das Guimarães teria sido uma excelente aposta (agora será mais difícil), o mesmo sucedendo com o Convento de Santo António (para o qual já existem outros planos). Posto isto, estamos abertos a sugestões.