Um manto de silêncio tem coberto este tema ao longo dos últimos meses. A solução definitiva para o centro de saúde da Sertã ainda está por conhecer, ou seja se a unidade será requalificada ou se será construído um novo equipamento de raiz.
O processo tem sido tudo menos pacífico. É unânime que desde a sua abertura, o edifício não reúne todas as condições para a prestação de um serviço de qualidade, tendo sido evidente ao longo dos anos a progressiva degradação do equipamento.
A solução mais consensual entre a maioria passa pela construção de um novo edifício, uma ideia que não é partilhada pelo Governo, que no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2008 incluiu uma verba de 315 mil euros (240 mil financiados por fundos comunitários e os restantes 75 mil euros provenientes de receitas gerais) para a remodelação do equipamento.
A intenção não agradou particularmente às forças políticas do concelho, mas na edição de 24 de Abril de 2009 do jornal «A Comarca da Sertã», Henrique Brandão, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Sul, dava conta de que as obras de remodelação e ampliação do centro de saúde iriam iniciar-se durante o mês de Junho, sendo que do actual edifício pouco ou nada ficaria. A unidade incluiria, além dos serviços tradicionais, o Serviço de Urgência Básica (SUB). Como é sabido, as obras não avançaram.
Com a chegada do período eleitoral, os diferentes partidos defenderam, nos seus programas eleitorais, a necessidade de construção de um novo edifício. A dúvida que ficou era se os partidos preconizavam a construção do novo edifício no lugar em que se encontra o actual ou se noutra zona da Sertã. Apenas o CDS-PP esclareceu esta dúvida, notando que o novo equipamento deveria ser edificado nas proximidades do quartel de bombeiros.
A última vez que ouvimos falar do assunto foi durante uma entrevista do novo presidente da Câmara, José Farinha Nunes, à Rádio Condestável, a propósito de não estar incluída qualquer verba no PIDDAC de 2010 para o concelho da Sertã. O autarca disse que o centro de saúde era uma das obras que gostaria de ter visto inscrita naquele programa de investimentos, mas garantiu que “brevemente iremos desencadear processos para que aquela obra seja uma realidade”.
Como todos sabemos, a palavra final quanto à requalificação/construção deste equipamento pertence ao Ministério da Saúde, mas pergunto se já não seria tempo de termos este assunto resolvido, optando pela solução que melhor serve os interesses do concelho, ou seja, um novo edifício, moderno e estruturado, capaz de responder a todas as solicitações do dia-a-dia?