sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

E mais uma vez voltamos à EN 238

“Chegou a hora do Pinhal Interior”. Foi com esta frase lapidar, proferida no dia 2 de Julho de 2008 por Paulo Campos, secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, que se deu início à apresentação do pacote de estradas que seriam construídas ou requalificadas, no âmbito da Concessão do Pinhal Interior.
A Estrada N238, no troço entre Ferreira do Zêzere e a Sertã, estava incluída no lote apresentado, notando-se que a via seria apenas melhorada e não objecto de nenhuma intervenção mais profunda ou mesmo de construção de novo traçado. Esta ideia foi mesmo repetida por Paulo Campos ao jornal Reconquista: “a via vai ser melhorada”.
Na altura, algumas vozes chamaram a atenção para a situação, sublinhando que não era isto que havia sido prometido, mas o silêncio acabou por imperar, segundo alguns porque assim era necessário.
Recordo aqui que ao longo dos anos várias promessas surgiram e a intervenção nesta via chegou mesmo a estar nos planos da antiga Junta Autónoma de Estradas (JAE), que não a concretizou por falta de verbas.Quando o Governo avançou com a possibilidade da construção de uma nova estrada que ligaria as cidades de Tomar e do Fundão, com passagem pela Sertã, todos acreditámos que tinha chegada a hora. Até hoje, ainda não percebemos o que aconteceu a esta iniciativa.
Mas a ‘notícia’ que todos temiam chegou no final do ano passado: não haveria nova estrada entre Ferreira do Zêzere e a Sertã e aquilo que Paulo Campos havia dito iria mesmo concretizar-se. A indignação foi muita, mas apenas se cumpriu o que fora anunciado.
Compreendo a indignação de todos, mas não compreendo que tão poucas vozes (não vou aqui referir o nome dos poucos resistentes que sempre pugnaram por esta via, porque todos sabemos quem são!) se tenham levantado, ao longo dos anos, contra este problema que interessava a todo o concelho da Sertã e de Ferreira do Zêzere.

Hoje, mais do que apontar culpados, seria bom que nos uníssemos para tentar evitar mais uma daquelas intervenções que mais não são do que um acto de “esbanjar” dinheiro sem que daí advenha grande benefício para as populações locais. E o Interior começa a estar tão cansado das promessas de todos aqueles que, de quatro em quatro anos, nos visitam procurando eleger-se para aquela cadeirinha em São Bento. Será que alguma vez por lá se discutiu o futuro desta via?