Há quem diga que foi o primeiro grande dramaturgo português, tendo deixado para a posteridade mais de 40 peças de teatro. É também conhecido pela sua faceta de ourives, apesar de neste caso vários historiadores duvidarem que dramaturgo e ourives fossem a mesma pessoa. Outra das polémicas que o rodeia é o local do seu nascimento. Hoje em dia, é quase unanimemente aceite que Gil Vicente nasceu em 1465, mas a unanimidade desaparece quando o assunto é o local de nascimento. Guimarães, Barcelos ou Lisboa são algumas das hipóteses aventadas, a que é preciso juntar as Beiras.
E é nesta hipótese que nos vamos concentrar. Não tanto, no facto de Gil Vicente poder ter aí nascido, mas na evidência de que o dramaturgo conhecia muito bem a zona das Beiras, sobretudo a parte Sul e designadamente a Sertã. Isso mesmo pode ser comprovado nas suas obras, onde surgem referências a designações toponímicas do concelho e a personagens que Gil Vicente designa como oriundas desta zona.
Por exemplo, no Auto da Lusitânia (1532), a personagem Lediça refere: «E Catelão namorado/He meu primo e meu cunhado/E rendeiro na Sertãe.» – Nesta altura, em pleno século XVI, era esta a grafia utilizada por muitos para designar a vila.
Já no Auto da Barca do Inferno (1517), o Parvo diz para o Diabo: «Toma o pão que te caiu/A mulher que te fugiu/Para a Ilha da Madeira/Ratinho da Giesteira.» Mais à frente, o diálogo continua: «Furtaste a chiba, cabrão?/Pareceis-me vós a mim/Carrapato de Alcoutim/Enxertado em Camarão.» – nestas duas passagens atente-se nas localidades da Giesteira e Alcoutim, que são parte integrante do concelho da Sertã. Além disso, a expressão ‘ratinho da Giesteira’ surge em várias referências etnográficas do nosso concelho.
Por fim, na «Farsa dos Almocreves» (1527), Pêro Vaz diz ao Fidalgo: «Pagai, senhor, não zombeis/Que sou dalém do Sertão/E não posso cá tornar» – vários autores, entre eles José Alberto Lopes da Silva e Jaime Lopes Dias, referem em obras publicadas que este Sertão referia-se à vila da Sertã.
Há também referências a Pedrógão (Pequeno ou Grande?) n’ «O Clérigo da Beira» (1530) e a Vila de Rei na «Farsa dos Almocreves».
E é nesta hipótese que nos vamos concentrar. Não tanto, no facto de Gil Vicente poder ter aí nascido, mas na evidência de que o dramaturgo conhecia muito bem a zona das Beiras, sobretudo a parte Sul e designadamente a Sertã. Isso mesmo pode ser comprovado nas suas obras, onde surgem referências a designações toponímicas do concelho e a personagens que Gil Vicente designa como oriundas desta zona.
Por exemplo, no Auto da Lusitânia (1532), a personagem Lediça refere: «E Catelão namorado/He meu primo e meu cunhado/E rendeiro na Sertãe.» – Nesta altura, em pleno século XVI, era esta a grafia utilizada por muitos para designar a vila.
Já no Auto da Barca do Inferno (1517), o Parvo diz para o Diabo: «Toma o pão que te caiu/A mulher que te fugiu/Para a Ilha da Madeira/Ratinho da Giesteira.» Mais à frente, o diálogo continua: «Furtaste a chiba, cabrão?/Pareceis-me vós a mim/Carrapato de Alcoutim/Enxertado em Camarão.» – nestas duas passagens atente-se nas localidades da Giesteira e Alcoutim, que são parte integrante do concelho da Sertã. Além disso, a expressão ‘ratinho da Giesteira’ surge em várias referências etnográficas do nosso concelho.
Por fim, na «Farsa dos Almocreves» (1527), Pêro Vaz diz ao Fidalgo: «Pagai, senhor, não zombeis/Que sou dalém do Sertão/E não posso cá tornar» – vários autores, entre eles José Alberto Lopes da Silva e Jaime Lopes Dias, referem em obras publicadas que este Sertão referia-se à vila da Sertã.
Há também referências a Pedrógão (Pequeno ou Grande?) n’ «O Clérigo da Beira» (1530) e a Vila de Rei na «Farsa dos Almocreves».
Fontes: O Mundo Religioso de Gil Vicente; A Beira Baixa e o seu Teatro Popular na Obra de Gil Vicente; Gil Vicente: Obras Completas.