sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As ruas da Sertã: Rua Manuel Joaquim Nunes

Onde fica? Situada nas imediações do Mercado Municipal da Sertã e em confluência com a rua do Viriato


Quem foi? Se em 1900 perguntássemos a qualquer sertaginense quem ele era, a resposta surgiria de imediato. Todavia, hoje a mesma questão provocaria um encolher de ombros ou até um olhar de indiferença.
Manuel Joaquim Nunes foi uma das principais figuras do concelho da Sertã nas últimas décadas do século XIX e algumas das obras em que tomou parte persistem ainda nos dias que correm.
Nascido na Sertã nos finais da primeira metade do século XIX, Manuel Joaquim Nunes cedo se interessou pela vida pública e rapidamente foi convidado para cargos de direcção.
Na Santa Casa da Misericórdia da Sertã, foi nomeado provedor em 1878, lugar que desempenhou com “grande distinção” e a “contento de todos” os irmãos daquela instituição, como relatam as crónicas da época.
Antes disso, em 1870, foi eleito vereador da Câmara Municipal da Sertã, onde se manteve ininterruptamente até 1877. No ano seguinte, assumiu a presidência da autarquia e, em 1880, regressou ao lugar de vereador, sendo eleito consecutivamente até 1893.
O jornal «Gazeta das Províncias», referindo-se à sua actividade como presidente da Câmara e vereador, disse que Manuel Joaquim Nunes “tomou sempre parte activa nos melhoramentos materiais desta vila, pugnando incansavelmente pela sua terra com um patriotismo digno de admiração”.
A sua acção foi, por exemplo, decisiva na obra de abastecimento de água à vila da Sertã (através da instalação de um chafariz na actual Praça da República e dois fontenários no Largo do Adro e em frente ao actual edifício do Clube da Sertã), cuja inauguração ocorreu em 1889. 
A cultura e o mutualismo foram outras das áreas onde marcou presença. Foi presidente da Assembleia-geral do Monte-Pio Certaginense da Rainha Santa Isabel (1889) e integrou, por várias vezes, os corpos gerentes da Sociedade Filarmónica Certaginense. 
No final de 1893 emigrou para o Brasil e aí permaneceu até 1900, altura em que regressou à Sertã.
Faleceu a 26 de Abril de 1905 e alguns anos depois, a Câmara Municipal da Sertã, em sinal de profunda homenagem, atribuiu o seu nome a uma das artérias da vila.