quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Hino de 'Sernache do Bomjardim'

Não se conhece o autor, mas sabe-se que foi escrito em 1920. Falamos do Hino de Sernache do Bomjardim (grafia da época), que hoje aqui transcrevemos:

Entre a Serra da Louzã,
Da Melriça e Muradal
Sorri gentil e louça
Uma Terra sem rival.

Risonha aldeia de amores
Com horisontes sem fim
É um canteiro de flores:
- Sernache do Bonjardim!

Ó Terra amada,
Jardim em flor!
Quem num poema p’regrino,
Pela alvorada
E com amor,
Te não entoar um hino
E por não ser trovador,
Não ser poeta dirino


Foi neste éden admirável,
Neste lindo roseiral,
Que nasceu o Condestável,
Orgulho de Portugal.

Cantáe alto, trovadores,
De suas proezas a glória,
Qu’ ilumina d’esplendores
As páginas da história.

Fazei vibrar um clarim,
Que se ouça até às estrelas,
E cantáe o Bomjardim
Em vossas canções mais belas.

P’ra que saiba o mundo inteiro,
Qual foi o berço natal,
Do mais santo padroeiro
Das terras de Portugal!

Sernachenses juvenis,
Almas brancas de luar;
Patrícias minhas, gentis,
Capazes de muito amar:

Fazei de Sernache um templo
De combate ao egoísmo,
D dae nobre e puro exemplo
D’altas lições de civismo.

Enlaçae num elo d’oiro
Vossa vontade pod’rosa,
E tirae desse tesoiro
Uma tuba sonorosa.

Ergamos até ao sol
O pendão da nossa Terra
Lendo à luz desse foról
O orgulho que ele encerra.

Como coração que clama
Ou voz sublime a cantar,
Em versos d’eterna fama
O hino do nosso lar.

Contemos a nossos filhos
Produtos do nosso amor,
Do passado os áureos trilhos,
De Sernache o esplendor;

Para que eles amem tanto
Este dilecto torrão,
Que suponham por encanto,
Ser seu próprio coração!