quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Elevação da Sertã a cidade voltou ao debate político


O último Sábado foi o dia escolhido para a Convenção Autárquica do Partido Socialista, que decorreu na Sertã. A Rádio Condestável, no seu website (cada vez mais actualizado), dá conta das principais ideias defendidas e debatidas durante esta jornada de trabalho. “A construção de territórios criativos e sustentáveis, a cultura e o ambiente como alicerces de desenvolvimento local, a sustentabilidade da floresta e a criação de condições para a fixação de nichos diversificados como sendo as áreas criativas e de desenvolvimento de novas tecnologias, foram algumas das ideias deixadas por Carlos Miranda”, pode ler-se na notícia divulgada por este órgão de comunicação, que dá ainda conta de que este militante socialista defendeu “que a Sertã já reúne condições para ser elevada à categoria de cidade”.
Na sua óptica, “seriam assim fixados novos serviços e consequentemente novas linhas de desenvolvimento, já que «os centros urbanos com dimensão crítica são, só por si capazes de gerar riqueza». «Entre Coimbra e Castelo Branco não existe uma cidade e a Sertã tem condições para ser esse centro». Tendo a consciência de que, para já, não existem vantagens em termos financeiros, Carlos Miranda acredita que existem em termos simbólicos. «Sendo cidade, a Sertã consolida a sua posição na região, atrai mais comércio e serviços, privados ou estatais»”.
Parece que o tema da elevação da Sertã a cidade voltou à agenda política concelhia. Depois de Ângelo Farinha, antigo presidente da Câmara da Sertã, ter sonhado com esse objectivo durante muitos anos – apesar do próprio ter dito em várias ocasiões que “o dia da Sertã ser elevada a cidade ainda estava longe” – eis que agora, a ideia é repescada pelos socialistas.
É um debate interessante, este da elevação da Sertã a cidade, apesar de na minha opinião as vantagens não serem assim tão consideráveis.
Além de que não é desprestígio nenhum ser vila. Veja-se, por exemplo, o caso de Cascais: os habitantes e o executivo municipal recusam-se liminarmente a que a localidade deixe de ser vila para passar a cidade (é bom que se entenda que não estou a comparar Cascais com a Sertã, apesar de serem duas vilas com uma riqueza histórica e turística assinalável).
Ainda assim, não deixo de pensar que este é um bom tema de reflexão. Até porque a ideia de chegar a cidade pode, acima de tudo, servir como inspiração e tónico para que todos possamos fazer da Sertã uma vila mais forte no contexto do distrito de Castelo Branco e da própria Zona Centro.