segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Povoações: Póvoa (freguesia da Várzea de Cavaleiros)


As origens do lugar da Póvoa remontam talvez ao século XV, altura que o prior da Ordem do Hospital, Vasco Ataíde, doou a aldeia da Várzea dos Cavaleiros e o seu termo a Brás Trancoso, escudeiro de El-Rei D. Afonso V.
Foi pelos anos de 1460 que este cavaleiro iniciou os primeiros emprazamentos de terras no território que mais tarde haveria de constituir a freguesia da Várzea dos Cavaleiros. O objectivo era entregar estas terras, a troco de um foro (pagamento), a cidadãos ou famílias, que ficavam obrigadas a cultivá-las e a assegurar a sua manutenção.
O lugar da Póvoa (cujo nome significa “pequena povoação” ou “casal”) parece ter origem num desses emprazamentos, sendo de aceitar a hipótese de que o primeiro habitante da Póvoa pudesse ser um foreiro da Ordem do Hospital. Aliás, no Outeiro da Várzea e no Porto dos Cavaleiros há registos da existência de terrenos emprazados por esta ordem.
Sabemos que a Póvoa possuía em 1527, oito casas, sendo a segunda aldeia mais populosa da futura freguesia da Várzea (esta freguesia foi apenas criada em 1555). Duzentos anos depois, o número de casas subiu para 18 e, em 1891, eram já 24.
Segundo os censos da população realizados em 1911, logo a seguir à implantação da República, a Póvoa registava 135 habitantes, distribuídos por 30 habitações.
Até 1910, os habitantes da Póvoa viviam sobretudo da agricultura e da silvicultura, havendo também aqueles que, nas décadas seguintes, começaram a trabalhar nas minas de ferro da Várzea.
Aqui sempre existiram importantes proprietários, que davam emprego a muita gente, sobretudo no cultivo de produtos agrícolas e, mais tarde, na exploração florestal.
Em 1926, foi construída a capela de Nossa Senhora dos Aflitos, a expensas de algumas figuras distintas da povoação e de subscrição aberta junto do povo.
Por seu lado, em 1939, o ministro das Obras Públicas e Comunicações concedeu uma verba de 17.692 escudos à Câmara Municipal da Sertã para o abastecimento de água à povoação, obra essa que foi iniciada no ano seguinte, ficando a localidade dotada de uma fonte que servia toda a população. É de notar que a Póvoa foi, depois da Várzea dos Cavaleiros, a primeira povoação da freguesia a ser abastecida de água através de fontes.
À medida que os anos foram passando e com o aumento da população que, nos finais da década de 1950, ultrapassava já as duas centenas de pessoas, foi necessário reforçar o caudal de abastecimento de água a este lugar, o que viria a acontecer em 1969.
Um ano depois, em 1970, as ruas da Póvoa foram calcetadas. Outro melhoramento de monta efectuado em 1966 foi a reparação e asfaltamento da estrada que liga a Portela dos Bezerrins à Várzea dos Cavaleiros e que facilitou o acesso dos moradores da Póvoa a cada um destes lugares.
O dia 20 de Setembro de 1970 foi um dos mais marcantes da vida da povoação, visto ter sido a primeira vez que um representante do Governo visitou o lugar. O Governador Civil de Castelo Branco, Ascensão Azevedo, deslocou-se aqui para tomar contacto com os melhoramentos efectuados nos anos anteriores.
A electrificação deste lugar chegou já durante a década de 1970, ao passo que o saneamento básico foi concluído apenas em Novembro de 1999.
À semelhança do que tem sucedido um pouco por todo o concelho, a população da Póvoa tem vindo a diminuir consideravelmente. Os censos de 2001 sinalizavam apenas a existência de 45 moradores.