As
origens do lugar da Póvoa remontam talvez ao século XV, altura que o prior da
Ordem do Hospital, Vasco Ataíde, doou a aldeia da Várzea dos Cavaleiros e o seu
termo a Brás Trancoso, escudeiro de El-Rei D. Afonso V.
Foi
pelos anos de 1460 que este cavaleiro iniciou os primeiros emprazamentos de
terras no território que mais tarde haveria de constituir a freguesia da Várzea
dos Cavaleiros. O objectivo era entregar estas terras, a troco de um foro
(pagamento), a cidadãos ou famílias, que ficavam obrigadas a cultivá-las e a
assegurar a sua manutenção.
O lugar
da Póvoa (cujo nome significa “pequena povoação” ou “casal”) parece ter origem
num desses emprazamentos, sendo de aceitar a hipótese de que o primeiro
habitante da Póvoa pudesse ser um foreiro da Ordem do Hospital. Aliás, no
Outeiro da Várzea e no Porto dos Cavaleiros há registos da existência de
terrenos emprazados por esta ordem.
Sabemos
que a Póvoa possuía em 1527, oito casas, sendo a segunda aldeia mais populosa
da futura freguesia da Várzea (esta freguesia foi apenas criada em 1555).
Duzentos anos depois, o número de casas subiu para 18 e, em 1891, eram já 24.
Segundo
os censos da população realizados em 1911, logo a seguir à implantação da
República, a Póvoa registava 135 habitantes, distribuídos por 30 habitações.
Até
1910, os habitantes da Póvoa viviam sobretudo da agricultura e da silvicultura,
havendo também aqueles que, nas décadas seguintes, começaram a trabalhar nas
minas de ferro da Várzea.
Aqui
sempre existiram importantes proprietários, que davam emprego a muita gente,
sobretudo no cultivo de produtos agrícolas e, mais tarde, na exploração
florestal.
Em
1926, foi construída a capela de Nossa Senhora dos Aflitos, a expensas de
algumas figuras distintas da povoação e de subscrição aberta junto do povo.
Por
seu lado, em 1939, o ministro das Obras Públicas e Comunicações concedeu uma verba de 17.692
escudos à Câmara Municipal da Sertã para o abastecimento de água à povoação,
obra essa que foi iniciada no ano seguinte, ficando a localidade dotada de uma
fonte que servia toda a população. É de notar que a Póvoa foi, depois da Várzea
dos Cavaleiros, a primeira povoação da freguesia a ser abastecida de água através
de fontes.
À medida que os anos foram passando e com o aumento da população que, nos
finais da década de 1950, ultrapassava já as duas centenas de pessoas, foi
necessário reforçar o caudal de abastecimento de água a este lugar, o que viria
a acontecer em 1969.
Um ano depois, em 1970, as ruas da Póvoa foram calcetadas. Outro melhoramento
de monta efectuado em 1966 foi a reparação e asfaltamento da estrada que liga a
Portela dos Bezerrins à Várzea dos Cavaleiros e que facilitou o acesso dos
moradores da Póvoa a cada um destes lugares.
O dia 20 de Setembro de 1970 foi um dos mais marcantes da vida da povoação,
visto ter sido a primeira vez que um representante do Governo visitou o lugar. O
Governador Civil de Castelo Branco, Ascensão Azevedo, deslocou-se aqui para
tomar contacto com os melhoramentos efectuados nos anos anteriores.
A electrificação deste lugar chegou já durante a década de 1970, ao passo
que o saneamento básico foi concluído apenas em Novembro de 1999.
À semelhança do que tem sucedido um pouco por todo o concelho, a população
da Póvoa tem vindo a diminuir consideravelmente. Os censos de 2001 sinalizavam
apenas a existência de 45 moradores.