Os rankings têm sempre a sua dose de subjectividade e não permitem uma visão de conjunto do objecto analisado, contudo podem funcionar como bons indicadores da realidade que se quer avaliar. Os rankings das escolas, que todos os anos surgem por esta altura, em diversos órgãos de informação, são importantes ferramentas de trabalho, que o Ministério da Educação teima em desacreditar.
Mas aquilo que nos traz aqui hoje são os resultados destes rankings, sobretudo no que diz respeito às escolas do concelho da Sertã. Como habitualmente, escolhemos o ranking apresentado pelo jornal Público.
No ensino secundário, o Instituto Vaz Serra posicionou-se no 98.º lugar (em 2011 estava colocado no 230.º lugar), com uma média final nos exames de 10,92 valores (média resultante das 79 provas efectuadas), ao passo que a Escola Secundária da Sertã não vai além do lugar 264 (num universo de 608 escolas), apesar de ter subido vários lugares em relação a 2011 (542.ª posição). A média final foi de 9,91 valores (média resultante das 238 provas realizadas).
A melhoria na escola sertaginense é de saudar, todavia há ainda muito trabalho a fazer para inverter este cenário pouco optimista. Basta lembrar que, em 2006, a Escola Secundária registava uma média positiva nos exames realizados (10,85) e posicionava-se no lugar 130.
Já no ensino básico (9.º ano), os dois estabelecimentos de ensino do concelho não têm grandes motivos para festejar, apesar de a escola sedeada em Cernache do Bonjardim ter melhorado a sua posição em relação ao ano transacto.
O Instituto Vaz Serra obteve o 496.º lugar (média final de 2,89 valores para um total de 76 provas), quando em 2010 ficara na posição 606, enquanto a Escola Básica Padre António Lourenço Farinha desceu do 694.º lugar de 2011 para o 961.º lugar no ranking deste ano (média final de 2,62 valores para um total de 226 provas realizadas).
Aqui ficam os resultados, a pedir uma aturada reflexão.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Povoações: Póvoa (freguesia da Várzea de Cavaleiros)
As
origens do lugar da Póvoa remontam talvez ao século XV, altura que o prior da
Ordem do Hospital, Vasco Ataíde, doou a aldeia da Várzea dos Cavaleiros e o seu
termo a Brás Trancoso, escudeiro de El-Rei D. Afonso V.
Foi
pelos anos de 1460 que este cavaleiro iniciou os primeiros emprazamentos de
terras no território que mais tarde haveria de constituir a freguesia da Várzea
dos Cavaleiros. O objectivo era entregar estas terras, a troco de um foro
(pagamento), a cidadãos ou famílias, que ficavam obrigadas a cultivá-las e a
assegurar a sua manutenção.
O lugar
da Póvoa (cujo nome significa “pequena povoação” ou “casal”) parece ter origem
num desses emprazamentos, sendo de aceitar a hipótese de que o primeiro
habitante da Póvoa pudesse ser um foreiro da Ordem do Hospital. Aliás, no
Outeiro da Várzea e no Porto dos Cavaleiros há registos da existência de
terrenos emprazados por esta ordem.
Sabemos
que a Póvoa possuía em 1527, oito casas, sendo a segunda aldeia mais populosa
da futura freguesia da Várzea (esta freguesia foi apenas criada em 1555).
Duzentos anos depois, o número de casas subiu para 18 e, em 1891, eram já 24.
Segundo
os censos da população realizados em 1911, logo a seguir à implantação da
República, a Póvoa registava 135 habitantes, distribuídos por 30 habitações.
Até
1910, os habitantes da Póvoa viviam sobretudo da agricultura e da silvicultura,
havendo também aqueles que, nas décadas seguintes, começaram a trabalhar nas
minas de ferro da Várzea.
Aqui
sempre existiram importantes proprietários, que davam emprego a muita gente,
sobretudo no cultivo de produtos agrícolas e, mais tarde, na exploração
florestal.
Em
1926, foi construída a capela de Nossa Senhora dos Aflitos, a expensas de
algumas figuras distintas da povoação e de subscrição aberta junto do povo.
Por
seu lado, em 1939, o ministro das Obras Públicas e Comunicações concedeu uma verba de 17.692
escudos à Câmara Municipal da Sertã para o abastecimento de água à povoação,
obra essa que foi iniciada no ano seguinte, ficando a localidade dotada de uma
fonte que servia toda a população. É de notar que a Póvoa foi, depois da Várzea
dos Cavaleiros, a primeira povoação da freguesia a ser abastecida de água através
de fontes.
À medida que os anos foram passando e com o aumento da população que, nos
finais da década de 1950, ultrapassava já as duas centenas de pessoas, foi
necessário reforçar o caudal de abastecimento de água a este lugar, o que viria
a acontecer em 1969.
Um ano depois, em 1970, as ruas da Póvoa foram calcetadas. Outro melhoramento
de monta efectuado em 1966 foi a reparação e asfaltamento da estrada que liga a
Portela dos Bezerrins à Várzea dos Cavaleiros e que facilitou o acesso dos
moradores da Póvoa a cada um destes lugares.
O dia 20 de Setembro de 1970 foi um dos mais marcantes da vida da povoação,
visto ter sido a primeira vez que um representante do Governo visitou o lugar. O
Governador Civil de Castelo Branco, Ascensão Azevedo, deslocou-se aqui para
tomar contacto com os melhoramentos efectuados nos anos anteriores.
A electrificação deste lugar chegou já durante a década de 1970, ao passo
que o saneamento básico foi concluído apenas em Novembro de 1999.
À semelhança do que tem sucedido um pouco por todo o concelho, a população
da Póvoa tem vindo a diminuir consideravelmente. Os censos de 2001 sinalizavam
apenas a existência de 45 moradores.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
«A Dama das Camélias» visita a Sertã
A Companhia Teatral da Sertã A.Com.Te.Ser leva à cena, nos dias 13 e 21
de Outubro, a peça «A Dama das Camélias», escrita originalmente, em 1848, por
Alexandre Dumas Filho.
A narrativa da história, que muitos afirmam ser autobiográfica, retrata o
romance
entre Margarita Gautier, a mais cobiçada cortesã parisiense, e Armando Duval,
um jovem estudante de Direito. O romance não é aceite pelas famílias e a trama
é urdida a partir desse ponto.
A
peça foi representada, pela primeira vez em 1852, no Theatre de Vaudeville, em Paris (França).
Na
Sertã, a primeira sessão decorre no dia 13 de Outubro (sábado), no Teatro
Tasso, a partir das 21 horas. Já a segunda sessão tem lugar na Casa da Cultura
a 21 de Outubro (domingo). Este último espectáculo tem início agendado para as 16 horas.
Aqui
fica a sugestão!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
A chaga do desemprego num país em crise profunda
O
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, começou por dizer que se tratava de “uma
oportunidade para mudar de vida” (11/5/2012), emendando depois a mão e classificando-o
como uma “chaga social” (12/5/2012). O desemprego é um dos maiores flagelos do
país e ouvindo hoje o ministro das Finanças, ficámos com a noção de que, muito
dificilmente, o cenário irá inverter-se no próximo ano, altura em que a taxa de
desemprego deverá chegar aos 16,4 por cento. Olhemos para estes números e tentemos
perceber o que se passa no concelho da Sertã.
O
Eurostat revelou, no início desta semana, que a taxa de desemprego, no nosso país,
atingiu os 15,9 por cento, o valor mais alto desde 1953, altura em que o Banco
de Portugal começou a tratar esta informação estatística.
A
subida do nível de desemprego é extensível a todo o território nacional e no concelho
da Sertã, a julgar pelo número de inscritos no Centro de Emprego, no mês de
Agosto, são 791 os indivíduos à procura de trabalho, dos quais 269 estão nesta
situação há mais de um ano.
O
valor é assustador e só não é superior porque estão sinalizados vários casos de
sertaginenses que, depois de perderem o emprego, resolveram emigrar, um
expediente muito utilizado nesta zona do país.
A
maioria dos desempregados no concelho é do sexo feminino (506), sendo que o
grupo etário mais afectado é o que se situa no intervalo entre os 35 e 54 anos
(389 indivíduos). Ao nível da escolaridade, os desempregados com o 9.º ano (3.º
ciclo EB) suplantaram, pela primeira vez em muitos anos, os do secundário. Pela
negativa, referência também para os 62 licenciados no desemprego, o que nos dá
uma ideia precisa da dificuldade que o concelho tem em absorver cidadãos com formação
superior.
Por
mais do que uma vez, temos referido que este é um problema estrutural do país,
agravado pela crise económica e financeira dos últimos anos. Todavia, urge
parar para pensar e não entrar em discursos demagógicos de soluções milagrosas
que colocaram Portugal na situação em que está. Os tempos são difíceis e exigem
protagonistas à altura. Como dizia Pedro Santos Guerreiro, num editorial
recente do Jornal de Negócios, “a gestão política do Governo é um fracasso, mas
alguém tem de pegar nos paus e começar a reconstruir as pontes”.
Subscrever:
Mensagens (Atom)