As boas ideias são sempre de aproveitar e aquela que a Câmara Municipal de Proença-a-Nova apresentou esta semana merece todo o aplauso. A autarquia pretende investir as mais-valias criadas no concelho com a retenção de carbono na valorização da floresta.
O edil João Paulo Catarino, que espera obter com esta iniciativa a certificação de «concelho verde», garantiu que “está quase concluído um estudo que quantifica o carbono que é retirado da atmosfera na área do nosso concelho graças à floresta”, através do processo de fotossíntese, e também “a quantidade de energia renovável aqui produzida”, como a energia eólica.
“No fim, fazemos as contas e mostramos com quantas toneladas de carbono o concelho de Proença-a-Nova contribui todos os anos para despoluir o País e o mundo”, acrescentou autarca.
A capacidade de retenção e armazenamento do carbono pelas florestas a longo prazo está prevista no Protocolo de Quioto, segundo o qual pode ser contabilizada para cumprir os objectivos a que os países signatários se comprometem no período de 2008-2012.Ao abrigo do Protocolo de Quioto, Portugal não poderá ultrapassar em mais de 27 por cento as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no período de 2008-2012, tendo 1990 como ano de referência.Todavia, Portugal já ultrapassou esta meta, estimando-se que, a manter-se a tendência de crescimento das emissões, em 2010 esteja 39 por cento acima do objectivo, sendo por isso obrigado a recorrer aos mecanismos de flexibilização previstos no protocolo.Depois do flagelo dos incêndios florestais, os concelhos da Zona do Pinhal parecem estar finalmente a olhar para um recurso que, desde sempre, se apresentou como uma importante fonte de desenvolvimento. Resta o desejo de que outros sigam o exemplo.