Estão ainda por determinar as causas que provocaram o acidente que, no Domingo passado, vitimou onze pessoas e deixou mais 33 feridas no IC8. A queda de um autocarro numa ravina perto do nó do Carvalhal veio lançar, uma vez mais, o debate sobre o estado de conservação do IC8 e as obras que se têm arrastado durante os últimos anos.
Desde
o início do ano, o troço junto ao nó do Carvalhal já foi palco de, pelo menos,
três acidentes, um dos quais com as consequências já enunciadas. É sabido que a
via recebera obras de intervenção nos últimos meses, que não foram definitivas
porque a ideia passava por testar o novo piso colocado e aquilatar da sua
fiabilidade. Todavia, a estrada continuava (e continua) a necessitar de
diversas correcções, que vão desde a drenagem à pavimentação, passando pela sinalização.
José
Farinha Nunes, presidente da Câmara da Sertã, aos microfones de várias
televisões, não quis estabelecer um paralelo de causalidade entre as obras e o
acidente de Domingo, mas referiu que “três acidentes num mês é muita coisa”,
acrescentando: “Alertei-os para o que aconteceu, porque tantos acidentes em tão
pouco tempo deve ser motivo de preocupação”.
Enquanto
decorrerem as investigações ao acidente, não é de esperar grandes reacções por
parte da concessionária desta via (Ascendi), que se tem remetido ao silêncio
desde a hora do acidente. A única informação de que temos conhecimento é a que
foi transmitida por José Farinha Nunes: “Estive no local a falar com a concessionária
que me disse que ia fazer todos os possíveis para concluir as obras o mais
depressa possível”.
Mais
do que apontar culpados (o facto de o autocarro ser antigo e não cumprir todas
as regras de segurança pode ter feito inflacionar o número de vítimas), era
preciso que se olhasse de, uma vez por todas, com atenção para o estado desta e
de outras vias, fazendo as obras que forem necessárias. Mais do que tudo, é a
segurança dos automobilistas que está em risco.