quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Música no concelho: Jelfam

A música sempre granjeou muitos adeptos no concelho da Sertã. A Sociedade Filarmónica Sertaginense, criada em 1830, foi o primeiro grupo organizado em torno daquela que é conhecida como ‘quarta arte’ (classificação de Ricciotto Canudo). Depois, vieram as filarmónicas de Cernache e de Pedrógão, a tuna do Sertanense, os ranchos folclóricos da década de 1930, os grupos de música organizados por Ângelo Mendes, as bandas de yé-yé e os já míticos Popxula.

Dos Popxula, prometemos falar noutro texto, isto porque hoje a nossa atenção vai centrar-se numa banda fundada na vila da Sertã, em 1964: os Jelfam. Formado por quatro jovens estudantes, o grupo obteve grande sucesso na época, actuando em diversas festas de liceu, em espectáculos de variedades e em concursos de música yé-yé. Em 1966, fizeram mesmo uma tournée pelo Sul do país, juntamente com os Cometas Negros, actuando em Setúbal e em diversas cidades e vilas do Algarve.
O grupo era constituído por Joaquim Eduardo Barata (piano e órgão), José António Fernandes (acordeão), António Moura Ribeiro (viola eléctrica) e Luís Reis e Moura (bateria).
A sua primeira actuação aconteceu em Julho de 1964, durante as Festas dos Bombeiros da Sertã, na zona da Carvalha. O jornal «A Comarca da Sertã» escreveu sobre essa primeira actuação: “A sua actuação na Festa dos Bombeiros agradou bastante. O grupo é constituído por briosos rapazes da vila da Sertã, que dedicando à música as suas horas de descanso, acabam por se reunir, formando este conjunto que está em franca ascensão”.
A banda teve vida curta, colocando um ponto final na sua existência em 1968. Três dos seus elementos viriam a formar, um ano depois, o conjunto musical «Os Vultos».

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Memórias: Carvalha



Em tempos foi conhecida como Alameda Salazar, mas o seu nome de baptismo (Carvalha) nunca perdeu razão de ser para os sertaginenses. A sua história confunde-se mesmo com a da vila da Sertã.
Neste que muitos consideram ser ‘o cartão de visita da vila’, foram operadas grandes transformações ao longo dos últimos séculos e olhando para esta foto de Luís Silva Dias, tirada nos primeiros anos do século XX, percebe-se bem a profundidade dessas mudanças.
Essas alterações (em que se destaca o verdadeiro ‘crime urbanístico’ que foi a construção do tribunal) retiraram um pouco da alma e da identidade deste espaço de recreio mas felizmente não lhe retiraram o amor e carinho dos sertaginenses.
A Carvalha foi também palco de vários acontecimentos históricos que marcaram a história da vila e do concelho. Por aqui se realizaram sessões da Câmara Municipal da Sertã, projecções de cinema ao ar livre (finais da década de 1930) e foi este o local escolhido para a instalação do primeiro campo de futebol da vila (1936).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Novos critérios: Concelho da Sertã poderá perder apenas entre três a quatro freguesias

Enquanto Pedro Passos Coelho continua a teimar em proferir declarações infelizes sobre o povo que o elegeu, a reforma da administração local vai avançando, tendo-se conhecido, nos últimos dias, novos contornos sobre esta matéria.
Segundo o Conselho de Ministros, nos municípios de nível dois e três (onde a Sertã se inclui), as freguesias da malha urbana terão de ser diminuídas em 50 por cento. Já as freguesias rurais terão de ser fundidas, nos municípios de nível dois, em 35 por cento, ao passo que nos municípios com menor densidade populacional (nível 3), a redução será de 25 por cento.
Olhando para o concelho da Sertã, temos que, em virtude de o município ter uma densidade populacional de apenas 37,4 habitantes/km², a Proposta de Lei n.º 44/XII, elaborada pelo Governo, coloca-o no Nível 3 (municípios com menos de 100 habitantes/km²).
Deste modo, e partindo de uma análise puramente objectiva e pessoal, podemos verificar que a Sertã ficará obrigada a reduzir em 25 por cento o seu número de freguesias.
A proposta de lei governamental refere que no concelho apenas a freguesia da Sertã é considerada urbana, sendo as restantes 13 freguesias entendidas como rurais.
Destas 13 freguesias e colocando em prática o critério definido pelo Governo para municípios como a Sertã, verificamos que terão de ser extintas/agregadas 25 por cento, o que dará qualquer coisa entre três e quatro freguesias a desaparecer no concelho sertaginense. Esta conclusão não é vinculativa e parte apenas de uma leitura empírica dos dados disponibilizados pelo Executivo.
Perante este cenário, a Sertã perderia um máximo de quatro freguesias, com a Câmara local a poder sugerir as que seriam extintas/agregadas.
Para terminar, apenas uma questão: a Comissão para Avaliação do Documento Verde, criada recentemente no seio da Assembleia Municipal da Sertã, já reuniu alguma vez? Era importante que o fizesse porque este processo entra agora numa fase decisiva e, de acordo com o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, tudo terá de estar concluído até ao início do último trimestre deste ano.