quinta-feira, 29 de julho de 2010

Rock' n’ Sertã volta a dar música nos dias 12 e 13 de Agosto

O festival Rock´ n’ Sertã está de regresso às margens da Ribeira Grande. O evento, que conta com a organização da Câmara da Sertã, tem lugar nos próximos dias 12 e 13 de Agosto (quinta e sexta-feira).
O primeiro dia de concertos conta com as actuações dos Frente 704 (22 horas), Frying Pan (23h), Pedra&Kall (24h) e do Gigolo Dance (1h da madrugada).
Já no dia 13 de Agosto, os Rockabyllio são os primeiros a subir ao palco (22 horas), seguindo-se os Kaviar (23h), os ‘históricos’ Popxula (24h) e a terminar a festa o Dj Bryto (1h da madrugada).
Aqui fica o convite para dois dias de música nas margens da Ribeira da Sertã.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Desemprego e falta de competitividade: realidades a ter em atenção na Sertã

O recente encerramento da MAFREL, e o consequente despedimento de 45 trabalhadores, só na unidade de Cernache de Bonjardim, voltou a trazer à discussão o problema do desemprego na nossa região. Apesar de não ser dos mais afectados pelo fenómeno, o concelho da Sertã precisa de olhar com atenção para os sinais que vão surgindo.
Para já, o cenário não é de alarmismos, até porque o Centro de Emprego da Sertã, que inclui os concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Mação, Vila de Rei e Sertã, é aquele que na região Centro apresenta um menor número de desempregados. No passado mês de Junho, estavam inscritas neste centro de emprego 1.132 pessoas, sendo que a maioria era originária do concelho da Sertã (564).
O problema do desemprego é, neste momento, transversal a todo o mundo e em Portugal a taxa de desempregados tem vindo a crescer de forma pronunciada – em Maio estava nos 10,9 por cento, a quarta mais alta no conjunto dos países da OCDE.
A solução para este problema não é fácil, sobretudo num momento em que os países se confrontam com dívidas públicas assustadoras (a portuguesa está a caminho dos 90 por cento do PIB) e os bancos não conseguem encontrar financiamento no mercado interbancário e, portanto, são poucos os que conseguem empréstimos junto da banca.
No entanto, o que nos interessa aqui é o estado actual do emprego (e alguns factores colaterais) no concelho da Sertã. Os dados são escassos e as únicas fontes existentes não são actuais, daí a impossibilidade de apresentar um retrato fiel e fundamentado.
Contudo, e recorrendo às fontes existentes (Censos 2001; Anuário Estatístico da Região Centro 2008; Carta Social do Concelho da Sertã e Agenda 21 Local), podemos constatar que o total da população empregada no concelho ultrapassa as seis mil pessoas, estando a maioria afecta a actividades ligadas aos sectores secundário e terciário. A baixa escolaridade dos trabalhadores é uma evidência, sendo que a maioria não tem mais do que o terceiro ciclo do ensino básico (o equivalente ao 9.º ano). Mais preocupante é o número pouco significativo de trabalhadores com ensino superior (a grande maioria dos sertaginenses com ensino superior não exerce actividade no concelho).
Aliados às poucas qualificações da população existente, estão outros dados ‘esmagadores’, a que poucos têm prestado atenção e que, de certo modo, explicam a falta de competitividade da nossa economia local. Por exemplo, a Agenda 21 Local do município da Sertã alertava, em 2004, para “as poucas oportunidades de emprego” no concelho; para a “incerteza de manutenção e sobrevivência de micro, pequenas e médias empresas ligadas ao sector florestal, em consequência dos incêndios” que ocorrem anualmente; para a “pouca competitividade da actividade agrícola local” devido ao seu carácter minifundiário e ao “fraco associativismo por parte dos agricultores”; para a “reduzida actividade industrial” e também para o facto do “extenso parque industrial atrair sobretudo actividades comerciais e de prestação de serviços”.
Não queremos com isto dizer que tudo está mal na Sertã, até porque o exemplo recente da Central de Biomassa é um importante sinal de mudança neste cenário. Todavia, é pouco para um concelho com enormes potencialidades ao nível da floresta, energias renováveis ou turismo.
Em jeito de conclusão, acrescentemos outro dado que deverá continuar a merecer um olhar atento e que é decisivo inverter nos próximos anos: a perda de população no concelho. Olhando para o período entre 1950 e 2001, verificamos que a Sertã perdeu mais de 40 por cento da sua população residente. Se a isto somarmos o facto de, até 2026, e segundo o estudo Dinâmicas Populacionais e Projecções Demográficas, o concelho poder vir a perder mais de 12 por cento dos seus actuais habitantes, então estamos conversados.

São sinais que devem merecer a nossa atenção/preocupação e que muito do discurso político das últimas décadas (protagonizado por alguns vendedores de ilusões) tem vindo a escamotear, com honrosas excepções.

Sertã poderá vir a contar com novo edifício escolar

O concelho da Sertã poderá vir a ter um novo edifício escolar. O anúncio foi feito por José Farinha Nunes, presidente da Câmara da Sertã, e surge na sequência de uma reunião do autarca com a Secretaria de Estado da Educação, onde se falou da falta de espaço na Escola Básica Integrada (EBI) e das condições da escola Padre António Lourenço Farinha (na foto).
De acordo com a Rádio Condestável, o presidente da Câmara referiu, na reunião do executivo da passada quarta-feira, ter ficado “bem impressionado com o resultado da reunião”, uma vez que “há vontade e faz parte das prioridades do Ministério da Educação a construção de um novo edifício”, o que na sua óptica será “vantajoso” em “termos económicos”. Na referida reunião, onde esteve também presente a vereadora Cláudia André, a autarquia mostrou-se disponível para ceder o terreno para o novo edifício.
A notícia é bem-vinda e a construção de um novo edifício escolar vem responder a um conjunto de necessidades que urge resolver. Todavia, é sempre necessária alguma precaução nestas intenções do Governo, ainda para mais em ano de crise (a questão de quem paga o quê no novo equipamento é decisiva).
Além disso, convém recordar os constantes imbróglios (e atrasos) que se verificaram na construção da escola Padre António Lourenço Farinha, que quando abriu portas já era pequena para o elevado número de alunos que iria receber.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Casa da Água da Foz da Sertã: um triste espectáculo na entrada do concelho

Na fachada pode ler-se «Águas da Foz da Sertã – Posto de Venda e Informações». O nome deve estar a fazer corar de vergonha muita gente, tal é o estado lastimoso em que se encontra este imóvel, situado numa das entradas do concelho da Sertã, mais precisamente na freguesia de Cernache do Bonjardim. Num concelho que se quer afirmar pelo turismo, não deixa de provocar estranheza que quem por aqui entre se depare logo com este triste espectáculo.
Esta casa, que em tempos fez parte do complexo turístico do hotel da Foz da Sertã, está em avançado estado de ruína e a necessitar de intervenção urgente. Em tempos, serviu de posto de recepção para os clientes que pretendiam visitar aquela unidade hoteleira e de posto de venda para aquisição de garrafas de água da Foz da Sertã. Hoje, não serve para grande coisa.
Durante anos, o imóvel permaneceu esquecido, apesar de quando em vez alguém se lembrar dele e chamar a atenção, numa das muitas assembleias municipais cá do burgo, para o seu estado. Ainda recentemente, foi sugerido que o local passasse a funcionar como uma espécie de albergue/casa de apoio aos peregrinos que anualmente por aqui passam em direcção a Fátima.
No entanto, e até que alguém se resolva a fazer alguma coisa, a casa lá continuará a servir de cartão de boas-vindas a todos os que nos visitam.

Povoações: Porto dos Cavaleiros (Várzea dos Cavaleiros)

Diz a tradição que o seu nome deriva do facto de aqui se ter juntado um grupo de cavaleiros que acompanhou Nuno Alvares Pereira na Batalha de Aljubarrota, em 1385. Situada nas margens da Ribeira da Tamolha, a povoação do Porto dos Cavaleiros parece ter muitas histórias para contar.
E no meio de todas essas histórias há uma que merece destaque e que é anterior à que narrámos inicialmente. Corria o ano de 1246, altura em que Portugal vivia uma terrível crise de poder (D. Sancho II era um rei a prazo e o irmão D. Afonso III já sonhava com o trono), quando naquilo que é hoje a Várzea dos Cavaleiros – ou nas suas redondezas – se travou uma batalha entre D. Afonso III e o rei de Castela que veio em defesa de D. Sancho II. A Várzea (que no século XIII dava pelo nome de Tamola) ganhou esta designação em memória da batalha, ao passo que o Porto dos Cavaleiros ficou para a posteridade como o local onde os cavaleiros se juntaram antes do combate.
Ao longo dos séculos, esta povoação viveu sobretudo da fama destes feitos e não tanto dos números da população, que rareava por aqui. Nas várias inquirições realizadas, não há registos de habitantes nos seus limites até finais do século XVIII, altura em que surgem os primeiros fogos. Esta ausência humana não significava, contudo, que a terra estivesse ao abandono, isto porque todos os terrenos da zona eram cultivados por gentes das povoações vizinhas e o local era muito procurado devido à frescura das águas da ribeira (os mais antigos contam que era frequente ver por ali cavaleiros a saciar a sua sede e a das respectivas montadas).
Nos inícios do século XX, o Porto dos Cavaleiros contava seis habitantes (duas famílias), um cenário que hoje está reduzido a apenas dois moradores. Referência neste lugar para o lagar de azeite, bem conhecido em toda a freguesia da Várzea dos Cavaleiros. Os terrenos da povoação continuam também bastante férteis.

Cemitério da Sertã aberto à noite

Que a porta do cemitério esteja aberta durante o dia não causa qualquer estranheza, agora que isso aconteça à noite então talvez nem tudo esteja bem. Isso mesmo é o que tem sucedido no cemitério da vila da Sertã, que de quando em vez, se encontra aberto durante a noite, talvez aguardando algum visitante fora de horas.
A situação não é nova e os responsáveis autárquicos já foram alertados, apesar da responsabilidade pertencer, na quase totalidade dos casos, às pessoas que depois das horas de funcionamento visitam o cemitério, abrindo o enorme portão de ferro com uma chave que se encontra à mão de semear, mas não o fechando quando saem.
Seria bom que houvesse mais civismo e respeito da parte de todos aqueles que acorrem a este local fora dos seus horários de funcionamento.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Memórias: Fonte da Pinta


Nunca como hoje fez tanto sentido a ‘memória’ que aqui trazemos. A Fonte da Pinta, apesar de fisicamente ainda lá estar, parece não passar de uma recordação de todos quantos por ali passaram, descansaram, namoraram ou brincaram. Nos dias que correm, resta apenas o triste espectáculo de ver um ex-libris da Sertã entregue ao abandono e ao denso mato que cobriu por completo aquele amplo espaço que vemos nesta foto.
Não se sabe ao certo quando é que este local começou a atrair os sertaginenses, todavia temos notícia de que em 1898 se fizeram importantes melhoramentos na zona envolvente à fonte, dotando-a de melhores condições.
Ao longo do tempo, a Fonte da Pinta conheceu outras intervenções, de maior ou menor monta, contudo o local foi sendo votado ao esquecimento/abandono desde meados da década de 90, encontrando-se hoje num estado que a todos devia envergonhar.
Será que depois de se gastar/investir (escolha a sua opção) 120 mil euros na instalação de uma ponte pedonal na zona da Carvalha, não terão sobrado uns míseros euros para voltar a dar dignidade a um dos locais que permanece na memória de muitos. Ou será que a ideia é mesmo fazer daquilo uma simples memória?
Foto: Arquivo Fotográfico do Clube da Sertã

Estação dos CTT de Cernache com os dias contados?

Após o encerramento da FAFIC, esta é a notícia que tem dominado as conversas, sobretudo na zona de Cernache do Bonjardim: a transferência dos serviços prestados pelos CTT para a junta de freguesia local.
Na primeira versão desta história, a que a Rádio Condestável tem dado grande destaque, os CTT diziam ter contactado a junta para que esta assegurasse a distribuição postal à população (uma proposta estranha, uma vez que a distribuição de correspondência é feita a partir do Centro de Distribuição Postal da Sertã), ao passo que a junta de freguesia, pela voz do seu presidente, Diamantino Calado Pina, afirmava ter sido contactada pelos CTT para ficar com alguns dos serviços prestados na estação cernachense.
A Assembleia de Freguesia de Cernache do Bonjardim, reunida no passado dia 30 de Junho, esclareceu as dúvidas, com o presidente da junta a revelar a proposta que lhe chegara da parte dos CTT: a junta ficaria com a estação dos CTT de Cernache, já a partir do início do próximo ano (altura em que terá início a liberalização dos serviços postais), recebendo uma verba de 609,6 euros para fazer face às despesas com a contratação de um funcionário para a nova estação.
Entre as competências da junta, estariam incluídos todos os serviços prestados pelos CTT, com excepção do pagamento de impostos, IVA, IRS, IMI e Segurança Social.
Como seria de prever, a Assembleia de Freguesia recusou a proposta, que considera um “presente envenenado”, isto porque “irá contribuir para a desertificação”, sendo mais “um serviço e uma casa que fecha em Cernache” (citações recolhidas pela Rádio Condestável).
Depois do encerramento das escolas, a que se juntam agora mais duas no concelho (estranho silêncio dos nossos responsáveis sobre esta matéria), chegou a vez das estações de correio. Que a estratégia dos CTT, na sequência da liberalização dos serviços postais, passa por ‘deixar’ para os privados algumas das estações situadas em concelhos pouco populosos ou em sedes de freguesia disso parece não existir dúvidas, contudo seria bom que o autismo que estas estruturas têm revelado ao longo dos últimos anos, desrespeitando as populações do Interior e colocando em prática regras discricionárias, que não levam em linha de conta os interesses dos habitantes e das populações que deviam servir, desaparecesse de uma vez por todas.

E quando se fala em liberalizar os serviços postais, o que à primeira vista poderá ser uma boa notícia em termos de aumento da qualidade e da competitividade, terá de ser encarado com muita precaução. Veja-se por exemplo o que aconteceu no caso dos Notários, onde o Estado desempenhou um papel vergonhoso em todo o processo.