Já aqui falámos nela num post publicado há cerca de dois anos. A antiga ponte do Vale da Ursa, submersa desde a década de 1950, continua a despertar grande interesse junto de alguns estudiosos ou simples curiosos.
Inaugurada em 1885, por Fontes Pereira Melo, na altura Ministro das Obras Públicas, a ponte do Vale da Ursa, com cerca de 20 metros de altura, fazia a ligação entre os concelhos da Sertã e de Ferreira do Zêzere e marcou a conclusão da famosa Estrada Real que ligava Tomar ao concelho sertaginense.
Segundo algumas investigações feitas nos últimos anos (nomeadamente pelo Ferreira Digital), a ponte encontra-se a pouco mais de nove metros da superfície, apesar desta medida poder variar consoante o leito da albufeira.
Além disso, recentemente quatro mergulhadores visitaram a ponte submersa e recolheram imagens da estrutura que estão disponíveis no Youtube, no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=b3ibhYQIghQ
Foto da antiga ponte: http://monumentosdesaparecidos.blogspot.com
quarta-feira, 28 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Povoações: Casal dos Gafos (Cumeada)
O nome não é muito comum, mas existe um motivo para que a povoação tenha este nome. Mas antes de mais, passemos às apresentações. Hoje, iremos falar do Casal dos Gafos, que fica situado na freguesia da Cumeada, mesmo em frente à povoação do Valongo, na freguesia de Palhais.
As suas origens remontam ao século XV, apesar de haver quem afirme que são mais antigas. A única certeza é de que, por esta altura, o lugar era dos mais povoados entre os lugares que actualmente compõem a freguesia da Cumeada (criada em 1806).
A sua designação deriva da existência de um casal de leprosos (também conhecidos por gafos) na zona que hoje compreende o lugar. Desde então, passou a ser conhecida por Casal dos Gafos, o que de início provocou alguns temores, isto porque, rezam as crónicas, poucos eram os que se aventuravam a ir para aquelas paragens.
No entanto, esse temor não durou muito, isto porque aquando do primeiro censo da população de Portugal, denominado «Cadastro da População do Reino», em 1527, o Casal dos Gafos possuía sete fogos, um número que curiosamente viria a descer para quatro em 1891.
Segundo o livro «A Sertão e o seu Concelho», do Pe. António Lourenço Farinha, o Casal dos Gafos tinha, em 1911, 17 habitantes e quatro fogos. Nos dias que correm, a população deste lugar mantém-se a este nível – contabilizámos 16 moradores.
As suas origens remontam ao século XV, apesar de haver quem afirme que são mais antigas. A única certeza é de que, por esta altura, o lugar era dos mais povoados entre os lugares que actualmente compõem a freguesia da Cumeada (criada em 1806).
A sua designação deriva da existência de um casal de leprosos (também conhecidos por gafos) na zona que hoje compreende o lugar. Desde então, passou a ser conhecida por Casal dos Gafos, o que de início provocou alguns temores, isto porque, rezam as crónicas, poucos eram os que se aventuravam a ir para aquelas paragens.
No entanto, esse temor não durou muito, isto porque aquando do primeiro censo da população de Portugal, denominado «Cadastro da População do Reino», em 1527, o Casal dos Gafos possuía sete fogos, um número que curiosamente viria a descer para quatro em 1891.
Segundo o livro «A Sertão e o seu Concelho», do Pe. António Lourenço Farinha, o Casal dos Gafos tinha, em 1911, 17 habitantes e quatro fogos. Nos dias que correm, a população deste lugar mantém-se a este nível – contabilizámos 16 moradores.
Os habitantes deste casal vivem essencialmente da agricultura (os mais velhos), ao passo que os outros se distribuem por actividades como a construção civil e a prestação de serviços fora da freguesia.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Hino de 'Sernache do Bomjardim'
Não se conhece o autor, mas sabe-se que foi escrito em 1920. Falamos do Hino de Sernache do Bomjardim (grafia da época), que hoje aqui transcrevemos:
Entre a Serra da Louzã,
Da Melriça e Muradal
Sorri gentil e louça
Uma Terra sem rival.
Risonha aldeia de amores
Com horisontes sem fim
É um canteiro de flores:
- Sernache do Bonjardim!
Ó Terra amada,
Jardim em flor!
Quem num poema p’regrino,
Pela alvorada
E com amor,
Te não entoar um hino
E por não ser trovador,
Não ser poeta dirino
Foi neste éden admirável,
Neste lindo roseiral,
Que nasceu o Condestável,
Orgulho de Portugal.
Cantáe alto, trovadores,
De suas proezas a glória,
Qu’ ilumina d’esplendores
As páginas da história.
Fazei vibrar um clarim,
Que se ouça até às estrelas,
E cantáe o Bomjardim
Em vossas canções mais belas.
P’ra que saiba o mundo inteiro,
Qual foi o berço natal,
Do mais santo padroeiro
Das terras de Portugal!
Sernachenses juvenis,
Almas brancas de luar;
Patrícias minhas, gentis,
Capazes de muito amar:
Fazei de Sernache um templo
De combate ao egoísmo,
D dae nobre e puro exemplo
D’altas lições de civismo.
Enlaçae num elo d’oiro
Vossa vontade pod’rosa,
E tirae desse tesoiro
Uma tuba sonorosa.
Ergamos até ao sol
O pendão da nossa Terra
Lendo à luz desse foról
O orgulho que ele encerra.
Como coração que clama
Ou voz sublime a cantar,
Em versos d’eterna fama
O hino do nosso lar.
Contemos a nossos filhos
Produtos do nosso amor,
Do passado os áureos trilhos,
De Sernache o esplendor;
Para que eles amem tanto
Este dilecto torrão,
Que suponham por encanto,
Ser seu próprio coração!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
O prémio que recorda o Pe. Manuel Antunes
O saudoso João Bénard Costa escreveu um dia a seu propósito: “De meã estatura, magríssimo, lívido, com um fio de voz, parecia, nos hábitos talares que, nesses tempos, nenhum sacerdote dispensava e muito menos um servo de Jesus, a própria encarnação do beato asceta”. O homem de que falava o antigo director da Cinemateca era o padre Manuel Antunes, um dos maiores vultos da nossa cultura e um dos mais ilustres sertaginenses de que há memória.
Este homem ilustre, durante anos esquecido pela sua terra Natal (houve até um presidente de Câmara que afirmou não o conhecer, nem encontrar motivos para o homenagear), até que lhe foi levantado um bonito monumento, na zona da Carvalha, em 2005, deixou uma vasta obra e foi uma referência tanto no meio literário, como no meio académico.
Todavia, o que nos impeliu a escrever este post foi o prémio que anualmente é entregue em sua memória. Trata-se do prémio de cultura Árvore da Vida, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em parceria com a Rádio Renascença, que este ano conheceu a sua sexta edição.
O vencedor de 2010 foi revelado na passada semana e a distinção coube à Diocese de Beja, pela “forma criativa e empenhada” como tem colocado a cultura como “campo prioritário da missão da Igreja”. Nos anos anteriores já haviam sido agraciadas com este prémio personalidades como o poeta Fernando Echevarria, o cientista Pe. Luís Archer, o cineasta Manoel de Oliveira, a professora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira e o político e intelectual Adriano Moreira.
Este homem ilustre, durante anos esquecido pela sua terra Natal (houve até um presidente de Câmara que afirmou não o conhecer, nem encontrar motivos para o homenagear), até que lhe foi levantado um bonito monumento, na zona da Carvalha, em 2005, deixou uma vasta obra e foi uma referência tanto no meio literário, como no meio académico.
Todavia, o que nos impeliu a escrever este post foi o prémio que anualmente é entregue em sua memória. Trata-se do prémio de cultura Árvore da Vida, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em parceria com a Rádio Renascença, que este ano conheceu a sua sexta edição.
O vencedor de 2010 foi revelado na passada semana e a distinção coube à Diocese de Beja, pela “forma criativa e empenhada” como tem colocado a cultura como “campo prioritário da missão da Igreja”. Nos anos anteriores já haviam sido agraciadas com este prémio personalidades como o poeta Fernando Echevarria, o cientista Pe. Luís Archer, o cineasta Manoel de Oliveira, a professora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira e o político e intelectual Adriano Moreira.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
FAFIC decorre entre 24 e 27 de Junho
Já são conhecidos os primeiros pormenores da edição que marca o regresso da Feira Agrícola, Florestal, Industrial e Comercial (FAFIC) à Sertã. As energias renováveis serão o tema em destaque neste certame, que decorre entre os dias 24 e 27 de Junho, na Alameda da Carvalha.
Segundo avança a Rádio Condestável, no seu website, “a Alameda da Carvalha vai encher-se de stands empresariais dedicados maioritariamente às energias solar, hídrica e eólica. Com o objectivo de promover e divulgar os produtos e a economia locais, este certame vai também ter espaços destinados às instituições e empresas concelhias”, de modo a “criar potencialidades de negócio para a Sertã e potenciar o desenvolvimento destas terras”.
Segundo avança a Rádio Condestável, no seu website, “a Alameda da Carvalha vai encher-se de stands empresariais dedicados maioritariamente às energias solar, hídrica e eólica. Com o objectivo de promover e divulgar os produtos e a economia locais, este certame vai também ter espaços destinados às instituições e empresas concelhias”, de modo a “criar potencialidades de negócio para a Sertã e potenciar o desenvolvimento destas terras”.
O cartaz musical também está definido. Assim, e de acordo com aquela estação de rádio, estão confirmados Pedro Barroso (actua dia 24 de Junho), Rita Redshoes (25 de Junho), Marco Paulo (26 de Junho) e Xutos & Pontapés (27 de Junho).
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Jardim do 'Cimo da Vila': E ninguém faz nada?
O estado em que se encontra o jardim do 'Cimo da Vila' é a imagem fiel de uma zona que tem vindo a cair no esquecimento. A zona de Santo António, que apesar da sua proximidade aos paços do concelho, continua em lenta agonia rumo a um destino fatal. Mas falemos do estado em que se encontra o jardim.
Todos concordam que em tempos foi um dos jardins mais bonitos da vila, com uma envolvente (mata do hospital) capaz de inspirar qualquer visitante mais distraído. Só que o cenário que se nos depara nos dias que correm é de abandono e de verdadeiro desleixo: os baloiços desapareceram, as madeiras dos bancos estão a apodrecer, a vegetação rasteira cobre os supostos percursos pedonais e um longo manto de areia acumula dejectos de animais.
Há muitos de vós que devem pensar: para quê requalificar um jardim se depois ninguém lá põe os pés? É uma pergunta legítima, mas a resposta é ainda mais legítima – no estado em que aquilo está, ninguém se atreve a passar por lá, nem tampouco a sugerir uma visita a algum amigo ou conhecido.
Será que é assim tão difícil/oneroso devolver o brilho e a cor a um jardim que já maravilhou tantos em tempos antigos. Ou será que o destino a que algumas luminárias da nossa terra votaram a Fonte da Pinta é aquele que aguarda este jardim?
Todos concordam que em tempos foi um dos jardins mais bonitos da vila, com uma envolvente (mata do hospital) capaz de inspirar qualquer visitante mais distraído. Só que o cenário que se nos depara nos dias que correm é de abandono e de verdadeiro desleixo: os baloiços desapareceram, as madeiras dos bancos estão a apodrecer, a vegetação rasteira cobre os supostos percursos pedonais e um longo manto de areia acumula dejectos de animais.
Há muitos de vós que devem pensar: para quê requalificar um jardim se depois ninguém lá põe os pés? É uma pergunta legítima, mas a resposta é ainda mais legítima – no estado em que aquilo está, ninguém se atreve a passar por lá, nem tampouco a sugerir uma visita a algum amigo ou conhecido.
Será que é assim tão difícil/oneroso devolver o brilho e a cor a um jardim que já maravilhou tantos em tempos antigos. Ou será que o destino a que algumas luminárias da nossa terra votaram a Fonte da Pinta é aquele que aguarda este jardim?
Nota: As fotos que aqui estão foram tiradas durante o mês de Março de 2010.
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