sábado, 31 de outubro de 2009

Os desafios de José Nunes à frente da Câmara da Sertã


O novo presidente da Câmara Municipal da Sertã, José Farinha Nunes, tomou ontem posse do cargo. Mais do que assinalar este facto, importa tentar perceber quais os principais desafios que aguardam o novo autarca e a sua equipa nos próximos quatro anos de governação.
O programa eleitoral do novo presidente encerrava uma frase curiosa e que parece sintetizar todo o seu pensamento político: “A nossa opção é enfrentarmos os desafios e tentar encontrar as soluções que se afigurem mais adequadas”.
Esta expressão dá azo a várias leituras, mas concentremo-nos apenas nas soluções mais adequadas. A herança que José Nunes recebe na Câmara da Sertã é sinónimo de tarefa árdua, até porque José Paulo Farinha (o anterior presidente) marcou uma época e sobretudo, em algumas áreas, deixou um trabalho bastante positivo – isso mesmo foi reconhecido pela própria oposição.
O futuro está aí e a Sertã enfrenta aquilo que um filósofo alemão chamou um dia de “a urgência de não se deixar ultrapassar pelo tempo presente”. E a excessiva interioridade a que o concelho está cada vez mais votado, sobretudo por parte dos principais decisores do país, não augura nada de bom.
Um dos maiores problemas com que José Nunes terá de lidar é a perda crescente de população no concelho. Só nos últimos 30 anos, o município perdeu 37,5 por cento da sua população e as expectativas até 2026 indicam que poderão ser subtraídos mais 12,6 por cento aos números actuais (16.720 habitantes).
A solução não é fácil, mas seria importante discutir este problema de forma franca e sem subterfúgios – o estudo que o último executivo encomendou a este propósito foi um bom começo, mas o debate que se lhe seguiu foi totalmente estéril.
É óbvio que o problema da perda de população só se resolve se antes dele resolvermos uma série de outros problemas. O turismo é um deles. A Sertã aguarda há muitos anos (muitos mesmo!) a definição de uma política corajosa e estruturada de apoio e de fomento do turismo. O concelho foi bafejado pela sorte em termos de património natural, histórico (tão mal conservado, infelizmente) e gastronómico. José Nunes tem boas ideias no seu programa, faltando apenas estruturá-las num plano lógico e com prazos estabelecidos. Neste ponto, seria também importante o diálogo com os concelhos vizinhos, até porque a promoção do produto turístico ‘Zona do Pinhal’ teria um maior impacto junto dos mercados destinatários e o investimento poderia ser dividido por todos.
A questão do emprego/desemprego é outro dos problemas com que a equipa de José Nunes terá que se debater. Não que estejamos à espera que seja a Câmara a criar novos postos de trabalho, mas sim porque lhe compete a criação de condições para que novos investimentos possam nascer no concelho – o caso da expansão da Zona Industrial é decisivo.
O progressivo envelhecimento da população sertaginense também deve ser olhado com atenção, sobretudo pelo lado da função social que qualquer autarquia deve assumir. Neste ponto, aliás, o programa eleitoral social-democrata é bastante ambicioso, fazendo nós votos para que a sensibilidade aí demonstrada não se perca pelo caminho da governação.
Em termos de educação, a tarefa da edilidade está bem demarcada e o seu papel cinge-se a uma actividade essencialmente externa (manutenção das condições do parque escolar, atribuição de incentivos, apoios a alunos carenciados). Além disso, o programa do novo presidente segue uma linha de raciocínio já iniciada por outros executivos sociais-democratas que passaram pela Câmara da Sertã. Ainda assim, se a maior parte do que foi prometido for cumprido, a educação poderá estar bem melhor daqui a quatro anos.
O centro de saúde será outra das questões a seguir com atenção nestes próximos tempos. José Nunes, no seu programa, disse que queria construir um novo centro. Apesar da decisão final não estar nas suas mãos, é de aplaudir a ideia, faltando saber se defende que essa construção seja feita no mesmo local ou num outro.
Na parte dedicada à cultura, apesar do bom trabalho que José Paulo Farinha desenvolveu, a equipa de José Nunes tem pela frente uma tarefa bem hercúlea. Desde logo, importa corrigir alguns erros do passado, bem como omissões flagrantes no que toca ao património histórico – uma das maiores riquezas do concelho. O castelo, depois de uma intervenção realizada há cerca de uma década que pouco dignificou o seu passado, está esquecido; o centro histórico agoniza a cada dia que passa; as casas históricas da vila vão caindo aos poucos (apesar de, neste caso, os proprietários serem os grandes responsáveis pela situação); o museu continua a ser uma miragem; a Fonte da Pinta lá está esquecida e à mercê de constantes ataques urbanísticos; os riquíssimos achados arqueológicos continuam sem a devida atenção…
Por fim, a floresta, a maior riqueza do nosso concelho: as últimas iniciativas têm sido bastante interessantes, mas é urgente fazer mais.
No que toca às acessibilidades, as ideias do novo presidente vão de encontro àquilo que são os anseios da maioria da população sertaginense, nomeadamente a ligação por IC do Fundão a Tomar, passando por Sertã e Cernache do Bonjardim.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mitos e lendas do concelho: As mouras da Ribeira da Sertã


O concelho da Sertã é fértil em lendas, mitos e crenças. É com base nesta premissa que iniciamos uma nova secção no blogue, dedicada a este campo tão interessante da nossa etnografia.
Escolhemos para abrir as hostilidades um mito quase esquecido no nosso concelho – a história das mouras da Ribeira da Sertã. Optamos pela versão narrada por Jaime Lopes Dias, na sua fantástica obra «Etnografia da Beira».
“Formosa por seus vales profundos e extensos, de margens belas e verdejantes, dominada por encosta de grande declive e de difícil acesso, a ribeira da Sertã, cercada de pinheirais extensos que, agitados pelo vento, gemem continuadamente suas mágoas, é apreciável elemento de riqueza pelos lodeiros que forma nas suas margens e pela límpida água que oferece ao homem para dessedentamento da terra e das culturas. Vai já distante o tempo em que as serras que a cercam eram povoadas de matas virgens e de animais ferozes.
Hoje, tudo é conhecido. A acção do homem chegou a todos os recantos e, no desbravar dos montes e dos vales, numa das escarpas que do Mosteiro Fundeiro [junto à Senhora dos Remédios] vai até à ribeira, formação geológica, acção do homem primitivo ou uma e outra, ficou à vista uma gruta misteriosa de larga boca escura.
Pelo povo começou a correr que dela saíam, fora de horas, a deambular pelo campo, mouras esbeltas que, por sua desgraça, ali viviam encantadas.
Uma noite foram elas, durante a sua digressão, surpreendidas por um homem. Não podendo fugir, entregaram-lhe um grande lenço atado nas quatro pontas, cujo conteúdo ele não pode ver, e aconselharam-no a que o guardasse bem, porque nele encontraria a própria felicidade! Mas… que não o desatasse. Elas voltariam a aparecer-lhe.
Entre receoso e surpreso, agarrou bem o lenço e dirigiu-se lesto para casa a esconde-lo.
Passaram dias. Debalde voltou à procura das mouras até que, cansado de esperar, contou à mulher o sucedido.
Porque não havia ele de ver o que estava no lenço e voltar a atá-lo tal como o recebeu? – obtemperou a esposa.
Dito e feito! O lenço foi desatado e, dentro, encontrada pequena porção de carvão.
Ora, carvão daquele fazia ele todos os dias do mato que queimava e das próprias brasas da sua cozinha, e por isso guardou o lenço e deitou fora o conteúdo.
Na noite desse dia as mouras apareceram-lhe.
Tristes, seus rostos macerados, não balbuciaram palavra! O homem puxou do lenço que trazia dobrado no bolso, desdobrou-o e fez menção de o entregar, mas, nisto, umas falhucas de carvão que ainda continuavam agarradas ao lenço, desprenderam-se e, ao caírem no chão, tilintaram como moedas do melhor timbre.
Mais velozes que o vento, as mouras desapareceram! E o homem lá ficou a pensar como, por sua curiosidade e inconfidência, deixara de encontrar a própria felicidade, jungindo as infelizes ao degredo eterno”.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As ruas da Sertã: Rua Lopo Barriga


Onde fica? É uma pequena rua, de um só sentido, que liga a Praça do Município à Praça da República

Quem foi? Os mouros não lhe devotam muitas saudades e para a eternidade ficou a expressão “lançadas de Lopo Barriga te dêem”. Lopo Barriga nasceu na Sertã no fim do século XV e era filho de Pedro Alvares Barriga e de Constança de Brito.
Cândido Teixeira, na sua obra «Antiguidades, Famílias e Varões Ilustres de Sernache do Bom Jardim e seus contornos», escrevia a seu propósito: “Militou valentemente em África como intrépido e esforçado cavaleiro. Achou-se na defesa de muitas praças e na expugnação de outras. Repetias as entradas com tão impetuosas e inesperadas invasões, que não deixava aos mouros, nem tempo nem lugar livre de sobressalto”.
Quando Nuno Fernandes de Ataíde foi nomeado governador de Safim [cidade de Marrocos], Lopo Barriga recebeu o cargo de seu adail [uma espécie de comandante dos exércitos], sendo dos primeiros a entrar na mesquita daquela cidade, quando ela foi tomada em 1508.
Mas os feitos de Lopo Barriga não se ficam por aqui: Em 1510 foi um dos que defenderam a cidade de Safim do cerco que lhe puseram os mouros e que durou desde o dia 13 até 31 de Dezembro do mesmo ano; em 27 de Março de 1515, com um punhado de homens (entre os quais Pedro Leitão), tomou a praça de Amagor, que era considerada inexpugnável. Por este feito, o rei D. João III concedeu-lhe em 1533 o brasão de armas, que seus descendentes usam.
Em seguida tomou a fortaleza de Agabalo, sendo o primeiro a saltar os seus muros, subindo pela própria lança, conforme rezam as crónicas da época.
No ano de 1516 foi feito prisioneiro e esteve cativo até 1523, altura em que D. João III o mandou resgatar, tendo regressado a Lisboa, onde casou com D. Joana Eça, filha de D. Cristina Eça, e de quem teve três filhos (Pedro Barriga, D. Francisca de Vilhena e D. Beatriz de Vilhena).
Em 1524 voltou a África obtendo, algum tempo depois, juntamente com Cide Haya Abentafut uma grande vitória em Aleborge, situada a 25 léguas de Safim.
Pouco depois, na sequência de novo combate, perto de Safim, Lopo Barriga foi degolado.
Vasco Mousinho de Quevedo, no canto X do seu poema Afonso Africano, dedicou algumas palavras a Lopo de Barriga, que foi também Comendador da Ordem de Cristo:

Lopo de Barriga, cujo illustre nome
É justo a Portugal seja tão caro,
Que no lugar mais alto sempre assome:
Foi dos que rege e guia firme amparo,
Obras fez de que o Mundo exemplo tome

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escola Secundária da Sertã melhora ligeiramente nos rankings nacionais


A Escola Secundária da Sertã melhorou ligeiramente no ranking das médias de exame do ensino secundário, face ao ano lectivo anterior. Depois de se ter posicionado no 318.º lugar, em 2007/08, o estabelecimento de ensino sertaginense subiu, em 2008/09, para a 306.ª posição. A média foi de 10,14 valores (média de 0 a 20). Ainda assim, esta posição não encerra motivos para grandes festejos, sobretudo se olharmos para o passado, mais precisamente para 2006, altura em que a Escola Secundária da Sertã atingiu o 130.º lugar, com uma média final de 10,85.
A nível distrital, a escola ficou na quinta posição. Foram realizados neste estabelecimento 329 exames.
É óbvio que a leitura deste tipo de rankings deve revestir-se de alguma cautela, até porque os seus resultados são meramente indicativos e não permitem aferir da qualidade do ensino ministrado na escola analisada. Além disso, as posições das escolas variam conforme a entidade que organiza estes rankings. No nosso caso, optámos pelo ranking elaborado pela SIC.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vamos limpar a nossa floresta no dia 20 de Março de 2010


A floresta é talvez a maior riqueza do nosso concelho. No entanto, nem sempre lhe prestamos a atenção devida, nem cuidamos dela da forma mais correcta. Perante este cenário, a iniciativa do Movimento Limpar Portugal (MLP) faz todo o sentido.
A ideia do MLP é simples: limpar a floresta portuguesa num só dia. 20 de Março de 2010 foi o dia escolhido e é necessária a ajuda de todos para levar a bom termo esta tarefa.
Para quem quiser obter mais informações, basta ir ao site
http://limparportugal.ning.com/
O movimento encontra-se subdividido em vários grupos locais. A Sertã também já tem o seu, bastando digitar o endereço:
http://limparportugal.ning.com/group/srtsert
A floresta precisa de todos nós…

domingo, 18 de outubro de 2009

Um Sertanense ‘muito digno’ eliminado pelo FC Porto


Pelo terceiro ano consecutivo, o Sertanense defrontou o FC Porto para a Taça de Portugal; pelo terceiro ano consecutivo, o FC Porto venceu o Sertanense por 4-0; pelo terceiro ano consecutivo, o avançado Farías marcou dois dos quatro golos portistas. Dito assim, tudo parece ter corrido conforme a normalidade na noite de ontem no Estádio do Dragão. Mas o que é facto é que o conjunto da Sertã voltou a não ter a sorte do jogo e a perder por 2-0, aos 10 minutos da primeira parte (e com menos um jogador), não se poderia pedir muito mais a uma equipa que pela frente encontrou um endiabrado Hulk e um FC Porto que não facilitou.
A expectativa era grande nas bancadas do Estádio do Dragão antes da partida começar. Mais de 30 mil espectadores (entre os quais uma excelente falange de apoio do Sertanense) aguardavam ansiosamente pelo desafio.
O FC Porto entrou a todo o gás e logo aos seis minutos, Hulk na sequência de um livre directo apontou o primeiro golo do desafio – um remate colocado sem hipóteses para Paulo Salgado.
Quatro minutos depois, o defesa esquerdo do Sertanense Renato toca a bola com a mão, desviando um remate de Farías. O árbitro assinala penalty e expulsa o jogador sertaginense. Farías foi chamado a converter a grande penalidade e não falhou… estava feito o 2-0.
A equipa portista continuou a ‘carregar’ e Rodriguez, em boa posição, rematou ao lado quando o relógio marcava os 15 minutos.
À passagem do minuto 19, o avançado do Sertanense Platini fugiu pela esquerda, ganhou posição a Fernando e dentro de área o jogador do FC Porto ‘carregou’ o ponta-de-lança, com o árbitro João Capela, mesmo de frente para o lance, a nada assinalar – erro grave do juiz da partida.
A formação de Joaquim Mendes equilibrou o jogo a partir daqui, sendo de registar algumas boas iniciativas individuais dos médios do Sertanense, que não surtiram efeitos práticos.
Quando o desafio caminhava para o intervalo, Rodriguez numa jogada pela esquerda, ofereceu a bola a Farías que desviou o esférico do alcance de Paulo Salgado, fazendo o terceiro golo.
Na segunda parte, o FC Porto continuou a dominar as operações e o Sertanense a aventurava-se, de quando em vez, no contra-ataque. Foi num desses lances (aos 73 minutos) que Bruno Grou, na sequência de um excelente remate de fora da área, quase marcava para o conjunto da Sertã.
Na jogada seguinte, o recém-entrado Idris derrubou Hulk, à entrada da área, e foi expulso, numa decisão que a maior parte dos jornais de hoje considera que seria “evitável” pelo árbitro, justificando-se a “lei do bom senso”.
Para o final do jogo, estava ainda guardado o último golo dos ‘dragões’. Hulk remata de pé esquerdo e a bola, depois de tabelar em Dias, anicha-se no fundo das redes do guardião sertaginense.
Apesar da derrota, é preciso dar os parabéns à equipa do Sertanense que se bateu contra a equipa campeã nacional, num jogo que ficará para a história do clube, sobretudo porque foi o primeiro que todo o país pode ver em directo pela televisão, neste caso pela SportTv.
Uma palavra também para os muitos adeptos do Sertanense que fizeram questão em acompanhar a equipa até ao Porto para esta verdadeira festa do futebol.

Ficha de jogo
F.C. Porto
: Beto, Fernando, Maicon, Nuno André Coelho, Prediger, Sérgio Oliveira, Mariano (Alex, 70), Valeri, Rodriguez (Dias, 61), Hulk e Farias (Yero, 46).
Sertanense: Paulo Salgado, Hugo Ventosa, Leo Bahia, Flávio Dias, Renato, Filipe Avelar, Leandro, Platini, Rui César (Adérito, 70), João Frazão (Idris, 46) e João Boiças (Bruno Grou, 61).
Golos: Hulk (6’ e 86’) e Farías (10’ e 39’)

Foto: Paulo Novais (Agência Lusa)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Marcha da Sertã

Corria o ano de 1934 quando o na altura maestro da Filarmónica União Sertaginense, António Teixeira, resolveu avançar com a ideia de compor uma marcha que elogiasse as virtudes da vila da Sertã. Depois da composição terminada, entrou em cena João Esteves, que escreveu a letra daquilo que viria a ser a Marcha da Sertã.
É essa marcha que aqui reproduzimos hoje:



I

Tens tu Sertã
Sabor a rosa…
Oh! Donairosa
Gentil, louçã,


II

Em Portugal
Não tens rival:
Não há por cá
Não há, não há

Mais lindas flores
Mais lindos pares…
Nossos cantares
Sonhos d’amores

Terno calor
Que me consome
De beijos fome,
Sede d’amor


ESTRIBILHO


Carvalha dos Salgueirais
Oh! Mata do Hospital
Não ouves em Portugal
Soltar mais sentidos ais!
Os nossos são todo amor
Nascido com teu calor,
Fomos às nossas ribeiras
Estes seus sons procurar
Para em rimas fagueiras
À luz do sol te cantar

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Direcção do Sertanense organiza viagem para quem quiser assistir ao jogo com o FC Porto


O Sertanense vai defrontar o F.C. Porto, no próximo sábado, no Estádio Dragão (Porto), em jogo a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal. A Direcção do Sertanense disponibilizará aos associados e simpatizantes do clube seis autocarros para todos os que pretendam assistir a este desafio.
Os preços desta iniciativa, lançada pela Direcção, são os seguintes:

- Sócios: 15 euros (direito a viagem de autocarro e a bilhete para a bancada central do Estádio do Dragão). Para os que desejarem apenas a viagem de autocarro, o preço baixa para os 10 euros

- Novos sócios: 20 euros (direito a viagem de autocarro, bilhete para a bancada central do Estádio do Dragão e quotas pagas até Dezembro deste ano)

- Para os sócios que apenas pretendam adquirir o bilhete, o preço dos ingressos é de 4 euros (lugar na bancada central do Estádio do Dragão)

- Para os simpatizantes que só pretendam bilhetes, a Direcção tem ingressos para Não Sócios a 2 euros (lugares atrás de uma das balizas)

Todos os interessados em inscrever-se nesta iniciativa, ou em adquirir bilhetes, podem dirigir-se diariamente e até sexta-feira (das 16 às 21 horas), à sede do clube
No sábado, a sede do clube estará aberta a partir das 9h30m para que todos aqueles que ainda não se inscreveram nesta iniciativa o possam fazer.
A partida dos autocarros acontecerá pelas 14h30m de sábado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

José Nunes é o novo presidente da Câmara e PSD conquista maioria das juntas


José Farinha Nunes é o novo presidente da Câmara Municipal da Sertã. O candidato social-democrata arrecadou 50,91 por cento dos votos (5.383 votos) destronando o actual presidente da autarquia, José Paulo Farinha, que não foi além dos 36,25 por cento (3.833 votos). O PSD alcançou ainda a vitória na Assembleia Municipal da Sertã, através de José Luís Jacinto, e conquistou 10 das 14 freguesias do concelho.
Ainda na noite das eleições, o novo presidente da Câmara não conseguiu esconder a sua satisfação pelos resultados obtidos. Em entrevista à Rádio Condestável, José Nunes agradeceu “a confiança que os munícipes da Sertã depositaram em mim e na minha equipa” e prometeu “tudo fazer para que as coisas, a partir de hoje, decorram de forma tranquila e sempre com equilíbrio”.
A vitória social-democrata na Câmara da Sertã atingiu números bastante expressivos, depois do descalabro que foram as eleições de 2001 e 2005. O PSD garantiu a maioria absoluta na Câmara (quatro vereadores) e ultrapassou a fasquia dos 50 por cento, o que já não sucedia desde 1997, altura em que José Carreto venceu com 56,36 por cento.
José Paulo Farinha e o PS foram os grandes derrotados. Além de não conseguir manter a maioria absoluta que detinha na autarquia, o actual presidente da edilidade não somou os votos suficientes que lhe permitiriam a reeleição (o PS conta agora com três vereadores).
O CDS-PP apostava forte na eleição de um vereador. O candidato Pedro Jesus subiu na votação em relação às eleições de há quatro anos (5 por cento em 2005 e 7,67 por cento em 2009), mas não conseguiu eleger o tão desejado vereador.
Fernando Ferreira e o seu Bloco de Esquerda subiram ligeiramente nas votações, mas ainda assim registaram um resultado pouco significativo (1,62 por cento a que correspondem 171 votos).
Quem também subiu no número de votos, ainda que marginalmente, foi a CDU, que alcançou 0,62 por cento (66 votos).

Assembleia Municipal: O domínio ‘laranja’ estendeu-se à Assembleia Municipal, onde o PSD conquistou 50,18 por cento dos votos. José Luís Jacinto é o novo presidente da Assembleia Municipal da Sertã e a acompanhá-lo estarão mais 10 deputados eleitos pelo PSD. Os socialistas não deverão ter ficado com grandes recordações das eleições para este órgão – o PS conseguiu 33,50 por cento, elegendo oito deputados.
Apesar do desalento de Pedro Jesus na Câmara Municipal, o CDS-PP tem razões para festejar na Assembleia Municipal: oteve 9,43 por cento dos votos, o que lhe permite ter dois deputados no novo figurino da Assembleia.
O Bloco de Esquerda, que voltou a alcançar um resultado mais positivo nas eleições para a Assembleia do que no sufrágio para a Câmara, registou 2,48 por cento dos votos. A CDU ficou-se pelos 0,89 por cento.

Junta de Freguesia da Sertã: José da Silva Nunes [PSD] (Os sociais-democratas ‘roubaram’ a junta de freguesia da Sertã ao PS, obtendo 45,49 por cento contra 42,72 por cento dos socialistas. Mandatos: PSD e PS alcançaram seis cada e o CDS-PP um)

Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim: Diamantino Calado Pina [PSD] (Foi uma vitória retumbante aquela que os sociais-democratas averbaram em Cernache. Diamantino Calado Pina conquistou 59,43 por cento contra 23,65 por cento do candidato socialista. Mandatos: seis para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Cabeçudo: Ramiro Alves da Silva [PSD] (Eram seis os candidatos à junta, mas foi o PSD a levar a melhor sobre os adversários, com 33,83 por cento dos votos. Mandatos: três para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP e um para o movimento independente Unidos pelo Cabeçudo)

Junta de Freguesia do Carvalhal: António Vicente Xavier [PS] (O candidato socialista conseguiu ‘roubar’ a junta do Carvalhal ao PSD, alcançando 50,15 por cento. Mandatos: quatro para o PS e três para o PSD)

Junta de Freguesia do Castelo: Carlos Mateus Marques Lopes [PSD] (Tudo na mesma no Castelo, onde o presidente da junta venceu as eleições com um resultado esmagador – 63,68 por cento. Mandatos: seis para o PSD e três para o PS)

Junta de Freguesia da Cumeada: Manuel Marçal Nunes [PSD] (O actual presidente da junta mantém-se no cargo, depois de ter verificado um resultado de 52,08 por cento nas eleições de ontem. Mandatos: quatro para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP)


Junta de Freguesia da Ermida: Paulo José Martins Alves [CDS-PP] (A única dúvida nestas eleições era saber quantos eleitores votariam no único candidato a votos – 85,64 por cento foi a resposta. Mandatos: os sete mandatos foram directamente para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Figueiredo: José Mateus Lopes [PSD] (O que se disse em relação à freguesia da Ermida aplica-se à do Figueiredo. Mas neste caso, o candidato conseguiu um resultado ainda mais volumoso – 91,98 por cento. Mandatos: sete para o PSD)

Junta de Freguesia do Marmeleiro: Manuel Lopes Pereira [CDS-PP] (O presidente da junta mantém-se no cargo, apesar de ter concorrido nas listas do CDS-PP. A vitória final é inquestionável – 65,11 por cento. Mandatos: cinco para o CDS-PP; dois para o PSD)

Junta de Freguesia do Nesperal: Felismino dos Ramos Victória [PSD] (Emoção até ao fim na freguesia do Nesperal. O candidato social-democrata bateu o seu homologo socialista por dois votos de diferença. Mandatos: quatro para o PSD; três para o PS)

Junta de Freguesia de Palhais: Manuel Marçal da Silva [PSD] (Tudo na mesma na freguesia de Palhais depois das eleições de ontem – o PSD venceu com 70,87 por cento dos votos. Mandatos: cinco para o PSD; dois para a lista independente Todos por Palhais)

Junta de Freguesia de Pedrógão Pequeno: Manuel Domingos Lourenço [PS] (Nada de novo na freguesia de Pedrógão Pequeno. O actual presidente venceu as eleições com 43,52 por cento dos votos. Mandatos: três para o PS; dois para o PSD; dois para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Troviscal: Manuel Nogueira Figueiredo [PSD] (O PS, que apostou noutro candidato que não o actual presidente da junta, perdeu a freguesia para o PSD, que somou 51,73 por cento dos votos. Mandatos: cinco para o PSD; três para o PS; um para o CDS-PP)

Junta de Freguesia da Várzea dos Cavaleiros: Ângelo Antunes Fernandes [PSD] (A contagem dos votos durou até 'à última' e o PSD conquistou a junta por uma diferença de quatro votos em relação ao PS. Mandatos: três para o PSD; três para o PS; um para o CDS-PP)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eleições autárquicas: Câmara Municipal da Sertã

A menos de uma semana das eleições que decidirão o novo presidente da Câmara Municipal da Sertã, os candidatos vão apresentando os seus programas eleitorais e tentando afinar os discursos para os dias decisivos que se seguem. José Paulo Farinha (PS), José Nunes (PSD), Pedro Jesus (CDS-PP), Fernando Ferreira (Bloco de Esquerda) e Benvinda Daurte (CDU) são os cinco candidatos à autarquia. Os eleitores sertaginenses são chamados a votar no próximo dia 11 de Outubro.

José Paulo Farinha (PS): É o actual presidente da Câmara da Sertã e parte à conquista de um terceiro mandato à frente da autarquia. José Paulo Farinha tem 63 anos e é economista.
O programa eleitoral do candidato encerra um conjunto de linhas estratégicas, que “irão trazer um reforço de solidariedade e de coesão social, alcançando assim um desenvolvimento sustentado, porque cada vez é mais importante vivermos numa sociedade onde os factores não económicos do desenvolvimento imperem”. Além disso, José Paulo Farinha garante que este é um programa que não “pretende fazer promessas, mas sim definir estratégias de desenvolvimento”.
Entre as prioridades do candidato socialista estão, ao nível das obras estruturantes, a construção do Centro Multiusos de Apoio a Pequenas e Micro-Empresas e do “Campus Floresta Interactiva – Eco-museu” (ambos os projectos já contam com financiamento através de candidatura aprovada no âmbito do QREN); a recuperação do Convento de Santo António; a continuação da requalificação dos centros históricos da Sertã e de Cernache do Bonjardim ou a reabilitação da Praça da República da Sertã, incluindo a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
Quanto às obras a desenvolver em colaboração com o Governo central, os socialistas querem impulsionar a construção da nova ligação Sertã-Oleiros e da nova ligação ao IC8 - Cernache do Bonjardim - Ferreira do Zêzere; e a edificação do novo Centro de Saúde e Serviço de Urgências Básicas da Sertã.
No capítulo da Acção Social, o destaque vai para a criação da Fundação Padre Manuel Antunes, que visa estimular a educação e apoiar os estudantes mais carenciados.
Quanto ao Emprego/Fixação de jovens José Paulo Farinha quer “identificar oportunidades e apoiar a participação de agentes económicos e de produção do concelho em feiras e certames económicos e técnicos de âmbito local, regional e nacional”, e dinamizar a criação de empresas por parte dos jovens, com prioridade para as áreas dos serviços, do turismo e das novas tecnologias.
Na Floresta, a ideia é “promover campanhas de sensibilização para dar conta das vantagens da floresta e sua importância”, ao mesmo tempo, que se estimula a “promoção do papel do produtor florestal e a valorização dos produtos florestais”. “Promover uma gestão florestal criadora de riqueza e emprego e de melhoria do nível de vida da população residente e promover o aproveitamento dos resíduos florestais para a produção de biomassa” são outros dos objectivos.
O Turismo também se encontra na lista de prioridades do PS. Pretende-se, desde logo, dinamizar o posto de turismo, “centrando aí a promoção do património histórico, religioso e arqueológico, bem como os recursos naturais, as produções locais tradicionais e o comércio, a restauração e o alojamento turístico”. Outra das iniciativas é a “elaboração e concretização de uma estratégia de promoção turística do município, centrada no eco-turismo, no turismo de natureza, na gastronomia, no turismo do património natural, arqueológico, arquitectónico e cultural, incrementando-se a elaboração de roteiros temáticos”.


José Nunes (PSD): O antigo presidente da Assembleia Municipal da Sertã (2001-2005) é o candidato do PSD à Câmara da Sertã nestas eleições autárquicas. Os sociais-democratas, que estiveram à frente da autarquia entre 1976 e 2001 (em 1985 chegaram a alcançar uns impressionantes 71,3 por cento dos votos), tentam recuperar esta câmara, depois do descalabro dos últimos dois actos eleitorais.
José Nunes, funcionário público aposentado (antigo funcionário da Direcção Geral de Impostos), estabeleceu como áreas prioritárias para o seu mandato o emprego, acção social, cultura e desporto, educação, saúde, turismo e indústria.
De acordo com aquilo que o candidato social-democrata disse, no último domingo, durante a apresentação do seu programa eleitoral, os empresários serão alvo de apoio por parte da sua equipa, isto porque “são eles que criam postos de trabalho e ajudam a crescer o concelho”. Neste âmbito, o objectivo passa pela expansão das zonas industriais da Sertã e de Cernache do Bonjardim, não deixando “que nenhum empresário se vá instalar noutros concelhos por não ter aqui espaço, condições ou apoios suficientes”. Outro dos objectivos é a criação de “um parque empresarial e tecnológico na Zona Industrial da Sertã” e o “apoio a indústrias energéticas, incentivando as energias renováveis, ou seja, parques eólicos, biomassa, mini-hidricas, energia solar e térmica”.Na área do Turismo e Natureza, a prioridade vai para instalação de mais equipamentos e unidades hoteleiras e também para a promoção de “eventos que tragam um rótulo de excelência à nossa terra”. José Nunes quer ainda criar, neste âmbito, um parque de campismo e caravanismo e um pavilhão multiusos para a realização de eventos durante todo o ano.
A alteração do Plano Director Municipal “para evitar a saída de muitos munícipes” é outro dos objectivos, a que se junta a tentativa de integrar o concelho da Sertã em redes multi-municipais de empreendedorismo.
No capítulo do Ensino, o PSD quer apoiar os alunos carenciados e premiar os que se destaquem por boa conduta e mérito, através da implementação de um sistema de Bolsas de Estudo; “lutar pela criação de cursos tecnológicos necessários na região”; “dinamizar a instalação do ensino politécnico superior”.
Na Saúde, a grande prioridade vai para a construção de um novo centro de saúde e para a remodelação das extensões dos centros de saúde actualmente existentes.
A extensão da Avenida Ângelo Henriques Vidigal e a criação de um cargo de Provedor Municipal do cidadão também estão nos planos de José Nunes.

Pedro Jesus (CDS-PP): É a terceira vez consecutiva que Pedro Jesus se candidata à presidência da Câmara da Sertã pelo CDS-PP. O empresário têxtil já disse que gostava de voltar a eleger um vereador na autarquia, mas não se coíbe de sonhar mais alto.
O programa eleitoral dos centristas divide-se em sete áreas estratégicas. Na área da Cultura, Desporto e Juventude, o CDS-PP defende a realização de “eventos inovadores susceptíveis de ter uma ampla cobertura mediática, capazes de atrair ao concelho novos públicos e de projectar externamente a região”; a promoção de um evento nacional que evoque a figura história e religiosa de D. Nuno Álvares Pereira; a construção de uma piscina coberta em Cernache do Bonjardim e a realização de eventos culturais em todas as freguesias.
No que toca à Saúde/Apoio Social, Pedro Jesus é adepto da construção de um novo Centro Hospitalar na Sertã, nas proximidades do quartel de bombeiros; da criação de uma Unidade Móvel Médica e do apoio a famílias carenciadas.
Os centristas, na Educação, querem criar um prémio escolar de mérito e competência para os melhores alunos do concelho; levar a cabo a beneficiação do parque escolar e conceder bolsas de estudo.
Na Economia, o programa do CDS-PP é vasto: concretizar o processo de criação de um novo Parque de Negócios Municipal; concretizar o alargamento das zonas industriais de Sertã e Cernache do Bonjardim; criar o projecto «Sertã Investir/Embaixador do Concelho»; desenvolver o Gabinete Municipal de Apoio ao Investidor; apostar nos sectores do Turismo, das Florestas e das Energias Renováveis; promover a «Semana da Floresta»; activar o actual Gabinete Florestal da Câmara; revitalizar o comércio tradicional e de proximidade.
Quanto à Requalificação Urbana/Proximidades, as medidas passam pela revisão do PDM; dinamização do Convento de Santo António, “enquanto espaço nobre dedicado a eventos e iniciativas culturais”; criação do Centro de Memória do Concelho (imagens, bibliografia, artesanato, usos e costumes, peças e outros testemunhos históricos e culturais); requalificação da área envolvente ao Castelo da Sertã; reabilitação do terminal rodoviário da Sertã.
Outras das medidas preconizadas por Pedro Jesus são: o aumento do número de efectivos da GNR no concelho, reabilitação da Casa da Água da Foz da Sertã e área envolvente, em Vale da Ursa, criação do novo Parque da Vila da Sertã, na Serrada, com “áreas de lazer e de fruição, esplanadas e zonas de recreio”.


Fernando Ferreira (Bloco de Esquerda): Fernando Ferreira apresenta-se, pela segunda vez, como candidato do Bloco de Esquerda à Câmara da Sertã. Depois de no último acto eleitoral, este auxiliar de acção educativa não ter ido além de 1,3 por cento nas votações, as expectativas dos bloquistas para o próximo domingo são altas.
O candidato Fernando Ferreira apresenta, no seu programa, um conjunto de projectos para fazer o concelho “sair da letargia que o afecta de há oito anos para cá”.
A educação, o ambiente e a área social são as suas principais prioridades. O bloquista Fernando Ferreira pretende, neste último caso, criar um loteamento social no concelho, isto porque, “os preços dos lotes de terreno estão inflacionados” e “ao nível de uma cidade”.
O desenvolvimento da zona industrial, a criação de emprego e as acessibilidades ao concelho são outras das medidas defendidas pelo candidato.
Sublinhando que “esta é uma terra de assimetrias”, onde “há alunos que continuam a levantar-se às oito da manhã para irem às aulas e chegam a casa muito perto das oito da noite”, Fernando Ferreira lamenta que “os melhores alunos não são premiados e os menos bons não são apoiados como deveriam”.
A falta de um cinema e de um teatro é outra das lacunas que o candidato quer ver supridas. Dar “maior atenção aos idosos” está também na sua lista de prioridades, uma vez que, actualmente, só lhes são proporcionados “passeios e almoços anuais”. “Vivemos num concelho que começa por tratar mal a juventude e acaba por tratar de forma péssima os idosos”, acusa.O estado em que se encontram as duas ribeiras que atravessam a vila também merece reparos por parte da equipa candidata à Câmara da Sertã, que quer dar mais atenção aos aspectos ligados ao meio ambiente neste novo mandato.
Na área da Saúde, as críticas dirigem-se para as marcações de consultas, sendo que “há pessoas que vão para a porta do centro de saúde às cinco madrugada para marcar uma consulta”.
A construção de um pavilhão multiusos, de um parque de campismo e de um centro cultural de arte e tecnologia para a juventude são outras das medidas propostas pelo Bloco de Esquerda.


Benvinda Duarte (CDU): Chama-se Benvinda Duarte e é a candidata da CDU à Câmara da Sertã. Não se adivinha uma tarefa fácil para esta telefonista-recepcionista de 69 anos, que repete a candidatura à autarquia de 2001.
Natural de Cernache do Bonjardim e a residir no Chão da Forca, Benvinda Duarte espera melhorar o resultado decepcionante de há quatro anos (0,36 por cento dos votos) da coligação entre o PCP e o PEV. Infelizmente, não conseguimos reunir qualquer informação sobre o programa eleitoral desta candidata à Câmara da Sertã, pelo que se torna impossível apresentar as medidas propostas por este partido.

Nota: É completamente impossível apresentar aqui todas as medidas enunciadas, nos diversos programas eleitorais, pelos candidatos à Câmara da Sertã, pelo que aconselho uma leitura atenta de cada um dos programas para informação mais completa.

Eleições autárquicas: Assembleia Municipal da Sertã


É um verdadeiro duelo de titãs, aquele que se aguarda nas eleições para a Assembleia Municipal da Sertã. Os partidos apostaram em candidatos fortes e fazer prognósticos, perante tanta qualidade, é quase ‘pecado’. Recorde-se que, nestas eleições, serão eleitos 21 deputados municipais, que constituirão a Assembleia, juntamente com os 14 presidentes de junta.
O Partido Socialista, que viu o seu presidente da Assembleia Municipal (Zeferino Lucas) renunciar a meio do último mandato, concentrou a sua parada no nome de Celso Fernando Matias da Silva. O economista de 58 anos é Conselheiro Regional da Casa da Comarca da Sertã, em Lisboa, e quadro dirigente da Fundação Calouste Gulbenkian.
Os socialistas, que obtiveram 45 por cento dos votos há quatro anos, sabem que a campanha será dura e que é necessário evitar passos em falso.
Os sociais-democratas também não se fizeram rogados. O candidato é José Luís de Moura Martins Jacinto, que quase dispensa apresentações. Neste momento, desempenha as funções de Consultor para os Assuntos Políticos e da Sociedade da Casa Civil da Presidência da República e já no tempo em que Cavaco Silva era primeiro-ministro, José Luís Jacinto era um dos seus adjuntos mais próximos. É também professor universitário.
É com este nome de peso que o PSD espera recuperar a presidência da Assembleia Municipal, que perdeu para o PS há quatro anos, por uma diferença de cinco pontos percentuais.
António Manuel da Cruz e Oliveira Guerra é o candidato do CDS-PP (concorre como independente) a estas eleições. Depois de se ter desvinculado do PS no início deste ano, por não se rever na política local dos socialistas, António Guerra abraça um novo desafio, agora com o apoio dos centristas. O CDS-PP terá como principal objectivo manter o actual deputado, que detém nesta assembleia.
O Bloco de Esquerda está também confiante no aumento da sua votação nas eleições para a Assembleia Municipal (no último sufrágio conseguiu 2,5 por cento dos votos). A candidata é a jovem Ana Raquel Nunes Ferreira.
Na CDU, António Jorge Dias Serra é o candidato. Os resultados desta força partidária no município não têm sido os melhores e, em 2005, não foram além dos 0,6 por cento.

sábado, 3 de outubro de 2009

Eleições autárquicas: Juntas de Freguesia da Sertã e de Pedrógão Pequeno

A análise dos resultados dos últimos actos eleitorais deixa antever um sufrágio bastante disputado nas freguesias de Pedrógão Pequeno e da Sertã. Além de serem as freguesias mais antigas do concelho, partilham entre si uma certa similaritude em termos de processo democrático.

Sertã: É a maior freguesia do concelho (com uma área de 81,71 km²) e também aquela que lhe deu nome. Possui 5.170 inscritos nos seus cadernos eleitorais.
Se é certo que a junta de freguesia da Sertã teve, nos últimos três mandatos, três presidentes de diferentes cores partidárias, também não deixa de ser curioso as curtas diferenças que se têm verificado entre os candidatos, sobretudo em 2001 e 2005. Por exemplo, em 2005, José Gaspar Barata derrotou Manuel Figueiredo por uma margem curta (45,8 contra 44,0 por cento).
José Gaspar Barata, actual presidente da junta, continua a ser a aposta do PS para a junta de freguesia, um cargo que o próprio conquistou, pela primeira vez, para o partido há quatro anos. A reduzida diferença do último acto eleitoral não parece preocupar o candidato, que releva a obra feita para conquistar os sertaginenses.
O PSD aposta em José da Silva Nunes para recuperar uma junta, que os sociais-democratas perderam em 2001. A tarefa não é fácil, mas o candidato poderá capitalizar com um eventual bom resultado do PSD na Câmara da Sertã.
Jorge Lopes Lourenço avança para a junta nas listas do CDS. O partido não obteve resultados significativos nas últimas eleições, sendo que o seu melhor foram os 7,2 por cento de 2001.
O quarto candidato é André Filipe Esteves Ventura, que concorre pela CDU. Melhorar o resultado de há quatro anos (1,4 por cento) deverá ser, concerteza, um dos objectivos.


Pedrógão Pequeno: A tradição diz que Pedrógão Pequeno foi fundado pelo cônsul romano Aulo Curcio, em 150 a.C. Daqui se depreende a antiguidade da povoação, que chegou a ser sede de concelho entre 1513 e 1836. A freguesia tem uma área de 42,75 km² e estão inscritos nos seus cadernos eleitorais 829 eleitores.
O actual presidente da junta, Manuel Domingos Lourenço, volta a candidatar-se nestas eleições. O socialista quer repetir o resultado de há quatro anos, altura em que registou 55,5 por cento dos votos.
O PSD, que durante muitos anos comandou os destinos de Pedrógão e que perdeu a junta numas eleições verdadeiras dramáticas em 2001, apresenta como candidato Pedro Miguel Ramos. O objectivo é, claro está, recuperar para os sociais-democratas um dos míticos bastiões ‘laranja’ do passado.
Manuel Francisco Dias é a aposta do CDS para as eleições. Esta é, aliás, a primeira vez em muitos anos que os centristas apresentam candidato a esta junta.

Situação idêntica sucede com a CDU, que avança com o nome de Nuno Miguel Fernandes a estas eleições autárquicas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eleições autárquicas: Juntas de Freguesia de Cernache do Bonjardim e Nesperal

São dois verdadeiros bastiões sociais-democratas e onde o partido já conseguiu resultados acima dos 70 por cento. As freguesias de Cernache do Bonjardim e do Nesperal, além de vizinhas, apresentam percursos muito semelhantes nas corridas autárquicas dos últimos anos.

Cernache do Bonjardim: É a segunda maior freguesia do concelho e foi berço de Nuno Alvares Pereira (agora S. Nuno de Santa Maria). A criação da freguesia remonta a 1555 (há quem indique 1554 como a data mais provável), apesar da povoação ser de origem muito antiga. A área actual de Cernache é de 72,06 km², estando inscritos nos seus cadernos 2.955 eleitores.
Diamantino Calado Pina, actual presidente da junta de Cernache do Bonjardim, recandidata-se a novo mandato, partindo como o grande favorito. Os resultados das últimas eleições dão clara vantagem ao PSD, que nunca aqui obteve resultados abaixo dos 50 por cento (em sufrágios para a assembleia de freguesia). Aliás, Diamantino Calado Pina não se importaria de repetir o resultado que obteve em 1997, aquando da sua primeira eleição – arrecadou 70,4 por cento dos votos.
O Partido Socialista aposta em Manuel Roberto Mendes Barata para alterar este cenário. Os socialistas não têm alcançado resultados de monta nesta freguesia, não indo além de 25,3 por cento dos votos nas autárquicas de 2005.
Já o CDS avança com Luís Martins Bernardo a estas eleições. Os centristas esperam também melhorar o resultado do último acto eleitoral (12,3 por cento).
Pela CDU, concorre Benvinda Ferreira dos Santos Duarte, que é também a candidata do partido à Câmara Municipal da Sertã. A coligação entre PCP e PEV não tem granjeado grande expressão na freguesia, bem evidente na votação alcançada há quatro anos (1,8 por cento).


Nesperal: Não existem dados precisos sobre a fundação desta freguesia, sabendo-se apenas que foi criada durante o século XVI. O Nesperal é a freguesia mais pequena do concelho, em termos de área (7,74 km²), e conta nos seus cadernos eleitorais com 295 inscritos.
O PSD também é ‘rei e senhor’ por estas paragens. O actual presidente da junta, o social-democrata Felismino Ramos Vitória, candidata-se novamente, depois de ter sido eleito com 48,4 por cento dos votos em 2005. Recorde-se que em 1997, o PSD conseguiu aqui um dos seus resultados mais expressivos de sempre no concelho, obtendo 72,6 por cento dos votos.
O socialista João Simões da Mata e Silva é o seu adversário nesta corrida. Apesar da tarefa não ser fácil, o PS não desarma, até porque o partido passou de uma votação de 23,4 por cento, em 1997, para 36,4 por cento, em 2005. A questão que se coloca é se será suficiente para fazer sombra aos sociais-democratas?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Eleições autárquicas: Juntas de Freguesia do Cabeçudo, Carvalhal e Castelo

Cabeçudo, Carvalhal e Castelo. Estas são as freguesias hoje em destaque neste espaço dedicado às eleições autárquicas. Em cada um dos casos são de esperar campanhas bastante disputadas, sobretudo no Cabeçudo onde se apresentam seis candidatos a sufrágio, um recorde ao nível do concelho.

Cabeçudo: Os registos antigos dizem que a freguesia foi criada no dia 18 de Novembro de 1767. O Cabeçudo tem uma área de 9,95 km², contando nos cadernos eleitorais com 901 inscritos.
A eleição para a junta de freguesia do Cabeçudo promete ser animada, até porque, conforme revelava o jornal on-line Pinhal Digital, num artigo bastante interessante sobre este evento, “algumas famílias estão divididas. Há casos em que o pai ou a mãe integram uma lista e os filhos outra”.
O actual presidente, António Ferreira dos Santos, recandidata-se a novo mandato. O socialista é o grande favorito, até porque conquistou a junta para o PS, em 2005, alcançando um resultado de 49,4 por cento.
Mas os outros partidos também apostaram em força nestas eleições. O PSD, que não foi além dos 17,7 por cento dos votos em 2005 (foi a terceira força mais votada atrás de PS e CDS-PP), apresenta Ramiro Alves da Silva.
Fernando dos Santos Nunes é o candidato do CDS, partido que há quatro anos conseguiu arrecadar 28,3 por cento dos votos.
Pela CDU, concorre Paulo Nunes Serrano Tintim. Esta é a primeira vez que a coligação entre o PCP e PEV apresenta um candidato a estas eleições.
Na mesma situação está o Bloco de Esquerda que aposta em Sérgio Miguel Alves para estender a esfera de influência dos bloquistas no concelho e na freguesia.
A sexta candidatura pertence a uma lista independente – Unidos pela Freguesia do Cabeçudo. Luís da Conceição Rodrigues é a figura de proa deste movimento, que quer conquistar a junta.

Carvalhal: A história desta freguesia é bastante rocambolesca. Começou por pertencer ao extinto concelho de Pedrógão Pequeno, de onde foi desanexada a 6 de Setembro de 1804. Esta data coincide também com a da fundação da freguesia. O Carvalhal tem uma área de 9,84 km², possuindo 539 inscritos nos cadernos eleitorais.
O actual presidente da junta, Rui José Nunes Rodrigues, não se recandidata ao cargo, para onde foi eleito, em 2005, pelo PSD (62,1 por cento dos votos).
Os sociais-democratas avançam nestas eleições com Luís Alberto Nogueira, que pretende não deixar fugir o comando da junta para os socialistas, que a perderam em 2005.
O PS, que não foi além dos 33,8 por cento nas últimas autárquicas, quer reconquistar o Carvalhal e para isso aposta em António Nunes Xavier.
Carlos Lourenço Graça é o candidato da CDU, um partido sem grandes tradições nesta freguesia, mas que, ainda assim, espera ‘roubar’ votos aos seus antagonistas.

Castelo: Não há grandes certezas quanto à data de fundação da freguesia, que os historiadores situam entre 1554 e 1555. Contando com 1.083 eleitores, o Castelo tem uma área de 24,62 km².
Carlos Marques Lopes, actual presidente da junta, recandidata-se a um novo mandato pelo PSD, depois da ‘estrondosa’ vitória eleitoral de 2005 (67,5 por cento dos votos). O candidato do PS espera inverter esta tendência, numa freguesia tradicionalmente ‘laranja’. Armindo António dos Santos Ramos foi o escolhido pelos socialistas.