segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Torneio Luís Gouveia com inscrições abertas


A 13.ª edição do Torneio Luís Gouveia vai ter início no próximo dia 15 de Janeiro e estende-se até ao dia 24 de Junho de 2010. As inscrições para este torneio de futsal já estão abertas e decorrem até ao próximo dia 11 de Janeiro.Segundo a Câmara Municipal da Sertã, o torneio contará com um número máximo de 20 equipas (cada qual poderá inscrever entre 10 a 12 jogadores não federados), que serão divididas em dois grupos. À fase seguinte passam as primeiras quatro classificadas de cada grupo. A equipa que vencer o torneio arrecadará o troféu Luís Gouveia. Haverá ainda o troféu fair-play (equipa com o melhor comportamento social em campo) e prémios para o melhor marcador, melhor jogador e melhor guarda-redes. Aos restantes jogadores serão atribuídos prémios de participação.
Para mais informações, poderão consultar o seguinte link: http://www.cm-serta.pt/noticias/default.asp?IDN=199&op=2&ID=88

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alertar consciências para o risco dos sismos

O sismo de magnitude 6.0, com epicentro no Oceano Atlântico, que abalou esta madrugada o território nacional veio mais uma vez despertar as consciências adormecidas do nosso país para este problema.
A actividade sísmica em Portugal varia de região para região, sendo a zona Sul do nosso território a mais exposta a este tipo de fenómenos. Contudo, não se pense que o resto do país está a salvo – há algumas falhas importantes no Centro e Norte de Portugal.
No distrito de Castelo Branco, onde a Sertã se insere, existem falhas sísmicas, mas que se encontram inactivas, pelo que a região tem sido poupada a este tipo de ocorrências. Ainda assim, convém lembrar que no sismo de 1755 os abalos chegaram a ser sentidos um pouco por todo o distrito, tendo inclusive provocado alguns danos.
Além disso, existem falhas activas nos distritos de Santarém (Falha do Vale Inferior do Tejo) e de Leiria (Falha da Nazaré), não muito longe de nós.
Mais do que alarmar, até porque (volto a dizer) o risco sísmico do distrito é dos mais baixos do país, é preciso que as pessoas estejam conscientes do problema e saibam o que fazer em situações do género.

Medidas a tomar durante a ocorrência de um sismo:

- Normalmente é melhor não tentar sair de casa a fim de evitar o risco de ser atingido, na fuga, pela queda de objectos.
- Permaneça calmo e preste atenção ao estuque, tijolos, prateleiras ou outras estruturas ou objectos que possam cair.
- Afaste-se de janelas, vidros, varandas ou chaminés.
- Abrigue-se rapidamente num local seguro, por exemplo, no vão de uma porta interior firmemente alicerçada, debaixo de uma mesa pesada ou de uma secretária; se não existir mobiliário sólido, encoste-se a uma parede interior ou a um canto e proteja a cabeça e o pescoço.
- Se estiver num edifício alto, não procure sair imediatamente pois as escadas podem estar cheias de pessoas em pânico e/ou haver troços de escada que ruíram;
- Não utilize o elevador pois a electricidade pode faltar e provocar a sua paragem;
- Se estiver num local amplo com muitas pessoas ou numa sala de espectáculos não se dirija para a saída pois muitas outras pessoas podem ter tido essa ideia.
- Abrigue-se debaixo de uma mesa, de uma secretária ou no vão de uma porta.
- Se tiver que abandonar o edifício faça-o cuidadosamente prestando atenção à possível queda de objectos. Procure com serenidade refúgio numa área aberta, longe dos edifícios, sobretudo dos velhos, altos ou isolados que possam ruir a uma distância de, pelo menos, metade da sua altura.
- Afaste-se de torres, postes, candeeiros de iluminação pública, cabos de electricidade ou de estruturas que possam desabar, como muros ou taludes; não corra nem vagueie pelas ruas. Se for a conduzir um automóvel, pare no lugar mais seguro possível, de preferência numa área aberta, afastada de edifícios, muros, taludes, torres ou postes.
- Não pare nem vá para pontes, viadutos ou passagens subterrâneas.
- Permaneça dentro da viatura até que o sismo termine.
Fonte: Instituto de Meteorologia

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cinema está de volta à Sertã


É uma grande notícia para todos os cinéfilos sertaginenses e não só! O Teatro Tasso vai voltar a exibir cinema já a partir da próxima sexta-feira. E nada melhor para baptizar este regresso do que o filme «Sacanas sem Lei» («Inglorious Basterds» no original), de Quentin Tarantino e que conta nos principais papeis com Brad Pitt, Diane Kruger, Daniel Bruhl, Mike Meyers, Eli Roth e Christoph Waltz.
O regresso do cinema à mítica sala sertaginense resulta de um acordo entre o Clube da Sertã e uma empresa privada, com a Câmara local a apoiar também esta iniciativa.
O filme tem sessões agendadas para sexta-feira, sábado e domingo, a partir das 21 horas.
Para já, e segundo a Direcção do Clube, a ideia é ter projecções todos os fins-de-semana, sendo que para a próxima semana estará em cartaz o filme «2012».

Inglorious Basterds: “Quentin Tarantino junta-se a Brad Pitt, Diane Kruger, Daniel Bruhl, Christoph Waltz, Mike Meyers, Michael Fassbender e Mélanie Laurent num tributo a "Quel Maledetto Treno Blindato", um filme de guerra italiano, de 1978, realizado por Enzo Castellari e que saiu nos EUA com o título "The Inglorious Bastards". Durante a II Grande Guerra assistem-se a corajosas lutas: do tenente Aldo Raine (Brad Pitt), conhecido como Aldo, o Apache, especialista nos escalpes e líder dos Sacanas, um grupo de soldados americanos escolhidos para espalhar o terror entre os nazis, eliminando-os com especial requinte; de Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), uma famosa actriz alemã que na verdade colabora com a Resistência Francesa; e de Shosanna (Mélanie Laurent), uma rapariga judia sobrevivente ao massacre da sua família que acaba em Paris, a gerir um cinema durante a ocupação dos alemães.Nessa sala de cinema, durante a grande estreia de "O Orgulho da Nação", um filme de propaganda nazi, em que o próprio Hitler e os principais líderes tinham previsto marcar presença, o grupo dos Sacanas e Shosanna cruzam-se com um objectivo comum: a destruição do III Reich” (in http://cinecartaz.publico.clix.pt).

Mitos e lendas do concelho: A Manta das Passas


É uma lenda que ainda hoje se ouve contar pela voz dos mais velhos das freguesias do Castelo e do Carvalhal. Jaime Lopes Dias recolheu a história d’«A Manta das Passas» na sua fantástica Etnografia da Beira e hoje aqui a transcrevemos:
“Indo uma mulher, na manhã de São João, a regar a sua horta, situada próximo da capela de São Lourenço, no Casal da Escusa, encontrou uma manta com passas debaixo de uma figueira. Apanhou três para se desejuar e foi à sua obrigação.
Entretida no seu trabalho, só se lembrou das passas quando acabou de soltar a água.
Metendo a mão na algibeira para as comer, em lugar de passas encontrou moedas de ouro. Voltou a correr debaixo da figueira para apanhar todas as passas que lá vira, mas não só não viu rasto delas como ouviu uma voz que lhe disse: ‘Aproveitasses-te da fortuna que estava para ti’”.

sábado, 12 de dezembro de 2009

As Ruas de Pedrógão Pequeno: Rua Casimiro Freire

Onde fica? Junto ao Largo Ângelo Henriques Vidigal, em Pedrógão Pequeno

Quem foi? É comum dizer de algumas pessoas que a sua vida dava um filme. A vida de Casimiro Freire dava concerteza um, tais as venturas e desventuras de um homem que ficou ligado à História recente do nosso país. Mecenas, filantropo e com grande paixão pela instrução, sobre ele muito se escreveu, permanecendo ainda na memória o artigo que França Borges redigiu a seu respeito no jornal Comércio e Indústria em 1904: “Esse homem não quer nada para si. Quer tudo para os outros”.
Casimiro Freire nasceu em Pedrógão Pequeno a 8 de Outubro de 1843, filho de José Inácio Freire e de Josefa da Silva Freire. As suas origens humildes levaram-no a deslocar-se para Lisboa, ainda em tenra idade, onde procurava melhores condições de vida.
Trabalhou inicialmente como caixeiro, tendo depois assumido a gestão da firma onde laborava.
Os ideais republicanos começaram a correr-lhe no sangue em 1862 e 14 anos depois esteve na fundação do primeiro centro republicano no nosso país. Já nesta altura assinava artigos na imprensa portuguesa em jornais como o Democracia e o Século. Foi neste último diário que publicou o seu mais famoso artigo, em 1881, intitulado «A instrução do povo e a monarquia», onde se insurgia contra “a incúria dos governos monárquicos no combate ao analfabetismo”, “propondo que fossem enviados aos mais recônditos lugares de Portugal missões de alfabetização de professores habilitados que ensinassem a ler e a escrever”.
As suas ideias ganharam forma e deram origem, no ano seguinte, à Associação de Escolas Móveis pelo Método de João de Deus (hoje conhecida como Associação de Jardins Escolas João de Deus), que fundou conjuntamente com João de Deus a 18 de Maio de 1882. O objectivo desta associação era “ensinar a ler, escrever e contar pelo método de admirável rapidez, do Senhor Dr. João de Deus, os indivíduos que o solicitarem, até onde permitam os seus meios económicos, enviando nesse intuito às diversas povoações da nação portuguesa professores devidamente habilitados – não se envolvendo em assuntos políticos, nem quaisquer outros alheios ao seu fim”, pode ler-se no website daquela escola.
Tornou-se figura de destaque no Partido Republicano Português, onde assumiu diversas funções ao longo da sua vida. Aliás, e já depois da instauração da República em Portugal, Casimiro Freire foi, em 1911, o mais votado da Junta Consultiva do Partido Republicano. Em 1915, o ministro da Instrução Pública, Magalhães Lima, encarregou-o da catalogação e organização do Museu Bibliográfico, Pedagógico e Artístico João de Deus, tarefa que haveria de terminar no dia 30 de Junho de 1916. Durante a sua vida foi também presidente da Associação Comercial de Lisboa, tendo sido designado sócio honorário do Grémio Literário do Pará e da Sociedade Dantesca Italiana.
O seu último estertor de vida ocorreu no dia 20 de Outubro de 1918. Encontra-se sepultado em Pedrógão Pequeno.
Fontes: http://www.joaodeus.com/associacao/biografias.asp?id=2, História de Portugal, Enciclopédia Luso-Brasileira

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Estrada n.º 238 requalificada, mas o percurso mantém-se quase inalterado


A Estrada n.º 238, que liga entre outras as vilas da Sertã e de Ferreira do Zêzere, devolveu-nos durante a passada semana duas notícias: uma boa e outra má! Comecemos pela boa, que nos chegou através do presidente da Câmara José Nunes, citado pela Rádio Condestável – a via voltou a ser classificada como Estrada Nacional, um título que perdera há cerca de 15 anos.
Na prática, esta alteração significa que, a partir de agora, a estrada volta a ser responsabilidade do Estado e não da autarquia como vinha sucedendo.
A má notícia chegou-nos pelo mesmo mensageiro e o seu conteúdo não provocou grande surpresa, uma vez que já há algum tempo suspeitávamos que as coisas assim seriam. Muito se tem falado da necessidade de melhorar esta estrada, sendo opinião corrente que mais do que requalificá-la seria necessário construir nova via.
A especulação foi profícua sobre que tipo de intervenção que seria feita na Estrada n.º 238 ao abrigo da Concessão Pinhal Interior, lançada recentemente pelo Governo. A via – e aqui está a má notícia – será apenas requalificada e “o percurso mantém-se o mesmo”. Numa fase posterior, segundo avançou José Nunes, “a Câmara terá de falar com o empreiteiro para ver o que é possível fazer em termos de cortes de curvas”. Ou seja, teremos de contar com a benevolência do empreiteiro para cortar algumas curvas àquela estrada – que necessita de bem mais do que isso!
Deste modo, resta-nos esperar pela prometida ligação entre Tomar e o Fundão, que poderá significar a construção de uma nova estrada desde a cidade nabantina até à vila da Sertã. Mas isso, para já, talvez seja sonhar muito alto…

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Memórias: A vila da Sertã a crescer


O ‘progresso’ (palavra tantas vezes diabolizada) ia chegando paulatinamente ao concelho da Sertã quando esta foto foi tirada. Algumas construções novas começavam a pontuar a paisagem, que era ainda dominada por muitos campos de cultivo e por extenso arvoredo.
Mais do que explicar a imagem, será importante reflectir sobre que Sertã construímos e que Sertã queremos continuar a construir. As memórias de hoje querem olhar para o futuro!

Foto: Olímpio Craveiro

Desemprego aumentou no concelho da Sertã


O desemprego em Portugal passou a barreira psicológica dos dois dígitos, estando actualmente nos 10,2 por cento, o valor mais alto dos últimos 26 anos. O cenário catastrófico estende-se a todo o país e o concelho da Sertã não é excepção, uma vez que o número de desempregados (segundo as estatísticas do IEFP) passou de 536, em Setembro, para 604 em Outubro.
Trata-se de um resultado preocupante, mas que ainda assim, tem sido mitigado por algumas decisões da autarquia local e de empresas do concelho.
As mulheres são, à semelhança do que se passa a nível nacional, as mais atingidas pelo desemprego no concelho (392). Em termos etários, o grupo de indivíduos entre os 35 e 54 anos regista o maior número de desempregados (245), seguindo-se os menores de 25 anos (154) e as pessoas entre os 25 e 34 anos (141).
Em linha com o que se vem passando no concelho ao longo dos últimos meses, a maioria dos desempregados (468) está há menos de um ano nesta situação, sendo que destes, 106 estão à procura do primeiro emprego.
Ao nível da escolaridade, os desempregados com o secundário concluído são em maior número (162), seguindo-se os que contam com o 3.º ciclo do ensino básico. Referência para os 61 licenciados no desemprego.
Uma situação a merecer a nossa melhor atenção… sobretudo quando as atenções parecem estar focalizadas em matérias que são tão irrelevantes para o futuro do país!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Povoações: Várzea de Pedro Mouro (Cernache do Bonjardim)

É uma das povoações mais antigas do concelho e guarda na sua história vários pormenores interessantes. Falamos da Várzea de Pedro Mouro, na freguesia de Cernache do Bonjardim.
Situada junto ao rio Zêzere, foi durante o período romano uma zona bastante apetecível devido à existência de ouro, tendo sido feita uma exploração bastante intensiva como atestam as extensas conheiras aí presentes.
A povoação começou por ter um nome ligeiramente diferente daquele que possui actualmente. Várzea de Pedro Pelaio foi a sua designação original. O motivo é bem simples: nesta zona morava um tal de Pedro Pelaio, alferes-mór de D. Sancho I.
A antiguidade da terra está comprovada num documento do século XIII (1220), onde é anunciada a doação, pelo rei D. Sancho II, das povoações da Várzea de Pedro Pelaio e do Sambado à Ordem do Hospital.
A mudança de nome está ligada a uma história que ainda hoje se conta. Segundo reza a lenda, o prior da Certã não celebrava a missa dos dias santos sem que antes não tivesse chegado um importante paroquiano de nome Pedro, morador na povoação da Várzea (nesta altura a povoação estava incluída na freguesia da Certã, visto que Cernache do Bonjardim só se tornou freguesia depois de 1555). Um certo Domingo, e depois de muito ter esperado pela sua chegada, o padre dirigiu-se-lhe com grande severidade, chamando-o de «Mouro, Pedro Mouro» (há quem conte diferentes versões desta lenda). O nome ‘pegou’ e a partir daquele dia o dito Pedro passou a ser conhecido por Pedro Mouro.
O nome da aldeia foi então alterado para Várzea de Pedro Mouro e ainda se mantém. Esta tem sido uma zona relativamente povoada ao longo dos séculos. Por exemplo, em 1527, existiam oito fogos, um número que subiu para 26 em 1730. Por altura dos censos de 1891, contaram-se 21 fogos, sendo que 20 anos depois, em 1911, eram já 28 os fogos. O número de habitantes por esta altura ultrapassava a centena – 106.
Hoje, esse número caiu consideravelmente, apesar de ainda serem alguns os moradores da Várzea de Pedro Mouro. Também aqui se situa a Ermida do Espírito Santo.

Fontes: História da Ordem do Hospital, A Sertã e o seu Concelho, Certã Ennobrecida, Sernache do Bom Jardim – Traços Monográficos, Portugal Antigo e Moderno
Foto: Placosta

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

As Ruas da Sertã: Avenida Gonçalo Rodrigues Caldeira

Onde fica? Tem início no fundo da ‘rua do Vale’ (rua Cândido dos Reis) e termina junto ao Largo de São Sebastião

Quem foi? Grande amigo de Nuno Alvares Pereira, Gonçalo Rodrigues Caldeira ficou também ele ligado à história da famosa batalha de Aljubarrota, que teve lugar no dia 14 de Agosto de 1385.
Segundo rezam as crónicas nasceu na Sertã, durante o século XIV, onde os seus dotes de soldado desde cedo se fizeram notar. Gonçalo Rodrigues (nome de baptismo) foi feito capitão pelo futuro rei D. João I, ainda antes do Mestre de Avis ter assumido o trono do reino de Portugal, na sequência da famosa crise de 1383-1385.
Esta crise, aliás, teve o seu ponto alto na batalha de Aljubarrota, onde o capitão sertaginense foi figura de destaque, ao lado do Condestável.
Foi nesta batalha que ganhou um novo apelido – Caldeira. Manso de Lima conta a história na obra Certa Ennobrecida ou Discrição Topographica da Villa da Certa: ““Feito capitão (…) com este posto se achou na batalha de Aljubarrota, em 1385, onde, entre outras, acções notáveis, ganhou a bagagem aos castelhanos em que achou um Anjo de Prata que ofereceu a El-rei D. João I, que dele fez presente à Colegiada de Guimarães, passando esta a leva-lo nas procissões que fazia nas festas do Anjo Custódio. Encontrou também uma relíquia do Santo Lenho que ofereceu ao Condestável e a notável caldeira de bronze em que se cosiam três e quatro bois juntos, a qual ainda hoje se conserva no convento de Alcobaça. Era de tantas forças que a levantou em presença de El-rei D. João I, o qual em memória do seu valor e da preza desta e doutras caldeiras, mandou que dali em deante tomasse por apelido a mesma Caldeira e lhe deu brazão de armas em que figuram três caldeiras”.
Depois de regressar da batalha, D. João I fê-lo nobre e concedeu-lhe os lugares de notário e escrivão da Câmara. Viria a casar pouco depois com D. Inês Macedo.

Hospital da Misericórdia de Pedrógão Pequeno a caminho da recuperação?


O presidente da Câmara da Sertã, José Nunes, chamou a atenção para a necessidade de se avançar com a recuperação do edifício que em tempos albergou o Hospital da Misericórdia de Pedrógão Pequeno. É uma intenção que se saúda, quanto mais não seja pelo estado de avançada degradação em que o imóvel, situado no centro histórico da vila pedroguense, se encontra.
Citando o jornal A Comarca da Sertã, de 27 de Novembro, a recuperação do edifício está dependente da reactivação da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Pequeno, proprietária do imóvel. Só com esta reactivação, a Misericórdia poderá “concorrer a fundos” que possibilitem tal desiderato.
Seria um importante contributo para a vila de Pedrógão Pequeno, e para a sua história, a recuperação deste edifício.
Recorde-se que a estrutura encerrou completamente no início da década de oitenta do século passado, numa altura em que o Dr. Raul Lima da Silva, que ali atendia os seus doentes, deixou de exercer medicina em Pedrógão Pequeno. Nele se realizavam, entre outros, pequenas cirurgias e outras intervenções, tendo capacidade para cerca de 20 internamentos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fonte da Pinta: Quem lhe acode?

Em Janeiro de 2008, chamámos a atenção aqui no blogue para o estado lastimável em que se encontrava a Fonte da Pinta, na Sertã. Infelizmente, quase dois anos depois, o local mantém-se praticamente na mesma.
É um dos sítios mais emblemáticos da vila da Sertã e quase todos devem ter uma recordação que lhe esteja associada – as minhas são muitas! Novos e graúdos por ali partilharam horas de alegria e de confraternização.
A fonte já lá está há muitos anos e documentos antigos indicam que o espaço de lazer envolvente foi construído em 1899.
Mas o que ali temos hoje é uma fonte que quase não deita água, ervas e arbustos que cobrem todo o local e uma sensação de abandono que corrói a alma sertaginense.

Mais do que apontar culpados (talvez todos nós o sejamos – cúmplices pelo nosso silêncio), é imperioso fazer alguma coisa para que, uma vez mais, a Sertã não assista impavidamente à destruição de mais um local da nossa História.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O que se passa com o Atelier Túlio Vitorino?


Não quero alimentar polémicas, mas seria de todo o interesse que alguém pudesse esclarecer o que se está a passar com o Atelier Túlio Vitorino, em Cernache do Bonjardim. Durante o dia de ontem, o jornal on-line Pinhal Digital anunciou que este espaço se encontrava “temporariamente encerrado”, sendo que a “sua reabertura ao público será oportuna e brevemente divulgada”.
Acredito que existem boas razões para este encerramento temporário e que as mesmas se terão ficado a dever a algum reajustamento que é necessário fazer no local. Todavia, paira uma grande nebulosa sobre todo este assunto. Aguardemos os próximos desenvolvimentos, fazendo votos para que o espaço reabra rapidamente.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A outra Sertã


Afinal não somos os únicos a ter este nome. É o que apetece dizer perante a curiosidade que hoje trazemos. Até aqui sempre julguei que não existia mais nenhuma Sertã no país, mas enganei-me. Existe uma outra povoação que foi baptizada exactamente com o mesmo nome.
Está situada a Norte do país, mais precisamente no concelho de Arcos de Valdevez e na freguesia de Tabaçô. As informações sobre o lugar são quase escassas, apesar de ser possível garantir que serão poucos os habitantes – a freguesia de Tabaçô é das mais pequenas do concelho, não possuindo mais do que 351 habitantes.
O código postal desta Sertã é ligeiramente diferente do nosso: 4970-685.
Mas as novidades não se ficam por aqui. Na freguesia de Oleiros, aqui no concelho vizinho, temos uma povoação chamada Sertã Velha. Não sei porque lhe deram este nome, mas se algum dos leitores nos quiser elucidar, esteja à vontade.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

As ruas da Sertã: Rua Serpa Pinto


Onde fica? Artéria que vai desde a Praça da República até à zona do Clube da Sertã

Quem foi? “Serpa Pinto é como o toque do clarim a acordar uma nação adormecida”. Foi desta forma que um correspondente em Lisboa do jornal Letain descreveu Alexandre de Serpa Pinto, um jovem aristocrata do Norte, nascido a 20 de Abril de 1846, e que ficou célebre pelas suas viagens a África.
Depois de ter frequentado o Colégio Militar, realizou a sua primeira viagem ao continente africano, em 1869, para efectuar uma expedição ao rio Zambeze. O seu objectivo era avaliar a rede hidrográfica e a topografia local, apesar de alguns historiadores defenderem que o propósito da sua coluna era o de enfrentar as milícias do Bonga (Nigéria), que já “haviam infligido nas tropas portuguesas várias e humilhantes derrotas”.
Depois de mais algumas expedições, Serpa Pinto “foi nomeado para integrar, conjuntamente com Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens, a expedição portuguesa ao centro de África em 1877, tendo por missão estudar as relações hidrográficas do Congo, do Zambeze e do Cuango. O seu desejo de tentar a travessia de África, em vez de efectuar um simples reconhecimento das regiões interiores, levou a que se separasse dos acompanhantes, tendo atingido o Rio Zambeze em 1878 e completado a travessia em 1879. Da travessia ficou o notável relato do próprio Serpa Pinto, com o título Como Eu Atravessei a África. A sua expedição produziu efeitos consideráveis, contribuindo para o conhecimento do continente negro e para o prestígio internacional de Portugal no contexto das nações imperiais da segunda metade do século XIX”.
Em 1890, protagonizou o chamado ‘incidente Serpa Pinto’, que conduziu ao ‘ultimato britânico’, quando arreou as bandeiras inglesas, junto ao lago do Niassa (um dos grandes lagos africanos e que está situado no Vale do Rift, entre o Malawi, Tanzânia e Moçambique), num espaço cobiçado e monitorizado pela rede de espionagem do Reino Unido.
Nesta altura, o seu nome era aclamado nas ruas, havia mesmo biscoitos «Serpa Pinto» e em cada cidade e vila uma das ruas principais tinha o seu nome (a Sertã não ficou indiferente a este movimento).
Quatro anos depois do ultimato britânico, foi nomeado governador-general de Cabo Verde. Morreu em 1900.

Fontes: Serpa Pinto: Explorador Invencível; Enciclopédia Luso-Brasileira; Wikipédia; O Explorador Serpa Pinto

Posto Territorial da GNR de Cernache com chamadas reencaminhadas para a Sertã depois das 17h


A notícia é muito preocupante e reveladora da forma como algumas das nossas instituições tratam as populações. A Rádio Condestável deu conta, durante o dia de ontem, na sequência de uma nota sobre o assalto a uma bomba de gasolina, em Cernache do Bonjardim, que o atendimento no Posto Territorial da GNR daquela vila funciona apenas entre as 9 e as 17 horas, sendo que fora daquele horário de trabalho toda e qualquer solicitação está reencaminhada para o posto da Sertã.
Segundo a mesma estação de rádio, a situação já se arrasta há algum tempo e ninguém parece ter sido informado desta alteração no funcionamento do Posto Territorial da GNR.
Era importante que os responsáveis deste posto esclarecem-se rapidamente o que se está a passar, sob pena da situação ganhar contornos de alguma gravidade. E nem aqui vou falar na questão do horário…

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mitos e lendas do concelho: Nossa Senhora do Pranto


É uma história que tem atravessado gerações e que ainda hoje fascina aqueles que estudam estas coisas. O músico e pintor Alfredo Keil (o homem que compôs o hino nacional) foi um dos que, na sua obra literária Tojos e Rosmaninhos, eternizou a lenda de Nossa Senhora do Pranto. A história está mesmo na origem da construção de uma igreja na vila de Dornes, no concelho de Ferreira de Zêzere.

“Pelas ravinas e quebradas que da serra da Vermelha, também conhecida por serra da Mendeira, situada no limite de Cernache do Bonjardim, vão até ao rio Zêzere, ouviam-se e repetiam-se, de dia e de noite, ais magoados.
O povo andava assustado.
São Guilherme de Pavia, que passava muitas vezes por aqueles sítios e ali atravessava o rio, ouviu as queixas das populações.
Regressando à Corte e tendo-lhe a Rainha Santa Isabel perguntado novidades dos terrenos dela, o santo respondeu-lhe:
- Real Senhora, anda lá tudo atemorizado com uns gemidos que se ouvem na serra.
- Não têm que se assustar – disse Santa Isabel – é minha prima que não quer ficar na serra da Vermelha e deseja passar para as minhas terras.
De facto, a imagem da Senhora do Pranto, com seu filho ao colo, aparecida no rio e recolhida em pequena ermida na serra, desaparecia para aparecer do outro lado do Zêzere. Os moradores de Cernache iam buscá-la mas, durante o trajecto, desaparecia para voltar para a outra margem do rio.
A Rainha Santa continuou:
- Vai lá. Os terrenos hão-de estar cobertos de grande orvalhada. No sítio onde não houver orvalho mandarás levantar uma igreja e nela recolherás a imagem. E verás como deixam de ouvir-se os ais, e o povo sossega.
Assim foi.
Edificada nova capela em Dornes, em sítio pitoresco, em frente à serra da Vermelha, Nossa Senhora do Pranto lá ficou para sempre, e lá continua a ser venerada por fiéis de uma e de outra margem do rio que, todos os anos, nos três dias do Espírito Santo, se juntam aos milhares para realizarem curiosos círios, cumprirem promessas e cantarem quadras”.
Fontes: Tojos e Rosmaninhos, Etnografia da Beira, O Povo Português nos seus Costumes, Crenças e Tradições

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Milho-cagão da Sertã em vias de extinção


O nome é estranho, mas esta espécie agrícola, cujo cultivo é quase exclusivo do nosso concelho, está em vias de extinção. A associação Colher para Semear tem alertado para o risco de desaparecimento do milho-cagão e de outras espécies agrícolas como a cenoura-pau e os rabos, originárias do Alentejo/Algarve e Trás-os-Montes, respectivamente.
O milho-cagão, que algumas pessoas de idade ainda cultivam no nosso concelho, tem a particularidade de ser mais pequeno do que o milho normal. Questionámos algumas pessoas idosas sobre as suas origens, mas a informação apurada é escassa e bastante difusa, sabendo-se apenas que a sua plantação era bastante frequente nos idos da década de 1940 e 1950.
Todavia, e devido ao trabalho fantástico que o Banco Português de Germoplasma Vegetal, a funcionar em Braga desde 1977, tem desenvolvido, foi já possível recolher e preservar as células genéticas (o germoplasma) do milho-cagão.

Concessão do Pinhal Interior nas mãos da Mota-Engil


A Mota-Engil poderá vir a assumir a Concessão das estradas do Pinhal Interior. O anúncio foi feito pelas Estradas de Portugal, mas carece ainda de confirmação oficial pelo Governo, que só o fará decorrido o período de 10 dias que os restantes participantes no concurso desta concessão (consórcios liderados pela Edifer, Soares Costa e Teixeira Duarte e Brisa) têm para poderem apresentar reclamações. O prazo termina no final desta semana.
É uma notícia de saudar, até porque uma boa fatia das estradas a construir/requalificar irão servir o concelho da Sertã.
Segundo as informações que têm vindo a público, o investimento inicial desta concessão atingirá 1.429 milhões de euros, sendo financiado por capitais próprios de 210 milhões de euros e financiamentos junto de bancos (BEI e banca comercial) de 1.200 milhões de euros.
Quanto ao contrato de construção, pertencente também ao consórcio construtor liderado pela Mota-Engil, o seu valor ascende a 958 milhões de euros.
A Concessão Pinhal Interior compreende a construção do IC3 Tomar/Coimbra, incluindo a ligação a Condeixa; do IC8 Proença-a-Nova/Perdigão (A23); da EN236-1 Variante do Troviscal; da ER238 Cernache do Bonjardim/Sertã (IC8); da EN238 Sertã/Oleiros; da EN342 Lousã/Góis/Arganil/Côja acrescida da ligação ao IC6. No total, serão construídos 173km de novas vias, a que corresponde um investimento de 706 milhões de euros.
Entre os lanços para requalificação, numa extensão de 135km, encontra-se o IC3 na Variante de Tomar; o IC8 entre Pombal e Ansião e entre Pedrógão Grande e a Sertã; a EN2 desde a Sertã até Vila de Rei e entre Góis e a Portela do Vento. Também beneficiarão de melhoramentos as Estradas Regionais 238 (entre Ferreira do Zêzere e Cernache do Bonjardim) e 347 (entre Penela e Castanheira de Pêra).
Quanto a prazos, esperemos pela publicação do contrato de concessão para perceber quantos anos teremos de esperar para que estas obras possam estar concluídas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Memórias: Peditório a favor das vítimas do terramoto de Benavente (1909)


Corria o ano de 1909, quando no dia 23 de Abril um violento tremor de terra abalou as vilas ribatejanas de Benavente e Samora Correia, provocando mais de 60 mortos e centenas de feridos.
Uma onda de solidariedade para com as vítimas desta catástrofe mobilizou o país por esta altura. Foram efectuados diversos peditórios e vários cidadãos mostraram-se disponíveis para ajudar na reconstrução daquelas duas vilas.
O concelho da Sertã demonstrou também o seu espírito solidário, tendo sido efectuados vários peditórios, cujas verbas reverteram para as vítimas do terramoto. Esta imagem de 1909 (não é conhecido o autor) retrata exactamente um desses peditórios que se realizaram na vila da Sertã.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Sertã na obra de Gil Vicente


Há quem diga que foi o primeiro grande dramaturgo português, tendo deixado para a posteridade mais de 40 peças de teatro. É também conhecido pela sua faceta de ourives, apesar de neste caso vários historiadores duvidarem que dramaturgo e ourives fossem a mesma pessoa. Outra das polémicas que o rodeia é o local do seu nascimento. Hoje em dia, é quase unanimemente aceite que Gil Vicente nasceu em 1465, mas a unanimidade desaparece quando o assunto é o local de nascimento. Guimarães, Barcelos ou Lisboa são algumas das hipóteses aventadas, a que é preciso juntar as Beiras.
E é nesta hipótese que nos vamos concentrar. Não tanto, no facto de Gil Vicente poder ter aí nascido, mas na evidência de que o dramaturgo conhecia muito bem a zona das Beiras, sobretudo a parte Sul e designadamente a Sertã. Isso mesmo pode ser comprovado nas suas obras, onde surgem referências a designações toponímicas do concelho e a personagens que Gil Vicente designa como oriundas desta zona.
Por exemplo, no Auto da Lusitânia (1532), a personagem Lediça refere: «E Catelão namorado/He meu primo e meu cunhado/E rendeiro na Sertãe.» – Nesta altura, em pleno século XVI, era esta a grafia utilizada por muitos para designar a vila.
Já no Auto da Barca do Inferno (1517), o Parvo diz para o Diabo: «Toma o pão que te caiu/A mulher que te fugiu/Para a Ilha da Madeira/Ratinho da Giesteira.» Mais à frente, o diálogo continua: «Furtaste a chiba, cabrão?/Pareceis-me vós a mim/Carrapato de Alcoutim/Enxertado em Camarão.» – nestas duas passagens atente-se nas localidades da Giesteira e Alcoutim, que são parte integrante do concelho da Sertã. Além disso, a expressão ‘ratinho da Giesteira’ surge em várias referências etnográficas do nosso concelho.
Por fim, na «Farsa dos Almocreves» (1527), Pêro Vaz diz ao Fidalgo: «Pagai, senhor, não zombeis/Que sou dalém do Sertão/E não posso cá tornar» – vários autores, entre eles José Alberto Lopes da Silva e Jaime Lopes Dias, referem em obras publicadas que este Sertão referia-se à vila da Sertã.
Há também referências a Pedrógão (Pequeno ou Grande?) n’ «O Clérigo da Beira» (1530) e a Vila de Rei na «Farsa dos Almocreves».

Fontes: O Mundo Religioso de Gil Vicente; A Beira Baixa e o seu Teatro Popular na Obra de Gil Vicente; Gil Vicente: Obras Completas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sertã tem bandeira municipal atípica


Não se trata de nenhum problema com a bandeira do município sertaginense, mas antes de uma curiosidade que deriva da inclusão de um pormenor pouco frequente em bandeiras do género no nosso país.
A particularidade reside, segundo vexilologistas nacionais, no texto do listel, dado em duas linhas ao invés da única habitual: «SARTAGO STERNIT SARTAGINE HOSTES / VILA DA SERTû.
Aqui fica a curiosidade!

sábado, 31 de outubro de 2009

Os desafios de José Nunes à frente da Câmara da Sertã


O novo presidente da Câmara Municipal da Sertã, José Farinha Nunes, tomou ontem posse do cargo. Mais do que assinalar este facto, importa tentar perceber quais os principais desafios que aguardam o novo autarca e a sua equipa nos próximos quatro anos de governação.
O programa eleitoral do novo presidente encerrava uma frase curiosa e que parece sintetizar todo o seu pensamento político: “A nossa opção é enfrentarmos os desafios e tentar encontrar as soluções que se afigurem mais adequadas”.
Esta expressão dá azo a várias leituras, mas concentremo-nos apenas nas soluções mais adequadas. A herança que José Nunes recebe na Câmara da Sertã é sinónimo de tarefa árdua, até porque José Paulo Farinha (o anterior presidente) marcou uma época e sobretudo, em algumas áreas, deixou um trabalho bastante positivo – isso mesmo foi reconhecido pela própria oposição.
O futuro está aí e a Sertã enfrenta aquilo que um filósofo alemão chamou um dia de “a urgência de não se deixar ultrapassar pelo tempo presente”. E a excessiva interioridade a que o concelho está cada vez mais votado, sobretudo por parte dos principais decisores do país, não augura nada de bom.
Um dos maiores problemas com que José Nunes terá de lidar é a perda crescente de população no concelho. Só nos últimos 30 anos, o município perdeu 37,5 por cento da sua população e as expectativas até 2026 indicam que poderão ser subtraídos mais 12,6 por cento aos números actuais (16.720 habitantes).
A solução não é fácil, mas seria importante discutir este problema de forma franca e sem subterfúgios – o estudo que o último executivo encomendou a este propósito foi um bom começo, mas o debate que se lhe seguiu foi totalmente estéril.
É óbvio que o problema da perda de população só se resolve se antes dele resolvermos uma série de outros problemas. O turismo é um deles. A Sertã aguarda há muitos anos (muitos mesmo!) a definição de uma política corajosa e estruturada de apoio e de fomento do turismo. O concelho foi bafejado pela sorte em termos de património natural, histórico (tão mal conservado, infelizmente) e gastronómico. José Nunes tem boas ideias no seu programa, faltando apenas estruturá-las num plano lógico e com prazos estabelecidos. Neste ponto, seria também importante o diálogo com os concelhos vizinhos, até porque a promoção do produto turístico ‘Zona do Pinhal’ teria um maior impacto junto dos mercados destinatários e o investimento poderia ser dividido por todos.
A questão do emprego/desemprego é outro dos problemas com que a equipa de José Nunes terá que se debater. Não que estejamos à espera que seja a Câmara a criar novos postos de trabalho, mas sim porque lhe compete a criação de condições para que novos investimentos possam nascer no concelho – o caso da expansão da Zona Industrial é decisivo.
O progressivo envelhecimento da população sertaginense também deve ser olhado com atenção, sobretudo pelo lado da função social que qualquer autarquia deve assumir. Neste ponto, aliás, o programa eleitoral social-democrata é bastante ambicioso, fazendo nós votos para que a sensibilidade aí demonstrada não se perca pelo caminho da governação.
Em termos de educação, a tarefa da edilidade está bem demarcada e o seu papel cinge-se a uma actividade essencialmente externa (manutenção das condições do parque escolar, atribuição de incentivos, apoios a alunos carenciados). Além disso, o programa do novo presidente segue uma linha de raciocínio já iniciada por outros executivos sociais-democratas que passaram pela Câmara da Sertã. Ainda assim, se a maior parte do que foi prometido for cumprido, a educação poderá estar bem melhor daqui a quatro anos.
O centro de saúde será outra das questões a seguir com atenção nestes próximos tempos. José Nunes, no seu programa, disse que queria construir um novo centro. Apesar da decisão final não estar nas suas mãos, é de aplaudir a ideia, faltando saber se defende que essa construção seja feita no mesmo local ou num outro.
Na parte dedicada à cultura, apesar do bom trabalho que José Paulo Farinha desenvolveu, a equipa de José Nunes tem pela frente uma tarefa bem hercúlea. Desde logo, importa corrigir alguns erros do passado, bem como omissões flagrantes no que toca ao património histórico – uma das maiores riquezas do concelho. O castelo, depois de uma intervenção realizada há cerca de uma década que pouco dignificou o seu passado, está esquecido; o centro histórico agoniza a cada dia que passa; as casas históricas da vila vão caindo aos poucos (apesar de, neste caso, os proprietários serem os grandes responsáveis pela situação); o museu continua a ser uma miragem; a Fonte da Pinta lá está esquecida e à mercê de constantes ataques urbanísticos; os riquíssimos achados arqueológicos continuam sem a devida atenção…
Por fim, a floresta, a maior riqueza do nosso concelho: as últimas iniciativas têm sido bastante interessantes, mas é urgente fazer mais.
No que toca às acessibilidades, as ideias do novo presidente vão de encontro àquilo que são os anseios da maioria da população sertaginense, nomeadamente a ligação por IC do Fundão a Tomar, passando por Sertã e Cernache do Bonjardim.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mitos e lendas do concelho: As mouras da Ribeira da Sertã


O concelho da Sertã é fértil em lendas, mitos e crenças. É com base nesta premissa que iniciamos uma nova secção no blogue, dedicada a este campo tão interessante da nossa etnografia.
Escolhemos para abrir as hostilidades um mito quase esquecido no nosso concelho – a história das mouras da Ribeira da Sertã. Optamos pela versão narrada por Jaime Lopes Dias, na sua fantástica obra «Etnografia da Beira».
“Formosa por seus vales profundos e extensos, de margens belas e verdejantes, dominada por encosta de grande declive e de difícil acesso, a ribeira da Sertã, cercada de pinheirais extensos que, agitados pelo vento, gemem continuadamente suas mágoas, é apreciável elemento de riqueza pelos lodeiros que forma nas suas margens e pela límpida água que oferece ao homem para dessedentamento da terra e das culturas. Vai já distante o tempo em que as serras que a cercam eram povoadas de matas virgens e de animais ferozes.
Hoje, tudo é conhecido. A acção do homem chegou a todos os recantos e, no desbravar dos montes e dos vales, numa das escarpas que do Mosteiro Fundeiro [junto à Senhora dos Remédios] vai até à ribeira, formação geológica, acção do homem primitivo ou uma e outra, ficou à vista uma gruta misteriosa de larga boca escura.
Pelo povo começou a correr que dela saíam, fora de horas, a deambular pelo campo, mouras esbeltas que, por sua desgraça, ali viviam encantadas.
Uma noite foram elas, durante a sua digressão, surpreendidas por um homem. Não podendo fugir, entregaram-lhe um grande lenço atado nas quatro pontas, cujo conteúdo ele não pode ver, e aconselharam-no a que o guardasse bem, porque nele encontraria a própria felicidade! Mas… que não o desatasse. Elas voltariam a aparecer-lhe.
Entre receoso e surpreso, agarrou bem o lenço e dirigiu-se lesto para casa a esconde-lo.
Passaram dias. Debalde voltou à procura das mouras até que, cansado de esperar, contou à mulher o sucedido.
Porque não havia ele de ver o que estava no lenço e voltar a atá-lo tal como o recebeu? – obtemperou a esposa.
Dito e feito! O lenço foi desatado e, dentro, encontrada pequena porção de carvão.
Ora, carvão daquele fazia ele todos os dias do mato que queimava e das próprias brasas da sua cozinha, e por isso guardou o lenço e deitou fora o conteúdo.
Na noite desse dia as mouras apareceram-lhe.
Tristes, seus rostos macerados, não balbuciaram palavra! O homem puxou do lenço que trazia dobrado no bolso, desdobrou-o e fez menção de o entregar, mas, nisto, umas falhucas de carvão que ainda continuavam agarradas ao lenço, desprenderam-se e, ao caírem no chão, tilintaram como moedas do melhor timbre.
Mais velozes que o vento, as mouras desapareceram! E o homem lá ficou a pensar como, por sua curiosidade e inconfidência, deixara de encontrar a própria felicidade, jungindo as infelizes ao degredo eterno”.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As ruas da Sertã: Rua Lopo Barriga


Onde fica? É uma pequena rua, de um só sentido, que liga a Praça do Município à Praça da República

Quem foi? Os mouros não lhe devotam muitas saudades e para a eternidade ficou a expressão “lançadas de Lopo Barriga te dêem”. Lopo Barriga nasceu na Sertã no fim do século XV e era filho de Pedro Alvares Barriga e de Constança de Brito.
Cândido Teixeira, na sua obra «Antiguidades, Famílias e Varões Ilustres de Sernache do Bom Jardim e seus contornos», escrevia a seu propósito: “Militou valentemente em África como intrépido e esforçado cavaleiro. Achou-se na defesa de muitas praças e na expugnação de outras. Repetias as entradas com tão impetuosas e inesperadas invasões, que não deixava aos mouros, nem tempo nem lugar livre de sobressalto”.
Quando Nuno Fernandes de Ataíde foi nomeado governador de Safim [cidade de Marrocos], Lopo Barriga recebeu o cargo de seu adail [uma espécie de comandante dos exércitos], sendo dos primeiros a entrar na mesquita daquela cidade, quando ela foi tomada em 1508.
Mas os feitos de Lopo Barriga não se ficam por aqui: Em 1510 foi um dos que defenderam a cidade de Safim do cerco que lhe puseram os mouros e que durou desde o dia 13 até 31 de Dezembro do mesmo ano; em 27 de Março de 1515, com um punhado de homens (entre os quais Pedro Leitão), tomou a praça de Amagor, que era considerada inexpugnável. Por este feito, o rei D. João III concedeu-lhe em 1533 o brasão de armas, que seus descendentes usam.
Em seguida tomou a fortaleza de Agabalo, sendo o primeiro a saltar os seus muros, subindo pela própria lança, conforme rezam as crónicas da época.
No ano de 1516 foi feito prisioneiro e esteve cativo até 1523, altura em que D. João III o mandou resgatar, tendo regressado a Lisboa, onde casou com D. Joana Eça, filha de D. Cristina Eça, e de quem teve três filhos (Pedro Barriga, D. Francisca de Vilhena e D. Beatriz de Vilhena).
Em 1524 voltou a África obtendo, algum tempo depois, juntamente com Cide Haya Abentafut uma grande vitória em Aleborge, situada a 25 léguas de Safim.
Pouco depois, na sequência de novo combate, perto de Safim, Lopo Barriga foi degolado.
Vasco Mousinho de Quevedo, no canto X do seu poema Afonso Africano, dedicou algumas palavras a Lopo de Barriga, que foi também Comendador da Ordem de Cristo:

Lopo de Barriga, cujo illustre nome
É justo a Portugal seja tão caro,
Que no lugar mais alto sempre assome:
Foi dos que rege e guia firme amparo,
Obras fez de que o Mundo exemplo tome

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Escola Secundária da Sertã melhora ligeiramente nos rankings nacionais


A Escola Secundária da Sertã melhorou ligeiramente no ranking das médias de exame do ensino secundário, face ao ano lectivo anterior. Depois de se ter posicionado no 318.º lugar, em 2007/08, o estabelecimento de ensino sertaginense subiu, em 2008/09, para a 306.ª posição. A média foi de 10,14 valores (média de 0 a 20). Ainda assim, esta posição não encerra motivos para grandes festejos, sobretudo se olharmos para o passado, mais precisamente para 2006, altura em que a Escola Secundária da Sertã atingiu o 130.º lugar, com uma média final de 10,85.
A nível distrital, a escola ficou na quinta posição. Foram realizados neste estabelecimento 329 exames.
É óbvio que a leitura deste tipo de rankings deve revestir-se de alguma cautela, até porque os seus resultados são meramente indicativos e não permitem aferir da qualidade do ensino ministrado na escola analisada. Além disso, as posições das escolas variam conforme a entidade que organiza estes rankings. No nosso caso, optámos pelo ranking elaborado pela SIC.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vamos limpar a nossa floresta no dia 20 de Março de 2010


A floresta é talvez a maior riqueza do nosso concelho. No entanto, nem sempre lhe prestamos a atenção devida, nem cuidamos dela da forma mais correcta. Perante este cenário, a iniciativa do Movimento Limpar Portugal (MLP) faz todo o sentido.
A ideia do MLP é simples: limpar a floresta portuguesa num só dia. 20 de Março de 2010 foi o dia escolhido e é necessária a ajuda de todos para levar a bom termo esta tarefa.
Para quem quiser obter mais informações, basta ir ao site
http://limparportugal.ning.com/
O movimento encontra-se subdividido em vários grupos locais. A Sertã também já tem o seu, bastando digitar o endereço:
http://limparportugal.ning.com/group/srtsert
A floresta precisa de todos nós…

domingo, 18 de outubro de 2009

Um Sertanense ‘muito digno’ eliminado pelo FC Porto


Pelo terceiro ano consecutivo, o Sertanense defrontou o FC Porto para a Taça de Portugal; pelo terceiro ano consecutivo, o FC Porto venceu o Sertanense por 4-0; pelo terceiro ano consecutivo, o avançado Farías marcou dois dos quatro golos portistas. Dito assim, tudo parece ter corrido conforme a normalidade na noite de ontem no Estádio do Dragão. Mas o que é facto é que o conjunto da Sertã voltou a não ter a sorte do jogo e a perder por 2-0, aos 10 minutos da primeira parte (e com menos um jogador), não se poderia pedir muito mais a uma equipa que pela frente encontrou um endiabrado Hulk e um FC Porto que não facilitou.
A expectativa era grande nas bancadas do Estádio do Dragão antes da partida começar. Mais de 30 mil espectadores (entre os quais uma excelente falange de apoio do Sertanense) aguardavam ansiosamente pelo desafio.
O FC Porto entrou a todo o gás e logo aos seis minutos, Hulk na sequência de um livre directo apontou o primeiro golo do desafio – um remate colocado sem hipóteses para Paulo Salgado.
Quatro minutos depois, o defesa esquerdo do Sertanense Renato toca a bola com a mão, desviando um remate de Farías. O árbitro assinala penalty e expulsa o jogador sertaginense. Farías foi chamado a converter a grande penalidade e não falhou… estava feito o 2-0.
A equipa portista continuou a ‘carregar’ e Rodriguez, em boa posição, rematou ao lado quando o relógio marcava os 15 minutos.
À passagem do minuto 19, o avançado do Sertanense Platini fugiu pela esquerda, ganhou posição a Fernando e dentro de área o jogador do FC Porto ‘carregou’ o ponta-de-lança, com o árbitro João Capela, mesmo de frente para o lance, a nada assinalar – erro grave do juiz da partida.
A formação de Joaquim Mendes equilibrou o jogo a partir daqui, sendo de registar algumas boas iniciativas individuais dos médios do Sertanense, que não surtiram efeitos práticos.
Quando o desafio caminhava para o intervalo, Rodriguez numa jogada pela esquerda, ofereceu a bola a Farías que desviou o esférico do alcance de Paulo Salgado, fazendo o terceiro golo.
Na segunda parte, o FC Porto continuou a dominar as operações e o Sertanense a aventurava-se, de quando em vez, no contra-ataque. Foi num desses lances (aos 73 minutos) que Bruno Grou, na sequência de um excelente remate de fora da área, quase marcava para o conjunto da Sertã.
Na jogada seguinte, o recém-entrado Idris derrubou Hulk, à entrada da área, e foi expulso, numa decisão que a maior parte dos jornais de hoje considera que seria “evitável” pelo árbitro, justificando-se a “lei do bom senso”.
Para o final do jogo, estava ainda guardado o último golo dos ‘dragões’. Hulk remata de pé esquerdo e a bola, depois de tabelar em Dias, anicha-se no fundo das redes do guardião sertaginense.
Apesar da derrota, é preciso dar os parabéns à equipa do Sertanense que se bateu contra a equipa campeã nacional, num jogo que ficará para a história do clube, sobretudo porque foi o primeiro que todo o país pode ver em directo pela televisão, neste caso pela SportTv.
Uma palavra também para os muitos adeptos do Sertanense que fizeram questão em acompanhar a equipa até ao Porto para esta verdadeira festa do futebol.

Ficha de jogo
F.C. Porto
: Beto, Fernando, Maicon, Nuno André Coelho, Prediger, Sérgio Oliveira, Mariano (Alex, 70), Valeri, Rodriguez (Dias, 61), Hulk e Farias (Yero, 46).
Sertanense: Paulo Salgado, Hugo Ventosa, Leo Bahia, Flávio Dias, Renato, Filipe Avelar, Leandro, Platini, Rui César (Adérito, 70), João Frazão (Idris, 46) e João Boiças (Bruno Grou, 61).
Golos: Hulk (6’ e 86’) e Farías (10’ e 39’)

Foto: Paulo Novais (Agência Lusa)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Marcha da Sertã

Corria o ano de 1934 quando o na altura maestro da Filarmónica União Sertaginense, António Teixeira, resolveu avançar com a ideia de compor uma marcha que elogiasse as virtudes da vila da Sertã. Depois da composição terminada, entrou em cena João Esteves, que escreveu a letra daquilo que viria a ser a Marcha da Sertã.
É essa marcha que aqui reproduzimos hoje:



I

Tens tu Sertã
Sabor a rosa…
Oh! Donairosa
Gentil, louçã,


II

Em Portugal
Não tens rival:
Não há por cá
Não há, não há

Mais lindas flores
Mais lindos pares…
Nossos cantares
Sonhos d’amores

Terno calor
Que me consome
De beijos fome,
Sede d’amor


ESTRIBILHO


Carvalha dos Salgueirais
Oh! Mata do Hospital
Não ouves em Portugal
Soltar mais sentidos ais!
Os nossos são todo amor
Nascido com teu calor,
Fomos às nossas ribeiras
Estes seus sons procurar
Para em rimas fagueiras
À luz do sol te cantar

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Direcção do Sertanense organiza viagem para quem quiser assistir ao jogo com o FC Porto


O Sertanense vai defrontar o F.C. Porto, no próximo sábado, no Estádio Dragão (Porto), em jogo a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal. A Direcção do Sertanense disponibilizará aos associados e simpatizantes do clube seis autocarros para todos os que pretendam assistir a este desafio.
Os preços desta iniciativa, lançada pela Direcção, são os seguintes:

- Sócios: 15 euros (direito a viagem de autocarro e a bilhete para a bancada central do Estádio do Dragão). Para os que desejarem apenas a viagem de autocarro, o preço baixa para os 10 euros

- Novos sócios: 20 euros (direito a viagem de autocarro, bilhete para a bancada central do Estádio do Dragão e quotas pagas até Dezembro deste ano)

- Para os sócios que apenas pretendam adquirir o bilhete, o preço dos ingressos é de 4 euros (lugar na bancada central do Estádio do Dragão)

- Para os simpatizantes que só pretendam bilhetes, a Direcção tem ingressos para Não Sócios a 2 euros (lugares atrás de uma das balizas)

Todos os interessados em inscrever-se nesta iniciativa, ou em adquirir bilhetes, podem dirigir-se diariamente e até sexta-feira (das 16 às 21 horas), à sede do clube
No sábado, a sede do clube estará aberta a partir das 9h30m para que todos aqueles que ainda não se inscreveram nesta iniciativa o possam fazer.
A partida dos autocarros acontecerá pelas 14h30m de sábado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

José Nunes é o novo presidente da Câmara e PSD conquista maioria das juntas


José Farinha Nunes é o novo presidente da Câmara Municipal da Sertã. O candidato social-democrata arrecadou 50,91 por cento dos votos (5.383 votos) destronando o actual presidente da autarquia, José Paulo Farinha, que não foi além dos 36,25 por cento (3.833 votos). O PSD alcançou ainda a vitória na Assembleia Municipal da Sertã, através de José Luís Jacinto, e conquistou 10 das 14 freguesias do concelho.
Ainda na noite das eleições, o novo presidente da Câmara não conseguiu esconder a sua satisfação pelos resultados obtidos. Em entrevista à Rádio Condestável, José Nunes agradeceu “a confiança que os munícipes da Sertã depositaram em mim e na minha equipa” e prometeu “tudo fazer para que as coisas, a partir de hoje, decorram de forma tranquila e sempre com equilíbrio”.
A vitória social-democrata na Câmara da Sertã atingiu números bastante expressivos, depois do descalabro que foram as eleições de 2001 e 2005. O PSD garantiu a maioria absoluta na Câmara (quatro vereadores) e ultrapassou a fasquia dos 50 por cento, o que já não sucedia desde 1997, altura em que José Carreto venceu com 56,36 por cento.
José Paulo Farinha e o PS foram os grandes derrotados. Além de não conseguir manter a maioria absoluta que detinha na autarquia, o actual presidente da edilidade não somou os votos suficientes que lhe permitiriam a reeleição (o PS conta agora com três vereadores).
O CDS-PP apostava forte na eleição de um vereador. O candidato Pedro Jesus subiu na votação em relação às eleições de há quatro anos (5 por cento em 2005 e 7,67 por cento em 2009), mas não conseguiu eleger o tão desejado vereador.
Fernando Ferreira e o seu Bloco de Esquerda subiram ligeiramente nas votações, mas ainda assim registaram um resultado pouco significativo (1,62 por cento a que correspondem 171 votos).
Quem também subiu no número de votos, ainda que marginalmente, foi a CDU, que alcançou 0,62 por cento (66 votos).

Assembleia Municipal: O domínio ‘laranja’ estendeu-se à Assembleia Municipal, onde o PSD conquistou 50,18 por cento dos votos. José Luís Jacinto é o novo presidente da Assembleia Municipal da Sertã e a acompanhá-lo estarão mais 10 deputados eleitos pelo PSD. Os socialistas não deverão ter ficado com grandes recordações das eleições para este órgão – o PS conseguiu 33,50 por cento, elegendo oito deputados.
Apesar do desalento de Pedro Jesus na Câmara Municipal, o CDS-PP tem razões para festejar na Assembleia Municipal: oteve 9,43 por cento dos votos, o que lhe permite ter dois deputados no novo figurino da Assembleia.
O Bloco de Esquerda, que voltou a alcançar um resultado mais positivo nas eleições para a Assembleia do que no sufrágio para a Câmara, registou 2,48 por cento dos votos. A CDU ficou-se pelos 0,89 por cento.

Junta de Freguesia da Sertã: José da Silva Nunes [PSD] (Os sociais-democratas ‘roubaram’ a junta de freguesia da Sertã ao PS, obtendo 45,49 por cento contra 42,72 por cento dos socialistas. Mandatos: PSD e PS alcançaram seis cada e o CDS-PP um)

Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim: Diamantino Calado Pina [PSD] (Foi uma vitória retumbante aquela que os sociais-democratas averbaram em Cernache. Diamantino Calado Pina conquistou 59,43 por cento contra 23,65 por cento do candidato socialista. Mandatos: seis para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Cabeçudo: Ramiro Alves da Silva [PSD] (Eram seis os candidatos à junta, mas foi o PSD a levar a melhor sobre os adversários, com 33,83 por cento dos votos. Mandatos: três para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP e um para o movimento independente Unidos pelo Cabeçudo)

Junta de Freguesia do Carvalhal: António Vicente Xavier [PS] (O candidato socialista conseguiu ‘roubar’ a junta do Carvalhal ao PSD, alcançando 50,15 por cento. Mandatos: quatro para o PS e três para o PSD)

Junta de Freguesia do Castelo: Carlos Mateus Marques Lopes [PSD] (Tudo na mesma no Castelo, onde o presidente da junta venceu as eleições com um resultado esmagador – 63,68 por cento. Mandatos: seis para o PSD e três para o PS)

Junta de Freguesia da Cumeada: Manuel Marçal Nunes [PSD] (O actual presidente da junta mantém-se no cargo, depois de ter verificado um resultado de 52,08 por cento nas eleições de ontem. Mandatos: quatro para o PSD; dois para o PS; um para o CDS-PP)


Junta de Freguesia da Ermida: Paulo José Martins Alves [CDS-PP] (A única dúvida nestas eleições era saber quantos eleitores votariam no único candidato a votos – 85,64 por cento foi a resposta. Mandatos: os sete mandatos foram directamente para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Figueiredo: José Mateus Lopes [PSD] (O que se disse em relação à freguesia da Ermida aplica-se à do Figueiredo. Mas neste caso, o candidato conseguiu um resultado ainda mais volumoso – 91,98 por cento. Mandatos: sete para o PSD)

Junta de Freguesia do Marmeleiro: Manuel Lopes Pereira [CDS-PP] (O presidente da junta mantém-se no cargo, apesar de ter concorrido nas listas do CDS-PP. A vitória final é inquestionável – 65,11 por cento. Mandatos: cinco para o CDS-PP; dois para o PSD)

Junta de Freguesia do Nesperal: Felismino dos Ramos Victória [PSD] (Emoção até ao fim na freguesia do Nesperal. O candidato social-democrata bateu o seu homologo socialista por dois votos de diferença. Mandatos: quatro para o PSD; três para o PS)

Junta de Freguesia de Palhais: Manuel Marçal da Silva [PSD] (Tudo na mesma na freguesia de Palhais depois das eleições de ontem – o PSD venceu com 70,87 por cento dos votos. Mandatos: cinco para o PSD; dois para a lista independente Todos por Palhais)

Junta de Freguesia de Pedrógão Pequeno: Manuel Domingos Lourenço [PS] (Nada de novo na freguesia de Pedrógão Pequeno. O actual presidente venceu as eleições com 43,52 por cento dos votos. Mandatos: três para o PS; dois para o PSD; dois para o CDS-PP)

Junta de Freguesia do Troviscal: Manuel Nogueira Figueiredo [PSD] (O PS, que apostou noutro candidato que não o actual presidente da junta, perdeu a freguesia para o PSD, que somou 51,73 por cento dos votos. Mandatos: cinco para o PSD; três para o PS; um para o CDS-PP)

Junta de Freguesia da Várzea dos Cavaleiros: Ângelo Antunes Fernandes [PSD] (A contagem dos votos durou até 'à última' e o PSD conquistou a junta por uma diferença de quatro votos em relação ao PS. Mandatos: três para o PSD; três para o PS; um para o CDS-PP)